A
epopeia sendo o mais elevado género cultivado pelos antigas,
constitui a aspiração máxima do poeta clássico. Através da
imitação daquilo que a Antiguidade criou de mais sublime, o
poeta pode pôr à prova a capacidade de ombrear com aqueles que
mais admira. Esta aspiração vem ao encontro da consciência que
se tinha na cultura portuguesa do século VXI de haver na nossa
história recente feitos grandiosos dignos de ser exaltados num
poema épico, e é nesta atmosfera que surgem Os Lusíadas de Luís
de Camões: uma epopeia segundo o modelo clássico.
O
poema abre com a Preposição onde o poeta dá conta da matéria
do Poema, cantará “ As armas e os barões”, os reis que “
por obras valerosas/se vão da Lei da Morte libertando”, “
Peito Ilustre Lusitano”; segue-se a Invocação, destinada a
pedir o favor das musas que o poeta escolhia para protectoras, Camões
escolhe as ninfas do Tejo, as Tágides, pedindo-lhes “um novo
engenho ardente”, “ um estilo grandiloco e corrente”; a
Dedicatória é dirigida ao rei D. Sebastião e termina com uma
exortação ao Rei para que também ele se torne digno de ser
cantado.
A
Narração começa in media res , como era regra nos poemas
épicos, e tem como acção central a Viagem de Vasco da Gama
à Índia. O Poeta narra os factos da História de Portugal,
no passado, no presente e no futuro. Assim, o tema d’Os Lusíadas
não se esgota na descrição do caminho marítimo para a Índia
é a história de todo um povo cujo o herói somos todos nós.
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