Eis o que tenho a explicar:
Isto aqui só lê quem gosta.
E a quem ler e não gostar,
Permito que vá à bosta.
José Rocha Ramos, nasceu a 4 de março de 1931. Casou com Eli Alves Leite, hoje Eli Alves Rocha.
Em 1983, integrou-se ao Clube dos Trovadores Capixabas, CTC, de Vitória, ES.
Faleceu na manhã de 9 de Dezembro de 1989. Publicou, "Bicho Bom", Trovas, Vitória, 1986 e "Cem Trovas Sem Vergonha", Vitória, Agosto de 1986.
Abaixo algumas Trovas do Livro, já esgotado, "Cem Trovas Sem Vergonha", um livro pioneiro, já que é o primeiro livro inteiramente de Trovas Escabrosas.
É um mulherão de dar gosto,
Obra divina e do diabo:
O que Deus lhe pôs no rosto,
Pôs-lhe o demônio no rabo.
Do adorno até a comida;
Do Uísque até o Sorvete;
Tudo sobe nesta vida,
Só não sobe o meu cacete.
Se não quer ser mãe solteira,
Vá tocando siririca
E deixe seu cu à inteira
Disposição de uma pica.
Eis o meu ponto de vista
Que acho ser abalizado:
Lá no fundo, o moralista
É um indecente frustrado.
Só come do que não gosta,
Seu viver é um desespero:
Pobre só não come bosta
Porque não acha tempero.
Vida de pobre é sacana:
Tem tanto azar e avaria
Que se merda fosse grana,
O pobre não cagaria.
Em nos causar sensação
Toda banhista é fecunda.
Ai, meu Deus, haja tesão
Para cobrir tanta bunda!
Ela sabe que é gostosa,
Escultural, sem defeitos.
Por isso, toda melosa,
Mostra o rabo e exibe os peitos.
Se a mulher gemesse fundo
Toda a vez que ela nos trai,
Só se ouviria no mundo
Ui-ui-ui e ai-ai-ai.
As briguinhas de um casal
Que em verdade ainda se ama,
Findam de noite e, em geral,
Quando os dois estão na cama.
Após tudo, posso, enfim,
Proclamar alto e bom som:
Esposa é bicho ruim,
Mas mulher é bicho bom.
Tive um azar do capeta,
Perdi todo o meu trabalho:
Plantei um pé de boceta
Que produziu só caralho.
De ser um bom fodedor,
Com prazer, carrego a fama:
Por dinheiro ou por amor,
Eu sempre dou show na cama.
Brincamos de passarinhos
Desde os tempos de fedelhos,
E hoje boto meus ovinhos
No ninho de seus pentelhos.
Adão masturba, e o capeta,
Vendo aquilo se incomoda:
- Se Deus criou a punheta,
Farei melhor, crio a foda.
Por ser muito fedorenta
A boceta da Clarita,
Meu caralho não aguenta:
Quando entra nela, vomita.
- Minha deusa, minha amada,
Adoro você, querida!...
- Não quero ser adorada:
Eu quero ser é fodida!
Quando pequeno, eu tocava
Piston, Flauta, Clarineta...
E em tudo desafinava,
Até tocando punheta.
Ao ver a bunda da Aída,
Bunda boazuda e tão bela,
Eu não tive outra saída
A não ser a de entrar nela.
- Que é mulher BBC?
- É a mulher que sem tabu,
Na foda deixa à mercê
A Boceta, a Boca e o Cu.
Ó minha querida Aurora,
Quando eu toco uma punheta,
No fim, meu cacete chora
Lembrando de sua boceta.
No Paraíso, Satã,
Num belo fim de semana,
Fez Adão comer maçã,
E a Eva engolir banana.
O mundo e sua corja toda,
A mim, pouco se me dão:
Eles querem que eu me foda,
Já que fodidos estão.
É um bicho todo às avessas
O tal do sessenta e nove,
Pois tem um par de cabeças
Que entre suas pernas se move.
Sou forte como Sansão
E adoro quebrar cabaço.
De pedra é meu coração
E minha piroca, de aço.
Ante uma foda mal dada,
Ainda que boa a boceta,
É melhor uma gozada
Tocando bela punheta.
A mulher, no ônibus cheio,
Lotado em último grau,
Esfregava em mim o seio
E se agarrava a meu pau.
Com a vizinha trepando,
Eu dava um completo show...
Estava quase gozando...
Minha esposa me acordou.
A noviça no fogão
Se queima e diz: - Ó trabalho!...
Fodi toda a minha mão!...
Puta merda, que caralho!...
Mesmo não sendo bem tocada,
Eu não quero mais punheta:
Prefiro foda mal dada
Em qualquer uma boceta.
Jamais amará, de fato,
A geração de proveta,
Porque não houve o contato
Entre o caralho e boceta.
Se não quer ser mãe solteira,
Vá tocando siririca
E deixe seu cu à inteira
Disposição de uma pica.
- Foda, cara, o quanto pode.
Foda muito nesta vida!
Nesta vida, quem não fode
Leva um vida fodida.
Convém manter-se em alerta
Para o que abaixo asseguro:
Amor é boceta aberta
Para um caralho bem duro.
Dando tapas na boceta,
Diz-nos a bêbada inquieta:
- Dou a qualquer picareta
Que venha de pica reta.
José Rocha Ramos era filho do agricultor Otacir Rocha Ramos e sua mulher Eva.
Nasceu a 4 de março de 1931 mas só foi registrado a 4 de Dezembro.Trabalhou e estudou em Montes Claros. Em 1950 mudou-se para Belo Horizonte, onde passou a lecionar. Casou com Eli Alves Leite, tabeliã e vereadora da cidade de Jequitaí.
Instalou-se em Jequitaí. Foi eleito Vereador. Em 1962 ingressou na Academia Mineira da Trova. Foi eleito Vice-Prefeito de Jequitaí e quando o Prefeito Daniel Gomes da Fonseca foi cassado pela Revolução de 64, Rocha assumiu a Prefeitura.
Renunciou ao cargo de Prefeito quando Políticos locais queriam que ele roubasse o dinheiro do povo. Em 1978 mudou-se para Vitória-ES. Em 1983, num sábado de manhã, ao fazer a feira, deu com uma multidão de Trovadores em cima de um palanque na praça. Era o III Seminário Nacional da Trova, organizado pelo Clube dos Trovadores Capixabas, CTC, de Vitória, ES.
Uniu-se a partir daí a Clério José Borges e Eno Theodoro Wanke, participando ativamente do Movimento do Neotrovismo Brasileiro.
Faleceu na manhã de 9 de Dezembro de 1989. Publicou, "Bicho Bom", Trovas, Vitória, 1986 e "Cem Trovas Sem Vergonha", Leitura proibida para menores e não recomendada aos moralistas em geral. Vitória. Agosto de 1986.
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