ACADEMIA CAETITEENSE DE LETRAS
Revista Selecta Acadêmica - Vol. 2
ACADEMIA CAETITEENSE
UM BREVE HISTÓRICO
Da Akademia de Platão, escola de filosofia dedicada às musas e batizada em homenagem ao herói grego Academo, a palavra ressurgiu para denominar a Academia Francesa de Letras, agremiação de literatos, mecenas e políticos ligados à cultura.
Essa ocupação tripartite das cadeiras foi seguida pela ABL, a ponto de, em dados momentos históricos, o fator político ser mais evidente (com jornalistas, editores, juristas, ex-presidentes) ao tempo em que ficavam de fora poetas como Drummond, Vinicius e Quintana.
A Caetiteense surgiu por etapas. Não foi idéia de uma só pessoa, nem apareceu pronta. Seu surgimento, entretanto, foi simples: em 1997 a Drª Lúcia Prisco Novato veio a Caetité lançar seu Arquimimo. Por estar radicada em Jequié, para cá vieram alguns expoentes da cultura daquela cidade, dentre os quais Ivonaldo Calheira e o caetiteense Luiz Cotrim, que estavam fundando ali um sodalício. O assunto foi então ventilado, mas nada foi feito: não havia na cidade, ainda, clima para este empreendimento.
Em 2.001, entretanto, com a alteração política da cidade, e a criação da Divisão de Cultura pelo Prefeito, Dr. Ricardo de Tadeu Ladeia, o terreno fértil se viu em condições de receber novas semeaduras. Caetité, que já tivera uma Casa da Cultura, não-governamental, registra que esta viveu sob forte ataque do poder dominante, até desaparecer. Dentre os remanescentes dessa iniciativa dois estavam laborando na Secretaria Municipal de Educação: Fábio Silveira e André Koehne.
Foi de um diálogo entre este último e o Sr.Yalen Sacramento que o assunto academia ressurgiu, sem qualquer intenção. Depois, junto à poetiza Tânia Martins, a idéia ganhou corpo, sendo então levada adiante, à Profª Telma Oliveira e Fábio Silveira. O apoio institucional do Prefeito foi decisivo, e então novas pessoas passam a fazer parte do nascimento do Silogeu: Jó Oliveira, Dr. Eduardo Brito, Prof. Fabiano Cotrim, Prof. Bartolomeu Mendes, Dr. Éder David, Dr. Miguel Stefanelli, etc.
A idéia, aparentemente simples - criar uma Academia - foi se tornando cada vez mais complexa. Como é uma Academia? Como ela funciona? Como é seu registro? Como se dá a posse? Quem serão os membros? Quem nomearão as cadeiras, quantas elas serão? E as votações? As assembléias e sessões? Quem ocupará qual cadeira? Como se vê, muitas dúvidas necessitando de ponderada resposta.
Os vários advogados participam da elaboração dos Estatutos, com farta pesquisa inclusive pela Internet. Pequenas reuniões foram feitas, as respostas sendo encontradas. As cadeiras, por exemplo, homenageiam expoentes da cultura de Caetité, procurando limitar o número pelas famílias homenageadas (os verbetes Gumes e Públio de Castro, v.g., com duas cadeiras, o Spínola, com três patronos), mesmo assim grandes vultos do passado ficaram de fora, como e.g., Dr. Vanny Silveira, homem de notável saber e contribuição à cultura (tendo inclusive fundado uma biblioteca).
Levando avante o projeto, convites foram sendo feitos, dentro da premissa norteadora de que a cultura transcende a política nem pode estar eivada de qualquer preconceito. Nomes  certamente ficaram de fora, apenas e tão-somente pelo fato de as vagas serem limitadas.
Constituída uma proto-diretoria, revisados os Estatutos, estes foram aprovados em Assembléia no dia 07 de setembro de 2.001. Ali se determinou o registro, a posse, elaboração dos diplomas, dos livros... Surgem novos entusiastas, como a Profª  Sônia Silveira, que tudo fazem para a perfeita concretização do projeto.
Os óbices inevitáveis surgem, como a renúncia do Presidente eleito, Dr. José Eduardo Brito, por incompatibilidade com seu cargo, ocorrido aos 20.09.01. Mas nada pôde segurar a adesão de todos os caetiteenses verdadeiramente compromissados com a cultura de nossa terra. Desde os novos Imortais, até a ajuda desinteressada de pessoas como Fred David e Yalen Sacramento, abnegados construtores da Academia, as Famílias homenageadas com pessoas como o Sr. Oswaldo e D. Anísia Bastos, Dr. Eutrópio Oliveira, D. Eunice Cardoso, Sr. Maurício Gumes, D. Tetinha Portella, Profªs Agnalda, Itamar e Irany Castro, D. Leda e Julinda Silveira, Profª Inês Prisco, D. Nini Ladeia, D. Margot Lôbo, os funcionários do Arquivo Público e Casa Anísio Teixeira, e muitos, muitos outros que  fizeram realidade o lema da Academia: RESPEITO AO PASSADO, RUMO AO FUTURO.
Assim, aos 10 de outubro de 2.001, no Salão Nobre da Câmara de Vereadores, antiga Escola Normal, tomam posse os novos Acadêmicos de Caetité. A Solenidade, apesar de não contar com referencial, marcou pela sua sobriedade e beleza. A ponto de, em Caetité, estarem na Posse presentes mais membros que na inauguração da ABL! Sem dúvida, mais uma vez nossa cidade caminha, sim, rumo ao paulatino resgate de sua cultura, do saber e da história.
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