Combateu
como militar no Norte de África, onde foi gravemente ferido
ficando cego de um olho. Dado a pouca pacatez por virtude de um
espírito irrequieto envolve-se numa briga nas ruas de Lisboa que
lhe há-de valer largos meses passados na prisão do Tronco, donde
só saíria com o perdão do rei D. João III, mas com a condição
de embarcar para a Índia. Esteve em Goa e Macau e haveria de ser
por estas terras que dando largas à sua veia poética, escreveria
alguns dos seus poemas.
De
regresso à pátria mãe naufragou perdendo todos os seus haveres,
mas salvando a nado o manuscrito que o iria imortalizar, “Os Lusíadas”.
A vida foi passada na maior miséria que os erros e a má fortuna
se encarregaram de o condenar, vindo a morrer a 10 de Junho de
1580, e cujo funeral foi a expensas de um nobre, D. Gonçalo
Coutinho, que mandou colocar sobre a sua sepultura a seguinte
inscrição:
“
Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo.
Viveu
pobre e miseravelmente e assim morreu”
Encerrava-se
assim uma vida "pelo mundo em pedaços repartida", que
os erros, a má fortuna e o amor ardente tinham transformado num
angustioso dissídio interior e num permanente desencontro do
indivíduo com toda uma sociedade em crise.
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