Memória
FLÁVIO NEVES:
RESCALDO DE SAUDADES
Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003
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Flávio Neves
Memória Caetiteense
  Flávio Neves nasceu em Caetité, aos 18 de abril de 1908, filho do Escrivão Antonio Marcelino das Neves e D. Dulcina, parentes. Era neto do Professor Marcelino José das Neves. Indo, desde jovem, estudar em S. João del Rei, na Capital mineira forma-se em Medicina, sem contudo abandonar a veia literária que é comum na família.
   Assim, torna-se membro de diversas instituições, como a Academia Mineira de Letras, a Academia Mineira de Medicina e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.
   Professor Emérito da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, desenvolve suas atividades na medicina ao par daquelas culturais. Morre em Belo Horizonte, em 11 de agosto de 1984.
   Flávio Neves deixou diversas notas sobre sua infância na Caetité do começo do século XX que, reunidas, foram publicadas postumamente em 1986. É autor, ainda, da obra "Bach, Beethoven e Wagner". Foi agraciado pelo governo de Minas Gerais com o título de "Cidadão Honorário de Minas Gerais", do qual ainda recebeu a "Medalha da Inconfidência" e, pelo governo italiano com a comenda "Stella della Solidarietá".
   Embora não tivesse morado em Caetité, da terra natal nunca se esqueceu, e é esta a característica que o torna um dos mais apaixonados memorialistas de nossa terra.
  Nasci em uma casa à Rua Dois de Julho, defrontando o Beco do Areião. Fora vendida ao Chico Fernandes, coletor federal, e a deixei em tão tenra idade que reminiscências de lá são inexistentes.
   Meus pais adquiriram a casa que fora do Dr. Meireles, médico, que se mudara para a Bahia (Salvador), onde mantivera uma drogaria e farmácia, farmacêutico que era.
   Meu lar, a casa no final da Rua Dois de Julho, última à direita, do ponto de vista físico era um verdadeiro paraíso. Ampla, de cor avermelhada, com sete janelas de frente, e extensa varanda ao fundo. Um salão de festas, uma saleta de visitas, alcova e vários quartos. Como se situava no extremo da cidade, ao norte, seus domínios se extendiam, como um verdadeiro sítio na área urbana. Um primeiro quintal murado, provido de árvores frutíferas; um segundo também murado, aonde se recolhia uma meia dúzia de vaquinhas, apartadas e até ordenhadas de manhã. Uma horta com água de rega; um ribeirão além do qual extenso brejo, onde um arrozal prosperava com fartura; uma chácara, com mangueiras e outras espécies frutíferas; mangas de pasto e um cabeço de morro, revestido de pequeno bosque.
(...)
   Acredito que hoje, após a bárbara e persistente agressão ecológica, vigente em todo o País, pouco se há de ver do quanto se via ao redor de nós.
Release:
  O livro "Rescaldo de Saudades" não poderia ter um título melhor: nele o Autor traz lampejos da memória, dos tempos em que o século XX avançava lentamente sobre um ponto sertanejo, chamado Caetité.
   Mas ele adverte - Caetité não era um lugar qualquer, era a "Princesa do Sertão e com razão, pois contava com uma elite esclarecida e um povo que a admirava e respeitava"...
   Com estilo quase jornalístico, o livro reúne reportagens sobre a gente, cuja grande fonte de informação é a prodigiosa memória do escritor. Ali conhecemos figuras típicas de tempos idos, pessoas do povo e personalidades que, sem estas reminiscências, seriam relegadas ao completo olvido.
   Lançado em 1986, pela Academia Mineira de Medicina, sua capa foi feita por Helena Maria de Sá Batista e a revisão coube a Maria Eva de Oliveira.
Meu lar e adjacências
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Rescaldo de Saudades - capa
Excerto:
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