DIGRESSÕES SOBRE EVOLUÇÃO
 
Esta seção é a integra e-mails trocados com vários amigos virtuais que me procuraram para discutir estas        "famigeradas" idéias darwinistas, que soam igualmente pecaminosas e sedutoras...


O grande mal dos pensadores sociobiologistas é certamente o reducionismo, hei de convir contigo. A idéia do ser vivo enquanto propagador de genes soa um tanto quanto herética, uma supersimplificação da magnitude da "Criação Divina", não é?! Bem, devo confessar que acho as idéias ultradarwinistas (essa facção encabeçada por Richard Dawkins, que extrapola o darwinismo tradicional) extremamente sedutoras... Não que eu acredite nelas a tal ponto que saia por aí fazendo apologia ao DNA, mas acho que o homem subestima sua natureza primata.
Certamente a cultura há muito tempo ultrapassou o código genético como caracterizadora de padrões de comportamento humano. Mas quem há de negar que a evolução, e aí leia-se seleção natural, atue sobre o genótipo?? Que a unidade de seleção é o gene? É claro, não vemos o processo acontecer... A evolução é vista em seus efeitos filogenéticos: espécies se subdividindo em outras espécies (processo denominado especiação). A cultura enquanto sobrepujadora da natureza é um fator relativamente recente.
 

As idéias novas sempre pecam pelo excesso de radicalismo, mas acredito que seu intuito é claro: ferir os paradigmas até então indubitáveis. O homem enquanto dono de seu destino, fazendo-se de forte mesmo tendo genes fracos, sobrevivendo a tudo e todos... Mais: intervindo no ambiente em que vive, subjugando as forças naturais. Os tempo mudam e mudam... Não somos mais fruto da seleção natural, nem vivemos em um mundo sujeito a alterações climáticas inavisadas e irremediáveis. Para quase tudo tem-se um equipamento que nos alivie o calor, a falta de ozônio, o frio enregelante). No entanto, dizer que o homem não é sujeito as ordens de seus genes é negar que somos vivos.  A cultura nada mais seria, segundo esse conceito, que um fruto da interação homem X ambiente. Logo, estaria intimamente ligada as leis darwinianas. Isso é inegável...

Ninguém discute que a sociedade humana praticamente estagnou sua evolução natural. Nós evoluímos tecnologicamente agora. Nossa seleção atuante é a seleção artificial. E quando permitirem que os pais escolham abortar filhos com má-formação, em quantas gerações nosso perfil mudará? Eu, ao contrário das teorias massificadoras pregadas durante o Holocausto, acho que o homem está interferindo muito além do que deveria. Rastrear nosso mapa genético será um divisor de águas. Uma arma biológica. Sei lá, desconfio dos interesses por trás disso. Certamente não é a cura do câncer que eles procuram...   

A propósito, acho "O sorriso do flamingo" do S.J.Gould fabuloso. Ele ainda se preocupava mais com questões paleontológicas, do que com a filogenia do chocolate Hershey...


To be continued
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