GLOSSÁRIO.              

   

                                                                                 

Garantia de liquidez mínima: o papel do Formador de Mercado
A liquidez de uma ação na bolsa é um importante parâmetro que deve ser analisado quando da escolha da melhor opção no mercado acionário. Neste contexto, os papéis de grandes empresas sempre tiveram clara vantagem, mostrando liquidez muito superior às ações de pequenas empresas.

Mas esta diferença pode diminuir bastante com a instituição, na Bovespa, do Formador de Mercado, termo que muita gente ainda desconhece. Por Formador de Mercado se entende a instituição que se propõe a garantir uma liquidez mínima e prover uma referência de preço para os ativos para os quais são credenciados.

Instituição financeira ampliando a liquidez
Na Bovespa, o papel de Formador de Mercado é desempenhado por uma corretora membro da bolsa, por uma corretora não membro, uma distribuidora, um banco de investimento, ou um banco múltiplo com carteira de investimentos.

Ao se credenciarem para exercer a função, estas instituições assumem a obrigação de estarem presentes no mercado, com ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade de ativos, dentro de um intervalo de preço predeterminado e conhecido por todos.

Garantir liquidez mínima
Ao registrar ofertas de compra e de venda, o Formador de Mercado proporciona um preço de referência para a negociação do ativo, especialmente importante para os valores mobiliários de liquidez reduzida.

E essa tarefa não é simples, pois envolve o prévio conhecimento da empresa, a atualização constante sobre sua condição econômico-financeira, sua dinâmica, o valor de seus ativos e suas perspectivas, ou seja, fatores importantes para estabelecer um preço justo para os títulos.

Portanto, os dois pilares para a figura do Formador de Mercado são liquidez mínima, dando ao investidor a possibilidade de vender seus papéis quando quiser, e preço de referência, permitindo transformar os títulos em dinheiro, a um preço conhecido e aceito por todos.

Procedimentos
A quantidade mínima de ativos de cada oferta do Formador de Mercado é estabelecida pela Bovespa, em função da quantidade média diária negociada, no caso de ações, e características da emissão e distribuição, no caso de debêntures.

Os preços das ofertas de compra e de venda do Formador de Mercado devem respeitar um intervalo máximo entre as ofertas de compra e de venda. Esse intervalo, usualmente denominado de spread, é calculado para cada ativo.

Para o mercado de ações, esse intervalo é estabelecido com base na volatilidade do ativo, verificada ao longo de um determinado período de tempo. Já para o mercado de renda fixa, a base de cálculo do spread é a taxa de juros do mercado.

Regras de Negociação
Quanto ao modo de negociação, as ofertas de um ativo que conta com o suporte de um Formador de Mercado competem em condições de igualdade com as demais ofertas do mercado, com o fechamento de negócios obedecendo aos critérios de melhor preço e ordem cronológica de registro.

Para os investidores, o ponto positivo do suporte de um Formador de Mercado é a confiança na possibilidade de comprar e vender seus ativos a qualquer momento, o que muitas vezes não corre para ações de baixa liquidez. Essa confiança é bastante desejada pelos mercados de valores mobiliários do Brasil e do mundo e certamente acaba influenciando no preço das ações.

 

Hedge: entenda o conceito e como ele pode facilitar a administração financeira

 Uma companhia que exporta para o exterior corre o risco de que o câmbio se comporte de uma maneira distinta da que o mercado estima, prejudicando seus resultados. Já uma indústria corre o risco de que seus insumos subam, depois de ter assinado um contrato de venda de seus produtos a um preço determinado. Essas e outras situações ilustram riscos os quais as empresas às vezes enfrentam. Mas, será que é possível reduzir tais riscos?

A resposta é sim, através de um mecanismo chamado hedge, mas que acarreta um custo. Isso faz com que nem sempre a sua utilização seja recomendável. Prática obrigatória para algumas empresas, o hedge pode ser desnecessário para outras. Isso dependerá do grau de exposição da companhia e de sua tolerância a determinados riscos.

Vale a pena entender o conceito e como ele pode ser utilizado para atender as necessidades das empresas e mesmo de pessoas físicas, seja através dos contratos a termo, futuro e de opções. Os conceitos seguem simplificados, mas ilustram as principais diferenças entre as alternativas.

Conceito de hedge
O hedge é uma ferramenta de repasse do risco do mercado de determinada atividade a outros agentes econômicos, que resolvem assumi-lo em troca de perspectiva de resultado.

Uma operação de hedge faz sentido para a empresa quando um dos elementos-chave na composição do resultado operacional estiver sendo afetado pelo risco de mercado. O resultado operacional ficaria indeterminado, o que acarreta risco de valor para a empresa.

Em poucas palavras, através dele uma empresa pode reduzir sua exposição a determinados riscos, e, assim, se proteger de fatores externos à sua atividade principal.

Contrato a termo
Uma maneira de realizar o chamado hedge é através do contrato a termo, que implica na venda de um ativo a um preço definido em data futura, sem ajustes diários. Essa alternativa é bastante utilizada porque não movimenta o caixa ao longo de sua duração.

Por outro lado, a operação apresenta baixa liquidez, uma vez que é difícil antecipar o prazo do encerramento. Como o acordo é bilateral, uma parte fica dependente da outra aceitar o fechamento antes da data estipulada. O contrato a termo é largamente utilizado no mercado de câmbio. 
Mercado a termo: conheça as regras que regem esta modalidade de investimento

 Se você tem interesse e um pequeno conhecimento das regras de mercado financeiro já deve ter percebido que existem muitas formas de participação no mercado acionário. Hoje em dia, graças à evolução dos mecanismos de investimento, a compra e a venda de ações pode ser realizada de diferentes formas nas bolsas de valores.

Um meio de participação muito utilizado pelos investidores é a compra de papéis e valores mobiliários no mercado a termo. Mas você conhece as regras que regem este mercado?

Como funciona o mercado a termo?
Uma operação a termo na mais é do que a compra ou venda de ativos para liquidação futura, onde o comprador e o vendedor acertam a cotação e o prazo dos papéis, com a garantia de que na data combinada o comprador entregará o dinheiro e receberá as ações.

Normalmente a liquidação ocorre entre 30 e 180 dias, sempre em múltiplos de 30, a partir da data da negociação. Porém, na Bovespa, os contratos podem ser liquidados em um prazo mínimo de 12 dias úteis e máximo de 999 dias corridos.

A operação pode ser realizada em pregão normal ou através do sistema eletrônico de negociação, sendo que todas as ações negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) podem ser objeto de um contrato a termo.

As regras de negociação do mercado a termo são muito parecidas com as estabelecidas nos negócios à vista, sendo obrigatória a participação de uma corretora, que responderá pela intermediação do negócio, representando seu cliente, o investidor, em pregão.

É possível acompanhar, pela rede de terminais da Bovespa, todas as operações do mercado a termo realizadas em pregão. Além disso, após o fechamento do mercado, todas as informações relevantes são registradas no site da Bovespa e publicadas diariamente nos principais jornais de grande circulação.

Como calcular o valor de um contrato a termo?
O preço de uma ação negociada a termo é calculado a partir da soma do valor atual de uma ação, mais uma parcela correspondente aos juros, que são livremente fixados pelo mercado, de acordo com o prazo estipulado no contrato.

Toda operação realizada no mercado a termo na Bovespa requer um depósito de garantia na CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), órgão responsável pela liquidação e controle de risco de todas as operações realizadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

A corretora e o agente de compensação, responsáveis pela operação a termo, poderão também impor a seus clientes garantias adicionais àquelas exigidas pela CBLC. Habitualmente essas garantias são prestadas sob as formas denominadas cobertura ou margem.

O que é Cobertura e o que é Margem?
O investidor, no caso o vendedor a termo, pode realizar a cobertura do negócio, se possuir os títulos-objeto da operação, depositando-os na CBLC. A grande vantagem da "cobertura" é que o vendedor fica isento de prestar garantias adicionais.

Já a margem inicial representa a diferença entre o preço a vista e o preço a termo do papel somado ao valor resultante da avaliação da volatilidade e liquidez histórica dos papéis. Para se chegar a esse valor, a CBLC criou um sistema de avaliação classificando determinadas ações em diferentes intervalos de margem. Desta forma, os ativos com maior liquidez e menor volatilidade são classificados nos menores intervalos e requerem menores depósitos iniciais.

Além disso, o investidor tem a obrigação de "reforçar" seu aporte inicial sempre que, devido a variações na cotação dos títulos-objeto ou dos títulos depositados como garantia do negócio, a margem inicial apresentar redução em seu valor.

Finalizando, além das garantias exigidas, o investidor tem de arcar com outros custos como a taxa de corretagem, taxa de registro, emolumentos, taxa cobrada pela CLBC e imposto de renda que incide sobre todas as operações financeiras.

Como liquidar um contrato a termo?
O detentor de um contrato a termo pode optar por liquidar uma operação tanto no vencimento do contrato como em qualquer dia anterior. Porém, independente da data escolhida para liquidação, o comprador do contrato a termo terá de pagar o valor integral combinado.

Quanto um investidor compra um contrato a termo, todos os direitos e possíveis proventos que venham a ser distribuído pela companhia emissora dos papéis, a partir da data de aquisição do contrato, passam a ser de sua responsabilidade. Caso exista, o repassasse desse valor será concretizado na data de liquidação do contrato, concomitantemente à entrega das ações-objeto ou segundo norma da CBLC.



Contrato futuro
Outra maneira de proteção é através do contrato futuro, que difere do mercado a termo principalmente pela existência dos ajustes dos valores em todas as sessões. Traz como vantagem a possibilidade de intervenção no mercado de forma anônima, em pregão. O fechamento do negócio é feito pelo melhor preço e não há a revelação da estratégia do cliente para os demais agentes.

O volume de garantias é geralmente menor se comparado ao contrato a termo, porque as movimentações financeiras diárias reduzem o risco de crédito. Por outro lado, essas saídas e entradas todos os dias trazem uma instabilidade no fluxo de caixa da empresa.

Como pontos positivos para tal estratégia, pode-se citar a elevada liquidez e a grande transparência de preços, que reduz os custos e os riscos operacionais. 

Como funciona o mercado futuro de ações?

Para quem está acostumado a seguir de perto o desempenho do mercado de ações, fica claro que, de maneira semelhante com o que ocorre com a aproximação do vencimento de opções, quando se aproxima a data do vencimento dos contratos no mercado futuro de ações a Bovespa passa por um período de forte volatilidade.

Apesar de os contratos futuros do índice Bovespa serem negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a disputa entre os "comprados" e os "vendidos" traz forte volatilidade à Bovespa. Para entender por que isso ocorre, é necessário compreender o funcionamento do mercado futuro de ações.

O que é o mercado futuro de ações?
No mercado futuro de ações, as negociações ocorrem de maneira que os investidores se comprometem a comprar ou vender uma determinada ação a um preço pré-estabelecido e em uma data futura. Neste sentido, o funcionamento é diferente ao do mercado de opções, onde, como o nome indica, o investidor tem o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender no futuro.

Assim, enquanto um investidor se compromete a realizar a compra através do mercado futuro, outro se compromete a realizar a venda. Entretanto, há uma peculiaridade neste mercado, pois não necessariamente ocorre a transferência das ações do vendedor para o comprador.

Para realizar a operação, o investidor deve depositar uma margem, que corresponde, de grosso modo, ao risco da operação. As margens são definidas pela CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) com base no risco da operação, que, por sua vez, é relacionado com o grau de volatilidade da ação.

Mas como funciona o mercado?
Sabendo que não é obrigatória a transferência física das ações no ato da liquidação da negociação no mercado futuro, você deve estar se perguntando: como funcionam as negociações nesse mercado?

Suponha que um investidor resolveu adquirir no mercado futuro de ações uma ação com preço de R$ 30,00. Esse investidor não precisará pagar os R$ 30,00 no ato, mas terá que depositar uma margem em sua conta como garantia, que reflete o grau de volatilidade das ações no mercado a vista, já que é esse grau de volatilidade que define o risco.

A CBLC determinará o valor que deverá ser depositado pelo investidor como margem. Suponha que o valor definido pelo órgão seja de R$ 3,00. No final do dia, a margem já sofrerá um primeiro ajuste. Através da média das cotações da ação no mercado futuro no período da tarde, no final da sessão, será calculado o preço de ajuste daquela ação.

Margem é ajustada diariamente
Com base no preço de ajuste, como o próprio nome já diz, a margem depositada no ato do negócio será ajustada. Assim, suponha que o preço de ajuste seja agora de R$ 32,00, serão depositados R$ 2,00 na conta do investidor em questão e sua margem, que era de R$ 3,00, será de R$ 5,00.

Agora suponha que no dia seguinte, a média das cotações da ação no mercado futuro no período da tarde, ou seja, o preço de ajuste, tenha caído para R$ 31,00. Com isso, será retirado da conta desse investidor R$ 1,00 e sua margem passa a ser de R$ 4,00. Até a data do vencimento, as margens são ajustadas diariamente.

Vale destacar que, ao mesmo tempo em que é feito um ajuste na margem de um comprador, o mesmo ajuste é feito na margem do vendedor. Assim, se no exemplo anterior o investidor, que no caso é um comprador, teve R$ 1,00 retirado de sua conta de margem, o investidor que lhe vendeu no futuro teve R$ 1,00 acrescido à sua conta de margem.

Como é feita a liquidação?
Conforme aproxima-se a data do vencimento, o valor das ações no mercado futuro aproxima-se do valor das ações no mercado a vista. Dessa forma, na data da liquidação, se a ação no mercado a vista estiver cotada a R$ 37,00, o comprador terá R$ 7,00 na sua conta margem, o que equivaleria à compra das ações no mercado futuro por R$ 30,00 e posterior venda no mercado a vista por R$ 37,00.

Já o vendedor, terá R$ 7,00 retirados de sua conta margem. Percebe-se, dessa forma, ao contrário do que ocorre no mercado a termo , no mercado futuro não necessariamente ocorre a liquidação física.

O investidor pode, no mercado futuro, optar por receber as ações, o que é bastante raro, já que para realizar seu lucro o investidor teria que incorrer em custos de operação para realizar a transação no mercado a vista.

Disputa entre "comprados" e "vendidos"
Como pode-se perceber, ao comprador no futuro, ou "comprado", interessa uma elevação nos preços das ações, enquanto que para os "vendidos", os vendedores no futuro, interessa uma queda no preço das ações.

Com isso, quando se aproxima a data do vencimento no mercado futuro de ações os "comprados" buscam elevar as cotações, enquanto que os "vendidos" buscam pressioná-las. Dessa forma, a aproximação dessas datas traz forte volatilidade à Bovespa, principalmente para papéis de menor liquidez, mas que fazem parte do Ibovespa.


Contrato de opções
Já no contrato de opções existe o direito de comprar e de vender o ativo no período da contratação até a data de expiração desse direito de exercício. O negócio pode não ser realizado no futuro, se o titular considerar desvantajoso exercer a opção. Nesse caso, o preço pago pela opção é o máximo que se pode perder.

Enquanto o titular tem a opção de escolha, o lançador é obrigado a cumprir o payoff do contrato. Este último entra no negócio quando acredita que a opção não será exercida, em função das perspectivas para o ativo na data do contrato. 

Mercado de opções: conheça os conceitos básicos e principais mecanismos

 Ao acompanhar o noticiário econômico, principalmente se você segue, mesmo que seja à distância, o mercado de ações, você já deve ter se deparado com o termo vencimento de opções. Embora muita gente acredite que este é o tipo de conceito difícil de entender, o entendimento de alguns termos básicos e de como este mercado funciona é mais fácil do que você imagina.

Mas o que são opções? Como já é possível deduzir pelo nome, o dono de uma opção, também chamado de titular, pode optar, sem ter a obrigação, por comprar ou por vender um determinado ativo, em uma data futura e por um preço acordado anteriormente, o chamado preço de exercício.

Opções tendo como objeto ações
As opções, que são uma forma de derivativo, podem ter como objeto, ou seja, "derivar" de diversos tipos de ativos, tal como uma moeda estrangeira, por exemplo. No caso das opções negociadas na Bovespa, estas dão o direito ao seu titular de comprar ou de vender ações em uma data futura, ou seja, o ativo-objeto dessas opções são ações.

Quando o titular opta por comprar ou vender as ações como combinado, diz-se que o titular está exercendo a opção. Assim, o ato de exercer a opção é chamado de exercício. O preço de exercício, estabelecido anteriormente, pode também ser chamado de strike price. Como toda opção tem uma validade, caso o titular opte por não exercê-la, a opção expira, ou seja, perde a validade.

O vencimento da opção é a data máxima em que deve ocorrer o exercício, ou seja, o último dia antes de a opção expirar. Vale lembrar que há dois tipos de opções. As de estilo americano permitem o exercício até a data de vencimento, enquanto as opções de estilo europeu permitem o exercício somente na data de vencimento.

De onde surgem as opções?
Mas se o titular da opção possui o direito de comprar ou de vender o ativo-objeto, então quem se compromete a vender ou a comprar esse ativo? É fácil: o lançador da opção é aquele que se compromete a realizar o negócio como combinado, caso o titular opte por exercer a opção.

Vimos, assim, que o lançador se compromete a realizar a operação no futuro, caso seja de interesse do titular da opção, pelo preço pré-determinado. Assim, para se comprometer a realizar a operação, o lançador recebe do titular um prêmio, de maneira semelhante ao que ocorre no mercado de seguros.

A comparação com uma apólice de seguro é válida, já também neste caso você pode exercer o seu direito, ou seja, solicitar o pagamento de um sinistro. A remuneração que você paga à seguradora é equivalente ao conceito de prêmio do mercado de opções.

Dessa forma, em troca de uma determinada quantia, ou prêmio, o lançador está aceitando correr um risco. Do compromisso aceito pelo lançador é que surgem as opções.

Entenda o funcionamento das opções de compra
E qual a diferença entre uma opção de compra e uma opção de venda? No caso das opções de compra, o lançador recebe o prêmio e se compromete a vender, no futuro, um determinado ativo pelo preço pré-estabelecido, caso seja da opção do titular.

Assim, imagine que o lançador tenha se comprometido a vender as ações de uma empresa por R$ 40,00. O titular tem a opção de comprar ou não. Assim, se as ações no mercado a vista, no dia do exercício, estiverem cotadas a um valor superior a R$ 40,00, o titular pode comprar do lançador a R$ 40,00 e realizar um lucro com a venda no mercado a vista.

Dessa maneira, se o valor das ações no mercado a vista superar o strike price da opção de compra, o titular exercerá a opção. Caso contrário, o titular não terá vantagem em exercê-la. Note que com o titular optando por não exercer a opção, o lançador recebeu o prêmio e não precisou realizar a operação.

Percebe-se, portanto, que no caso da opção de compra, o lançador apostou que as ações iriam cair ou permanecer estáveis, enquanto que o titular, que comprou a opção, apostou que as ações iriam subir.

E como funcionam as opções de venda?
No caso das opções de venda, o lançador recebe o prêmio e se compromete a comprar, no futuro, um determinado ativo pelo preço pré-estabelecido, caso seja da vontade do titular.

Assim, imagine que o lançador tenha se comprometido a comprar as ações de uma empresa por R$ 40,00. O titular tem a opção de vender ou não. Assim, se as ações no mercado a vista, no dia do exercício, estiverem cotadas a um valor inferior a R$ 40,00, o titular pode comprar as ações no mercado a vista e vendê-las ao lançador por R$ 40,00, realizando um lucro com a operação.

Dessa forma, se o valor das ações no mercado a vista for inferior ao preço de exercício da opção de venda, o titular exercerá a opção. Caso contrário, o titular não terá vantagem em exercê-la. Note que, a exemplo do que ocorre com a opção de compra, se o titular opta por não exercer a opção, o lançador terá recebido o prêmio sem precisar realizar a operação.

Portanto, ao contrário do que acontece com a opção de compra, no caso da opção de venda o lançador apostou que as ações-objeto iriam subir, enquanto que o titular, que comprou a opção, apostou que essas ações iriam cair.

Ativos preferidos dos especuladores
As opções certamente ficam entre os ativos preferidos para quem gosta de especular e correr maiores riscos em troca da possibilidade de uma remuneração mais alta. Vamos imaginar que o investidor realmente acredite que uma ação vai subir. Usando o exemplo anterior, ao invés de usar seus R$ 2.000 comprando cinqüenta ações a R$ 40,00, vale a pena ele comprar 1.000 opções, pagando um prêmio, digamos de R$ 2,00.

Se a ação for a R$ 50, quem investiu no mercado a vista ganharia R$ 500, que corresponde a 50 ações vezes a diferença de preço (R$ 50 - R$ 40). Já quem comprou a opção ganharia muito mais, pois cada opção valeria R$ 10, que é a diferença entre os R$ 50 no mercado a vista no exercício e os R$ 40 do strike price. Neste caso, o ganho seria de R$ 8.000, ou seja, os R$ 10.000 da opção menos o prêmio de R$ 2.000.

Isso explica porque o mercado de ações acaba virando, na época de exercício, uma espécie de campo de batalha entre os comprados e os vendidos em opções, ou seja, falando das opções de compra, entre os titulares e os lançadores. De fato, pequenas variações nas cotações do mercado à vista podem fazer a diferença entre fortes ganhos ou pesadas perdas no mercado de opções



Vale citar que todo hedge tem custos, além daqueles diretamente observados, como taxas de bolsa, corretagem e spreads. É importante que a empresa calcule, em diferentes cenários, os ganhos e as perdas com cada opção de hedge, bem como esses resultados na ausência de qualquer tipo de hedge. A aversão e o impacto da exposição ao risco nos resultados da empresa devem ser levados em consideração.

Entenda o que significa e como a bonificação afeta o seu investimento em ações

 Uma reação muito comum dos investidores quando se depararam com o conceito de bonificação é acreditar que este evento acaba influenciando a rentabilidade de suas ações. Afinal de contas, o raciocínio é que agora, além das ações que ele já tinha, a empresa anunciou a distribuição gratuita de novas ações a seus acionistas.

No entanto, a distribuição de bonificações em ações geralmente não traz um efeito positivo sobre a posição em ações do investidor, já que o aumento na quantidade de papéis acaba sendo compensado pela queda no preço dos mesmos. Portanto, ter 400 ações a R$ 50 cada, ou 500 a R$ 40 cada faz pouca diferença, já que o valor da posição, de R$ 20.000, segue o mesmo.

O que é a bonificação
Em termos técnicos, a bonificação em ações pode ser descrita como a distribuição de resultados da empresa através da emissão de novas ações, realizada quando da incorporação de reservas ao capital social. Estes novos papéis são distribuídos gratuitamente aos acionistas, sempre na proporção da quantidade de ações que o acionista já possuía.

Neste sentido, a bonificação aumenta o capital social e a quantidade de ações da empresa, porém sem alterar o valor do patrimônio líquido, já que as reservas fazem parte do patrimônio da companhia. Deste modo, isso explica porque não existe alteração no valor possuído por cada acionista, pois, na prática, a empresa não vale mais por conta deste evento.

Vale lembrar, contudo, que o mercado criou uma terminologia para denominar a ação que é distribuída sob a forma de bonificação: é o filhote.
Hedge: entenda o conceito e como ele pode facilitar a administração financeira

Uma companhia que exporta para o exterior corre o risco de que o câmbio se comporte de uma maneira distinta da que o mercado estima, prejudicando seus resultados. Já uma indústria corre o risco de que seus insumos subam, depois de ter assinado um contrato de venda de seus produtos a um preço determinado. Essas e outras situações ilustram riscos os quais as empresas às vezes enfrentam. Mas, será que é possível reduzir tais riscos?

A resposta é sim, através de um mecanismo chamado hedge, mas que acarreta um custo. Isso faz com que nem sempre a sua utilização seja recomendável. Prática obrigatória para algumas empresas, o hedge pode ser desnecessário para outras. Isso dependerá do grau de exposição da companhia e de sua tolerância a determinados riscos.

Vale a pena entender o conceito e como ele pode ser utilizado para atender as necessidades das empresas e mesmo de pessoas físicas, seja através dos contratos a termo, futuro e de opções. Os conceitos seguem simplificados, mas ilustram as principais diferenças entre as alternativas.

Conceito de hedge
O hedge é uma ferramenta de repasse do risco do mercado de determinada atividade a outros agentes econômicos, que resolvem assumi-lo em troca de perspectiva de resultado.

Uma operação de hedge faz sentido para a empresa quando um dos elementos-chave na composição do resultado operacional estiver sendo afetado pelo risco de mercado. O resultado operacional ficaria indeterminado, o que acarreta risco de valor para a empresa.

Em poucas palavras, através dele uma empresa pode reduzir sua exposição a determinados riscos, e, assim, se proteger de fatores externos à sua atividade principal.

Contrato a termo
Uma maneira de realizar o chamado hedge é através do contrato a termo, que implica na venda de um ativo a um preço definido em data futura, sem ajustes diários. Essa alternativa é bastante utilizada porque não movimenta o caixa ao longo de sua duração.

Por outro lado, a operação apresenta baixa liquidez, uma vez que é difícil antecipar o prazo do encerramento. Como o acordo é bilateral, uma parte fica dependente da outra aceitar o fechamento antes da data estipulada. O contrato a termo é largamente utilizado no mercado de câmbio. Caso você queira conhecer mais sobre o mercado a termo, clique aqui

Contrato futuro
Outra maneira de proteção é através do contrato futuro, que difere do mercado a termo principalmente pela existência dos ajustes dos valores em todas as sessões. Traz como vantagem a possibilidade de intervenção no mercado de forma anônima, em pregão. O fechamento do negócio é feito pelo melhor preço e não há a revelação da estratégia do cliente para os demais agentes.

O volume de garantias é geralmente menor se comparado ao contrato a termo, porque as movimentações financeiras diárias reduzem o risco de crédito. Por outro lado, essas saídas e entradas todos os dias trazem uma instabilidade no fluxo de caixa da empresa.

Como pontos positivos para tal estratégia, pode-se citar a elevada liquidez e a grande transparência de preços, que reduz os custos e os riscos operacionais. Para entender melhor o mercado futuro clique aqui.

Contrato de opções
Já no contrato de opções existe o direito de comprar e de vender o ativo no período da contratação até a data de expiração desse direito de exercício. O negócio pode não ser realizado no futuro, se o titular considerar desvantajoso exercer a opção. Nesse caso, o preço pago pela opção é o máximo que se pode perder.

Enquanto o titular tem a opção de escolha, o lançador é obrigado a cumprir o payoff do contrato. Este último entra no negócio quando acredita que a opção não será exercida, em função das perspectivas para o ativo na data do contrato. Se você quiser conhecer melhor o funcionamento do mercado de opções, clique aqui.

Vale citar que todo hedge tem custos, além daqueles diretamente observados, como taxas de bolsa, corretagem e spreads. É importante que a empresa calcule, em diferentes cenários, os ganhos e as perdas com cada opção de hedge, bem como esses resultados na ausência de qualquer tipo de hedge. A aversão e o impacto da exposição ao risco nos resultados da empresa devem ser levados em consideração.
Conheça as diferenças entre os indicadores de dividend yield e dividend payout

 Para muitos investidores, principalmente aqueles de perfil mais conservador, a escolha do melhor investimento no mercado de ações passa pela análise da política de dividendos da empresa.

Além de ser um importante indicador de como a empresa se relaciona com seus acionistas, a distribuição de proventos em dinheiro, como dividendos ou juros sobre o capital próprio, pode impulsionar de forma significativa a rentabilidade do investimento em ações.

Para analisar e comparar as políticas de distribuição de diversas empresas, dois indicadores são bastante utilizados: o dividend payout, ou proporção de pagamento de dividendos, e o dividend yield, ou retorno de dividendos. Neste contexto, vale a pena explicar as diferenças entre eles.

Dividend payout
O dividend payout é um importante indicador da política de dividendos de uma empresa. Ele é calculado como a proporção dos lucros da empresa que são distribuídos na forma de proventos em dinheiro e, em geral, é determinado pela própria empresa, em seus estatutos.

Assim, uma empresa que aplica uma política de payout de 50%, irá distribuir aos seus acionistas metade dos lucros obtidos em um determinado período. Por exemplo, a Cemig, estatal mineira no segmento de energia elétrica adotou em 2004 uma política de payout de 50%. Isso significa que metade do lucro líquido da empresa será distribuída aos acionistas, com o restante sendo retido para diversos fins, principalmente o financiamento de novos investimentos.

Em geral, o dividend payout varia de acordo com o estágio de evolução e as oportunidades de investimento de cada companhia. Em geral, as empresas mais maduras e com menos necessidade de investimentos costumam distribuir uma parcela maior de seus lucros na forma de proventos. No mercado brasileiro, podemos citar como exemplos desse tipo de empresa a Telesp e a Souza Cruz. Já empresas em expansão tendem a pagar uma parcela menor, pois utilizam os recursos para suportar seus planos de investimento e expansão.

Dividend yield
Já o dividend yield não trabalha somente com os dados referentes a quanto foi distribuído em proventos, mas avalia o quanto isso representa em relação ao preço da ação. De certa forma, o conceito é similar ao utilizado no mercado de renda fixa, onde o montante pago em juros representa uma proporção do montante investido, ou seja, a taxa de juro.

No caso do dividend yield, ou retorno de dividendos, o indicador é calculado em duas etapas. Inicialmente, são acumulados todos os proventos pagos em um determinado período, sendo mais comum os últimos doze meses. Assim, se nos últimos doze meses a empresa pagou dividendos de R$ 1,00 por ação e juros sobre o capital próprio de R$ 1,50, o acumulado é de R$ 2,50 por ação.

A segunda etapa consiste em comparar o que este valor representa em relação ao valor da ação. Se o papel está sendo negociado a R$ 25,00, o retorno de dividendos é de 10%, ou seja, os R$ 2,50 pagos em proventos nos últimos doze meses divididos pelo valor da ação (R$ 25,00). Deste modo, pode ser avaliado o quanto, em termos relativos, a ação rendeu em proventos para seus acionistas.

Vale a pena analisar os dois indicadores
Assim, para escolher o melhor papel em termos de distribuição de proventos, vale a pena acompanhar os dois indicadores. Para ser beneficiado pelo payout, o investidor tem que analisar ações com uma previsão de lucro por ação elevado e também com uma proporção de distribuição atraente.

Já o dividend yield pode ser distorcido por diversos fatores, principalmente fortes valorizações ou quedas da ação. Imagine no exemplo anterior que os papéis da empresa que pagou R$ 2,50 em proventos não valham mais R$ 25,00, mas R$ 12,50. Isso indicaria um retorno de dividendos de 20%, porém causado não por uma maior distribuição de proventos, mas sim por uma queda na cotação da ação, o que certamente distorce a comparação!

 

Direitos de subscrição: entenda melhor o que são e como funcionam

 Um evento relativamente comum no mercado de ações e que pouca gente conhece em detalhes o seu funcionamento é a subscrição. De fato, em muitas ocasiões as empresas desejam aumentar o seu capital social e concedem aos seus acionistas um direito de subscrição de novas ações, proporcional às já possuídas.

Isso significa que os acionistas têm uma espécie de direito de preferência na compra das novas ações. Como muitas vezes o preço de venda das novas ações fica abaixo das cotações de mercado dos papéis, isso significa um benefício para os acionistas atuais, que pode ser considerado quando o retorno total do investimento é contabilizado.

Como funciona
Quando a empresa lança uma subscrição de ações, ela anuncia uma série de condições, sendo as principais o número de ações colocadas à venda e o preço de subscrição destes papéis, que resultam no valor total da operação, além do cronograma da subscrição. Assim, o acionista acaba sendo informado de duas variáveis importantes: qual a proporção de novas ações que sua posição já existente dará direito e a qual preço elas estão sendo oferecidas.

Vamos imaginar uma empresa com capital atual de R$ 1 bilhão, composto por 250 milhões de ações valendo R$ 4,00 cada. A empresa agora decide aumentar seu capital em R$ 500 milhões, com as novas ações sendo ofertadas a R$ 3,50 cada. Neste caso, cada acionista terá direito a subscrever ações equivalentes a 50% de sua posição atual, a um preço abaixo do valor de mercado, o que certamente significa um benefício.

Porém, o acionista atual não é obrigado a participar da subscrição. Quando do último dia "com" da subscrição, o acionista receberá um direito de subscrição, que equivale ao direito de participar da subscrição, e que pode ser, dentro de um intervalo de tempo definido pela empresa, negociado na bolsa.

Negociação dos direitos
Neste ponto, os direitos passam a ser negociados de forma separada da ação, ou seja, como mais um papel na bolsa. Assim, quem tinha um papel, a ação original da empresa antes da subscrição, passa a ter dois: a ação e o direito, que geralmente negocia como as quatro letras do código da ação seguido pelo número 1 ou 2 e que pode ser exercido ou vendido para outro investidor.

Estes direitos são negociados por um prazo pré-determinado, geralmente trinta dias, dando ao acionista a opção de exerce-lo, ou seja, entrar com os recursos e participar da subscrição ao preço anunciado pela empresa, ou simplesmente negociar estes direitos com outro investidor. No caso dos direitos permitirem a compra das ações a um preço abaixo de mercado, eles têm valor, que aumenta proporcionalmente com a diferença entre os dois preços (a vista e de subscrição).

Sobras de subscrição e dividendos
Como muitas vezes nem todos os direitos são exercidos, existe o que conhecido na bolsa como sobras de subscrição, que são novamente oferecidas pela empresa ao mercado. Isso permite que a empresa alcance o montante inicialmente desejado na subscrição de ações.

Para quem exerce os direitos e adquire as novas ações na subscrição, vale sempre a pena checar se elas terão direito à distribuição dos últimos dividendos ou juros sobre o capital próprio, caso seja o caso. Se estes novos papéis não tiverem direito a estes proventos em dinheiro, serão negociados de forma diferenciada até que os proventos sejam distribuídos, o que implica, inclusive, em um código de negociação diferente do original.

Ganho de capital: saiba quando não é preciso recolher imposto de renda

 Boa parte das pessoas não sabe que ao vender um bem, ou direito, pode estar sujeito ao pagamento de imposto de renda, que deve ser recolhido não na época da declaração anual do imposto de renda, em abril de cada ano, mas no mês subseqüente à alienação (ou venda) do bem.

Aqui, é importante esclarecer que o imposto de renda, na verdade, só é devido quando existe o que chamamos de ganho de capital. Em outras palavras, você só precisa pagar imposto de renda se conseguir vender o bem por um valor maior do que o valor que pagou por esse mesmo bem.

Lembramos que o objeto desse artigo é discutir os principais casos em que a Receita Federal não tributa o ganho de capital auferido com a venda de um bem ou direito. Por se tratar de um assunto bastante extenso, nos concentramos nos pontos mais relevantes, deixando de lado a discussão de casos específicos que devem ser analisados em separado.

Correção não é possível desde 1996
Ainda que a definição do preço de venda seja fácil, o mesmo não vale para a definição de preço de compra. O custo de aquisição do bem é equivalente ao total desembolsado para a sua compra, o que no caso de financiamentos, por exemplo, equivale à soma da entrada e prestações.

Como quanto menor o valor de aquisição maior o ganho de capital e, conseqüentemente o imposto a ser recolhido, de maneira geral a Receita não permite o reajuste dos valores de compra dos bens.

No passado o reajuste era permitido devido à inflação, mas desde 31/12/1995 ele deixou de ser aplicado, e somente os bens adquiridos antes dessa data é que podem ter seus valores reajustados com base nos termos da Instrução Normativa da Receita Federal no. 84/2001.

Nem todo ganho é tributado
Entretanto, nem sempre é preciso recolher imposto sobre o ganho de capital auferido, já que existem situações em que a Receita isenta o contribuinte desse pagamento.

Perante a legislação tributária, as indenizações são rendimentos isentos, nesse contexto, não é de se surpreender que a Receita isente do pagamento de imposto sobre ganho de capital os casos de indenização por terra desapropriada para reforma agrária, e indenização no caso de sinistro, furto ou roubo de objeto segurado.

Imóveis geram maior parte das dúvidas
A maior parte das dúvidas e, conseqüentemente dos erros, no que refere à necessidade de recolhimento do imposto sobre ganho de capital está relacionada aos bens imóveis.

Nesse sentido, a primeira coisa a se saber é que todos os contribuintes que venderam imóvel único por um valor inferior a R$ 440 mil estão isentos do pagamento de imposto sobre o ganho de capital, desde que não tenham efetuado, nos cinco anos anteriores, alienação de outro imóvel a qualquer título, tributada ou não. Também está isenta do pagamento de imposto sobre ganho de capital, a venda dos imóveis que foram adquiridos até 1969.
  • Fator redutor. Já para os imóveis adquiridos entre o período de 1969 e 1988, a Receita Federal permite a adoção de um fator redutor no cálculo do ganho de capital. Esse fator varia de 100% para imóveis adquiridos em 1969 até 5% para imóveis comprados em 1988.

    Por exemplo, se na venda de um imóvel comprado em 1988 o ganho de capital auferido foi de R$ 50.000,00, o que o fator redutor faz é diminuir esse montante em 5%, de forma que o ganho de capital reduz para R$ 47,5 mil. Vale lembrar que esse percentual de redução é automaticamente calculado pelo programa suporte de ganho de capital, e não precisa ser preenchido pelo contribuinte.
A Receita também isenta do pagamento de imposto sobre ganho de capital os casos de permuta de unidades imobiliárias, nos casos em que não existe pagamento de diferença em dinheiro.

Bens de pequeno valor
Outra dúvida comum está relacionada à venda de bens de pequeno valor. Como declarar, por exemplo, o ganho obtido com a venda de eletrodomésticos, computadores, etc. Esses ganhos são passíveis de tributação?

Nesse caso, a isenção vai depender do montante apurado com a venda. Caso ele seja inferior a R$ 20 mil, então a Receita também isenta o contribuinte do pagamento de imposto sobre esse ganho. Também é concedida isenção aos sócios que recebem restituição da sua participação acionária em uma determinada empresa não em dinheiro, mas em bens e direitos.

Posse conjunta
Uma situação bastante comum ocorre nos casos em que o bem ou direito não pertence a uma única pessoa, mas sim a um grupo de pessoas. Como calcular, por exemplo, o ganho com a venda de um imóvel que pertence a mais de uma pessoa. Nesse caso, o tratamento tributário vai depender de como a posse do bem é compartilhada.

No caso de bens possuídos em condomínio, o que inclui os casos de união estável, o valor da venda é calculado de acordo com a parcela pertencente a cada condômino ou co-proprietário. No caso de união estável, essa parcela é fixada em 50%. Assim, no caso de imóvel possuído em condomínio, cada um dos condôminos está isento do recolhimento do imposto, desde que a sua parte não supere o teto de R$ 440 mil.

O mesmo já não acontece nos casos em que os bens são possuídos em comunhão. Esse é o caso, por exemplo, das sociedades conjugais, que são estabelecidas entre marido e mulher e cujos termos variam de acordo com o regime de casamento. Nesses casos, o teto de isenção não é baseado na parte que pertence a cada um dos cônjuges, mas sim ao valor do bem como um todo.

Por último, nos casos em que o bem foi recebido em doação, ainda que o recebimento desse bem esteja isento do pagamento de imposto, caso ele seja vendido, e não se encaixe nos casos de isenção discutidos acima, então o contribuinte terá que recolher o imposto de renda sobre o ganho de capital auferido com essa venda. Nesse caso, o ganho será calculado assumindo que o custo de aquisição do bem foi zero.

 

Ações: entenda como calcular o imposto devido

 Na hora de aplicar seu dinheiro, muita gente ignora o impacto do pagamento de imposto de renda na rentabilidade da aplicação. A mudança nas regras de tributação das aplicações financeiras veio complicar essa tarefa.

Afinal, se antes das mudanças bastava aplicar uma alíquota única de 20% sobre o ganhos, agora é preciso analisar não só o tipo de investimento, renda fixa ou variável, e o prazo de aplicação.

Na renda variável as mudanças levaram a uma redução da alíquota, que continua sendo única, mas baixou para 15%, e no fato de que agora se recolhe imposto na fonte a uma alíquota de 0,05%.

Porém, mesmo antes das mudanças boa parte dos investidores ainda tinha dúvidas sobre como recolher imposto no investimento direto em ações. Isso porque nos fundos de ações o recolhimento fica a cargo da instituição gestora o que facilita a vida do investidor.

Como é calculado o imposto
A Receita Federal determina que o ganho líquido na operação de venda das ações será obtido pela diferença positiva entre o valor da venda e o custo médio das ações vendidas, sendo que, sobre este ganho, o investidor terá que pagar 15% a título de imposto de renda. A definição de custo médio de compra é dada a seguir.

Vale lembrar que as despesas com corretagem, taxas ou outros custos necessários à realização da compra ou venda das ações devem ser somados ao custo de aquisição das ações, para fins de se determinar o ganho líquido da operação. Além disto, existem operações em bolsa que são completamente isentas. Este é caso, por exemplo, dos ganhos obtidos em vendas de ações com valor de venda inferior a R$ 20 mil durante o mês. Este valor é válido apenas para operações realizadas desde 1o de janeiro de 2005.

Como a Receita define preço médio
A Receita Federal é bastante clara ao estipular a regra de cálculo do preço médio, que é usado para calcular o imposto devido na venda de uma determinada ação. Assim, o preço médio é calculado pela média ponderada dos custos unitários, por espécie de ação, calculado da seguinte forma:

  • (1) Some os gastos com as compras da ação que pretende vender até a data da venda da referida ação;

  • (2) No momento da venda, divida o valor encontrado em (1) pela quantidade do ativo em seu poder. Com isto, você obtém o valor de cada ação, que, multiplicado pela quantidade de ações, representará o custo médio de aquisição;

  • (3) Nos casos em que o investidor vende apenas parte das ações que possui (venda parcial), o valor do estoque remanescente será ajustado, subtraindo-se do valor encontrado no item (1) o custo médio do ativo vendido.
Exemplo prático
Para ajudá-lo a entender melhor o cálculo do imposto devido, vamos assumir uma situação de múltiplas compras de ações:
  • a) 2.000 ações compradas em17/09 a R$ 5,40;
  • b) 1.200 ações compradas em 05/11 a R$ 3,40;
  • c) 3.000 ações compradas dia 05/03 a R$ 3,85;
  • d) 3.000 ações vendidas em 07/04 a R$ 4,40;
  • e) 2.000 ações vendidas em 09/16 a R$ 5,50
Operação Quantidade e Preço Custo da operação
Compra 2 mil e R$ 5,40 R$ 10,8 mil
Compra 1,2 mil e R$ 3,40 R$ 4,080 mil
Compra 3 mil e R$ 3,85 R$ 11,55 mil
  Custo médio R$ 4,26


Ganho na operação de venda 1
Operação Quantidade e Preço Gasto na operação
Custo da compra das ações 3 mil e R$ 4,26 R$ 12,788 mil
Receita com venda 3 mil e R$ 4,40 R$ 13,2 mil
  Ganho líquido R$ 411


Ganho na operação de venda 2
Operação Quantidade e Preço Gasto na operação
Custo da compra das ações 2 mil e R$ 4,26 R$ 8.525,81 mil
Receita com venda 2 mil e R$ 5,50 R$ 11 mil
  Ganho líquido R$ 2.474,2
  Ganho total
nas duas vendas
R$ 2.885,5
  Imposto a pagar R$ 432,8

Não é difícil verificar que, neste caso, o preço médio não se alterou, pois não houve nenhuma nova compra entre as duas vendas efetuadas. Entretanto, se houvesse uma compra entre as duas operações de venda, o estoque de ações deveria ser ajustado pelo custo da nova compra, de forma a se determinar o novo preço médio.

Compensação de perdas
A compensação de ganhos com perdas é feita da seguinte forma. Para cada mês calendário você terá que preencher na declaração suporte de Ganho de Capital o quanto ganhou e perdeu com a venda de ações, de forma a obter um resultado consolidado para o mês. Em outras palavras, se você ganhou R$ 2 mil, mas perdeu R$ 1 mil em um mesmo mês calendário, então seu resultado neste mês é positivo em R$ 1 mil.

Além da compensação dentro do mês, é possível compensar perdas acumuladas nos meses anteriores. Deste montante de R$ 1 mil de ganhos no mês, você também pode deduzir perdas acumuladas nos meses anteriores. Assumindo que no acumulado dos últimos 12 meses tenha prejuízo de R$ 3 mil, então sua base de imposto será calculada como sendo os R$ 1 mil líquidos que ganhou neste mês, ajustado para as perdas acumuladas nos meses passados, ou seja, será negativa em R$ 2 mil.

Esta perda líquida passa a ser a nova perda acumulada em 12 meses, que poderá ser usada para compensar ganhos obtidos nos meses seguintes. Entretanto, se ao deduzir o valor das perdas passadas você obtiver um valor positivo, por exemplo, se a perda acumulada fosse de R$ 500 (e não de R$ 2 mil), então você pagaria imposto de 20% sobre este ganho. Ou seja, no exemplo, pagaria imposto de 15% sobre R$ 500, onde R$ 500 equivale à diferença entre R$ 1 mil do imposto no mês e R$ 500 de perdas acumuladas.

Por último, vale ressaltar que só é possível compensar operações de mesma espécie, ou seja, dentro do mesmo mercado. Assim, perdas no mercado à vista só podem ser compensadas com ganhos neste mesmo mercado, e não com ganhos no mercado a termo, por exemplo.

Recolhimento é mensal
Uma dúvida comum entre os contribuintes está relacionada ao recolhimento do imposto devido, que deve ser feito mensalmente, até trinta dias depois do ganho ter sido registrado.

Se por algum motivo você atrasar o pagamento do imposto devido, então valem as mesmas regras de multa aplicadas na declaração de IR, ou seja, você paga multa diária de 0,33% ao dia até um limite de 20% do imposto devido, depois do que a multa é fixa neste montante.
Ebitda: entenda o conceito e o cálculo desse importante indicador de desempenho


 Em época de divulgação de resultados corporativos, como a atual, muitos investidores costumam analisar os demonstrativos divulgados pelas empresas. Mesmo comparando com as projeções dos analistas, é difícil entender se o resultado anunciado foi bom ou ruim, graças às contas tidas como confusas por aqueles menos experientes.

Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas de mercado é o chamado Ebitda, também conhecido como Lajida, cujo conceito ainda não é claro para muitas pessoas. A sigla corresponde a Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization", ou seja, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.

Em linhas gerais, o Ebitda representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em sua atividade, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. Difere do Ebit, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere à depreciação e amortização. O Ebit considera estes efeitos contábeis.

A utilização do Ebitda ganha importância, porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou prejuízo) tem sido insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período, já que muitas vezes é influenciado por fatores difíceis de serem mensurados. Confira as aplicações e limitações do conhecido Ebitda.

Como calcular o Ebitda?
Um primeiro passo é calcular o lucro operacional, que, de acordo com o critério utilizado no Brasil, é obtido como a subtração, a partir da receita líquida, do custo dos produtos vendidos (CPV), das despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e outros itens financeiros). Vale lembrar que a definição de lucro operacional em boa parte do mundo exclui o resultado financeiro.

Já para calcular o Ebitda, é preciso somar do lucro operacional a depreciação e amortização inclusas no CPV e nas despesas operacionais. Isso porque essas contas não representam saída de caixa efetiva no período. Em resumo, a depreciação de um equipamento quantifica a perda de sua capacidade produtiva graças ao uso ou tempo, e, portanto, a perda de seu valor para a empresa. Essa perda, vale ressaltar, é econômica e não financeira, ou seja, não há um desembolso efetivo de recursos no período.

Outra conta que deve ser acrescentada no Ebitda é a despesa financeira líquida, que foge do escopo de análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho operacional. Ou seja, para o cálculo do Ebtida, adicionam-se os juros, depreciação e amortização ao Lucro Operacional Líquido antes dos impostos.

Aplicação do Ebitda
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir com mais precisão a produtividade e a eficiência do negócio.

Como percentual de vendas, ou margem Ebitda, pode ser utilizado para comparar as empresas quanto à eficiência dentro de um determinado segmento de mercado. Além disso, a variação do indicador de um ano em relação a outro mostra aos investidores se uma empresa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade.

Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o Ebitda pode dar uma falsa idéia sobre a efetiva liquidez da empresa. Além disso, o indicador não considera o montante de reinvestimento requerido (pela depreciação), fator especialmente crítico nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta.

Assim, o Ebitda é um indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado combinado com outros indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada da performance da empresa. Ainda assim, é certamente o mais acompanhado pelos analistas e acaba ganhando bastante importância também na análise de crédito e nos múltiplos de avaliação de empresas.

 

Qual mercado devo escolher na hora de investir: à vista, a termo ou de opções?

 Se você é um pequeno investidor ou mesmo um curioso que procura mais conhecimento sobre as regras que coordenam o mercado de títulos e valores mobiliários, os termos mercado de opções, mercado a termo e mercado a vista não devem mais ser nenhuma novidade.

Entretanto, para elucidar os fatos e acabar com qualquer dúvida de um possível leigo, vale a pena descrever os procedimentos seguidos em cada uma destas modalidades de investimento:

Entenda cada um destes mercados
O mercado de opções é o mercado onde são negociados direitos, no caso a opção, de compra ou venda de títulos e valores mobiliários a um preço e um prazo pré-determinado. Quem compra a opção, chamado de titular, paga um prêmio por este direito, podendo liquidar a operação na data de vencimento ou em qualquer dia até a data final combinada, dependendo da modalidade de liquidação (estilo americano ou europeu).

No mercado de opções o investidor não é obrigado a exercer sua opção. A decisão de concluir uma operação ou não neste mercado é exclusiva do beneficiário. Por exemplo, se você compra uma opção de compra de ações da Telemar a R$ 45 e o papel ficar abaixo deste valor no mercado a vista, não vale a pena exercer, pois seria mais barato comprar no mercado a vista do que exercer a opção.

Já o mercado a termo se resume à compra ou venda de ativos para liquidação futura, onde o comprador e o vendedor acertam a cotação e o prazo dos papéis, com a garantia de que na data combinada (ou em qualquer momento até a data final contratada) o comprador entregará o dinheiro e receberá os papéis.

A grande diferença entre estes mercados, deste modo, é o fato de que o primeiro oferece o direito, ou opção, de compra ou venda futura de um ativo a um determinado valor com um prazo preestabelecido. Já o segundo negocia a obrigação de compra ou venda de uma ação para liquidação futura com preços e prazos também pré-fixados.

Já o mercado a vista nada mais é do que a compra ou venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço estabelecido no mercado.

Qual destes mercados é mais lucrativo?
Bom, agora, após tudo esclarecido, você talvez esteja se perguntado: mas qual a vantagem entre uma modalidade de investimento e a outra? Qual eu devo escolher na hora de investir o meu dinheiro? Será que eu posso ganhar dinheiro mesclando meus investimentos entre o mercado a termo e de opções?

Para responder a essas perguntas, a primeira coisa que o investidor precisa conhecer são as vantagens de se investir em cada um destes mercados.

Qual a vantagem de se investir no mercado a termo?
O mercado a termo oferece inúmeras possibilidades de investimento, em resposta a uma série de objetivos. Para ficar mais fácil o entendimento, vamos primeiro mostrar os benefícios de se comprar e vender ações a termo para depois comentarmos estratégias mais sofisticadas de investimento.

A compra de ações a termo permite ao investidor garantir preços de compra, diversificar riscos e alavancar recursos. Por exemplo, se o investidor acredita que um determinado papel vá subir, a compra a termo pode ser uma boa opção de investimento, pois o contrato a termo fixa o preço da ação. Assim, caso o papel, na data final do contrato, alcance um valor de mercado superior à cotação estipulada no contrato, o investidor ganhará com a operação, embolsando a diferença.

A compra de ações a termo pode proporcionar também a diversificação de riscos e, ao mesmo tempo, a alavancagem de recursos, uma vez que o investidor não precisa concentrar todo o seu dinheiro em um só ativo. Nesta modalidade, o aplicador pode comprar um número maior de ações, pagando apenas uma margem de garantia para cada uma delas.

A venda a termo também pode ser utilizada para maximizar os ganhos de uma operação. Vamos supor que um aplicador já está satisfeito com a valorização de um dos papéis que compõem sua carteira, mas não precise de dinheiro no momento. Ele pode vender estas ações no mercado a termo, garantindo um bom preço de venda e elevando seus ganhos com o recebimento do preço a vista acrescido dos juros do período.

Como ganhar dinheiro no mercado a termo e a vista?
Dependendo da estratégia utilizada e da necessidade do investidor, a venda e/ou a compra de uma ação a termo combinada com a venda e/ou compra de um papel no mercado a vista pode acabar se tornando uma boa opção de investimento. Vamos supor a seguinte situação:

Um investidor é dono de 51% do capital de uma empresa. Porém, devido a um problema pontual, ele precise de dinheiro. Neste caso, esse sócio majoritário pode vender parte de suas ações a vista e comprar um volume igual a termo, gerando caixa no curto prazo sem, portando, diminuir sua participação acionária.

Já para o investidor que optar por comprar ações à vista e vender a termo, o ganho será certo, pois este receberá a diferença entre o preço a vista e a termo da ação. Vale destacar que, neste caso, o investimento só será rentável caso o preço a termo do ativo negociado for superior ao preço a vista acrescido de uma taxa de juro condizente as taxas pagas por outros investimentos de risco semelhante.

Porém, neste caso, o ganho será certo, mas não necessariamente o maior. É claro que, se o investidor comprar à vista a 10 e vender a termo a 12, ele estará lucrando. Mas se o preço das ações no mercado a vista na data final do contrato for 13, o investidor terá perdido a oportunidade de elevar seus ganhos.

Certificados de Depósito Bancário: o que são os CDBs e como funcionam

 Uma das principais funções dos bancos é o que se chama de intermediação financeira, o que, de uma forma mais simples e contextualizada, significa estabelecer pontes entre poupadores e tomadores de recursos.

Os tomadores de recursos tomam empréstimos a prazos definidos e, como compensação, pagam juros sobre esses valores. Por sua vez, os poupadores buscam obter ganhos na forma de juros ao deixar seus recursos em aplicações financeiras, como fundos de investimento, cadernetas de poupança ou Certificados de Depósito Bancário, os CDB.

Os CDB são títulos emitidos pelos bancos, registrados na Central de Custódia de Títulos Privados (Cetip) e vendidos para o público como forma de captação de recursos. Esses títulos são negociados a partir da taxa bruta de juro anual, ou seja, sem levar em conta a tributação e a inflação.

Por se tratarem de títulos, não é possível para o investidor realizar aplicações adicionais, tal como ocorre com os fundos ou mesmo a caderneta. Assim, caso o investidor queira aumentar suas aplicações em CDB, terá que adquirir um outro título.

Sobre as aplicações em CDB incide Imposto de Renda na Fonte (IRF) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), caso os recursos permaneçam aplicados por menos de 30 dias. Há duas modalidades principais de CDB: CDB prefixado e CDB pós-fixado.

CDB prefixados
Os CDB prefixados são títulos com prazo mínimo de 30 dias, negociados por meio de uma taxa bruta de juro anual que é apresentada ao investidor no momento da aplicação, e que varia de instituição para instituição. Além disso, quanto maior for o montante aplicado, em geral, maiores são as taxas de juros oferecidas pelos bancos.

Geralmente, essas aplicações são procuradas pelos investidores mais conservadores, que buscam fugir da baixa rentabilidade da caderneta de poupança, mas ao mesmo tempo querem ter certeza do ganho que suas aplicações devem lhes proporcionar no futuro.

Para aplicações de longo prazo, contudo, o investidor deve estar atento em relação às perspectivas das taxas de juros de mercado. Uma eventual elevação das taxas de juros de mercado significa, em termos relativos, perda de rentabilidade para aqueles investidores que apostaram em papéis prefixados. Além disso, o investidor não deve esquecer que a taxa de juros apresentada não leva em consideração os efeitos da inflação e da tributação.

CDB pós-fixados
Os CDB pós-fixados são títulos com prazo mínimo de 120 dias, com valores atualizados através de um percentual da taxa CDI, que é a taxa média dos juros praticados nas operações interbancárias de um dia, o chamado overnight.

Como a taxa CDI é fortemente influenciada pela taxa básica de juro, a Selic, este tipo de investimento é bastante procurado quando há expectativas de elevação desta taxa. Há, ainda, os CDB pós-fixados indexados à variação da Taxa Referencial de juros, a TR. Nesses casos, além da TR, há uma taxa de juros pré-determinada que também é aplicada.

Assim como ocorre nos CDB prefixados, o percentual do CDI utilizado como indexador do título varia de banco para banco, além de aumentar à medida que aumenta valor aplicado.

Fundo Garantidor de Crédito
Assim como nos casos dos depósitos a vista e das cadernetas de poupança, as aplicações em CDB são garantidas pelo FGC - Fundo Garantidor de Crédito. Assim, em caso de falência ou liquidação da instituição bancária, o aplicador tem garantido o total de R$ 20.000,00, independentemente do valor total e da distribuição em diferentes formas de depósito e aplicação.

Vale lembrar que o FGC não cobre as aplicações em fundos de investimento, pois há uma distinção clara entre o patrimônio dos bancos não se confunde com o patrimônio dos fundos de investimento por eles administrados.

Proventos: conheça a diferença entre as formas de remuneração dos acionistas

Embora praticamente todo mundo que acompanha o mercado de ações já tenha se deparado com os conceiros dividendos ou juros sobre o capital próprio, muita gente ainda têm dúvidas em relação à diferença entre estes dois conceitos e como eles se comparam com outros proventos, como bonificação e subscrição.

Em primeiro lugar, é importante diferenciar os proventos pagos em dinheiro, como dividendos e juros sobre o capital próprio, dos proventos no qual o benefício ao acionistas se dá na forma de ações, como subscrições ou bonificações.

Distribuição de parte dos lucros da empresa
O conceito básico por trás dos proventos em dinheiro é a distribuição de parte dos lucros obtidos por uma empresa para seus acionistas. Ao comprar uma ação, você se torna acionista e, portanto, tem direito a receber a sua parte dos lucros que a empresa gera.

Assim, quando você recebe dividendos de uma empresa, você está recebendo uma parcela do lucro, que é determinada pela legislação brasileira em pelo menos 25% dos lucros gerados pela empresa em um determinado período de tempo. Para a empresa, os dividendos são distribuídos a partir do lucro líquido, ou seja, após o pagamento de IR, CSLL e outros impostos ou contribuições.

Com isso, os valores que são anunciados em dividendos para os acionistas já são líquidos de imposto de renda, já que a empresa efetuou o pagamento de impostos sobre estes lucros.

Juros sobre capital próprio
Outra forma de pagamento de proventos em dinheiro é através dos juros sobre o capital próprio (JCP). Para o acionista, a grande diferença é que ele tem que pagar 15% de imposto de renda na fonte, de forma que sempre é preciso ficar atento se o valor anunciado é o bruto (sem impostos) ou líquido (já descontando os impostos).

Para a empresa, muitas vezes o uso de JCP é vantajoso do ponto de vista fiscal. Desde sua criação, o pagamento de JCP permite que a empresa remunere seus acionistas até o valor da TJLP, com o valor sendo considerado como despesa financeira. Com isso, ele reduz o lucro tributável, diminuindo o IR a ser pago pela empresa.

A grande vantagem é que a empresa pagaria impostos maiores sobre o lucro, na faixa de 25%, do que os acionistas, que pagam 15% sobre os JCP. Assim, ela pode oferecer JCP, que mesmo após o pagamento de IR, podem ser maiores do que seriam na forma de dividendos, em função da diferença nas alíquotas de tributação.

Bonificação
Já a bonificação não é, na grande maioria das vezes, um provento em dinheiro, mas sim em ações. Assim, representa uma distribuição gratuita de novas ações, geralmente em função de aumento de capital ou incorporação de reservas. É importante destacar que, ao contrário dos dividendos e JCP, onde existe um efetivo desembolso de dinheiro, no caso de bonificações as cotações das ações podem se ajustar.

Por exemplo, se a empresa anunciar uma bonificação de 100%, ou seja, uma nova ação para cada possuída, sem uma contrapartida em termos de aumento do efetivo valor da empresa, o preço das ações tende a se ajustar. Por exemplo, se o valor da empresa era de R$ 1 bilhão e ela tinha 500 milhões de ações a R$ 2,00 cada, dar uma bonificação de 100% em geral leva o preço das ações a R$ 1,00, já que são agora 1 milhão de ações de uma empresa que continua valendo R$ 1 bilhão.

Subscrição
A subscrição representa um direito dados aos acionistas para que eles adquiram novas ações a custo e preço determinado. A subscrição pode surgir como um benefício aos acionistas caso o preço de subscrição seja inferior ao preço de mercado, de forma que está sendo dada uma espécie de "desconto" para os acionistas.

Caso o preço seja equivalente ou superior ao de mercado, isso muitas vezes não representa uma vantagem, já que não existe condição diferenciada em relação a quem ainda não possui ações da empresa.

 

Glossário
  Ibovespa
  IGC - Índice de Governança Corporativa
  Máx 52 s
  Mín 52 s
  Volume Médio Negociado
  Liquidez
  Valor de mercado da empresa
  P/VPA
  Índice P/L
  Pay Out
  Dividendos
  Vendas Líquidas
  Lucro/Resultado Operacional
  Lucro Líquido
  Endividamento Oneroso
  Patrimônio Líquido
  Caixa
  Ativo Permanente
  Ativo Total
  Lucro Bruto
  Custos
  Margem Bruta %
  Margem Líquida %
  Grau de Endividamento Oneroso
  Lucro Normalizado
  Resultado Extraordinário
  EBITDA
  EBIT
 
O Ibovespa é uma carteira teórica, atualmente composto por 57 ações, atualizado a cada quatro meses. Nele estão listadas as empresas mais negociadas na Bovespa, sendo que quanto maior a liquidez do papel, maior o seu peso na carteira teórica. Os critérios de liquidez definidos pela Bolsa são: presença nos pregões, o número de negócios e o volume financeiro movimentado.
 

Mede o comportamento das empresas que pertencem e possuem o selo nível 1. São empresas que se comprometem a dar informações e também a se relacionar de forma mais próxima com os acionistas minoritários.
 

Cotação máxima do papel nas últimas 52 semanas.
 

Cotação mínima do papel nas últimas 52 semanas.
 

Volume médio diário transacionado nos últimos 30 dias. Permite uma análise de liquidez diária do papel e é comparável a outros papéis e conseqüentemente ao volume diário negociado na Bolsa.
 

Maior ou menor facilidade de se negociar uma ação convertendo-a em dinheiro.
 

Simples multiplicação da cotação atual pela quantidade de ações total. Dá idéia de quanto o mercado avalia a empresa e normalmente é comparável com o Patrimônio Líquido da empresa. Desta comparação surge o índice P/VPA.
 

P é preço atual e VPA é o patrimônio Líquido dividido pelo número total de ações. Quando o índice é igual a 1 o valor de mercado e o patrimônio Líquido são iguais. Abaixo de 1 (hum ), teoricamente, o mercado subavalia a empresa e acima de 1 (hum), o mercado superavalia a empresa. É importante comparar com outras empresas, o setor e da Bolsa.
 

Teoricamente mede o retorno em anos do capital investido ( quanto menor melhor), mas é usado na prática como comparativo, com outras empresas e o mercado. É fruto da divisão do preço atual pelo lucro projetado p/ ação.
 

É a porcentagem do lucro líquido que é pago como dividendos. A lei determina no mínimo 25%. É um bom indicador para saber quem são as empresas que melhor pagam dividendos.
 

Parte do lucro destinado aos acionistas.
 

Bens e/ou serviços vendidos, vezes o preço. Apuradas após os impostos sobre as vendas ( IPI, ICMs) e as devoluções de mercadorias.
 

É o lucro apurado, teoricamente, com as atividade próprias.
 

Resultado final de todas atividades após um período específico.
 

Toda dívida que envolve pagamento de juros.
 

Diferença entre o Ativo Total e o Passivo de curto e longo prazo. É o capital próprio investido na empresa
 

Dinheiro em caixa, bancos e aplicações Financeiras de liquidez imediata.
 

Ativos usados para produção de bens. Máquinas Equipamentos, prédios, veículos, investimentos em outras empresas compõem o grosso desta conta.
 

Soma de todos ativos, ou seja dos bens e direitos.
 

Vendas Líquidas menos custos.
 

Dispêndio aplicado diretamente e indiretamente na produção de bens e serviços ( mão-de-obra, matéria-prima, energia, etc)
 

É a divisão entre o lucro bruto e as vendas líquidas. É importante na comparação com anos anteriores e com outras empresas de igual atividade.
 

É a divisão entre o lucro líquido e as vendas líquidas.
 

Mede quanto de capital de terceiros oneroso a empresa utiliza na sua atividade (ATIVOS). Em países como o Brasil onde o capital é escasso, quanto menor for este índice melhor será para a empresa. A formula é: Divida Onerosa de curto e longo prazo dividido pelo total do Passivo.
 

A Lafis elimina do Lucro Líquido publicado os resultados extraordinários, pois estes distorcem uma análise mais precisa do atual momento e prejudica uma visão futura.
 

Receitas ou Despesas que pertencem apenas ao exercício atual, são chamados resultados não recorrentes, ou seja não vão se repetir nos próximos exercícios.
 

Sigla em Inglês Earnings Before Interest, Tax, Depreciation and Amortization ( Lucro antes das despesas financeiras, Impostos, Depreciação e Amortização ). Índice utilizado pelos analistas de investimentos para comparar empresas de diferentes países. O EBITDA elimina as diferenças existentes nos mercados em Taxa de juros, Impostos, Taxas de Depreciação e Amortização.
 

Sigla em Inglês Earnings Before Interest and Tax ( Lucro antes das despesas financeiras e Impostos). Segue o modelo do EBITDA exceto pela Depreciação e Amortização.
 

                                                                                                                              

                                                                                                             

                               ULTIMA ATUALIZAÇÃO DA PÁGINA EM:  10/06/05 08:36:06

                                                  

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