ÆTHELSTAN

 

ÆTHELSTAN (895-940) era neto de Alfred, o Grande. Sucedeu Edward, o Velho, no trono de Wessex. Foi o primeiro soberano inglês a ser coroado na Pedra do Rei em Kingston-upon-Thames, em 925. Foi um dos maiores reis anglo-saxões e o mais famoso protetor da abadia de Malmesbury. Além desta abadia, foi famoso como protetor de numerosas ordens monásticas. Nas lendas locais é conhecido como o primeiro rei da Inglaterra. Na verdade, disputa esta honra com Egbert (775-839), seu trisavô, enquanto outros atribuem este feito a Alfred (849-899), seu avô. De qualquer forma, ÆTHELSTAN foi conhecido como um grande guerreiro e político, graças às suas conquistas em Cornwall e Weales, além de seu combate contra uma força combinada de Scots, Welshs e Vikings na batalha de Malmesbury, tornando-se uma atração para peregrinos e estudiosos. Morreu em 940, sendo sepultado na abadia de Malmesbury.

O mais antigo texto que fala da Maçonaria Operativa, o Régius ou manuscrito real, conservado no Museu Britânico de Londres, menciona o rei ÆTHELSTAN como introdutor da Maçonaria na Inglaterra, como nos diz Jean Palou:

"A Maçonaria foi introduzida na Inglaterra no tempo do rei ÆTHELSTAN. Esse príncipe foi um grande construtor de casas e de templos, por conseguinte um devotado protetor de pedreiros e propagador zeloso de sua arte. Após longos esforços, foi-lhe dado constituir um conselho composto de personagens de elevada posição e sabedoria, que redigiram em 15 artigos e em 15 pontos os estatutos maçônicos", segundo consta no Boletim Mensal das Lojas Superiores do Supremo Conselho de França e suas dependências, nº 137 (Jean Palou, A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, p. 34).

Palou prosegue com outros testemunhos da participação de ÆTHELSTAN nas origens da Maçonaria:

"O manuscrito chamado Cooke, (...), também do Museu Britânico, seria do século XV. Detalha a lenda do rei ÆTHELSTAN, tomada, sem dúvida, do Régius: 'Em seguida reinou ÆTHELSTAN. Seu filho mais jovem se interessava pela Geometria e se deu conta de que a arte do pedreiro nada mais fazia do que aplicá-la. Tornou-se também Mestre em Geometria e deu testemunho de sua afeição aos pedreiros. Filiou-se à sua corporação, obteve-lhes uma constituição real, regulou seus salários e deu-lhes estatutos que ainda estão em uso na Inglaterra e em outros lugares.' (Boletim Mensal das Lojas Superiores - Supremo Conselho de França e suas dependências, nº 137). Vê-se que esses textos antigos fazem menção a pedreiros "aceitos", o que quer dizer que o uso de incorporar à ordem iniciática não-maçons data de longas eras e não do século XVII como quer grande número de historiadores maçons, desejosos de mostrar que a Maçonaria Operativa estava em plena decadência quando foi criada, em 1717, a Grande Loja de Londres." (Jean Palou, A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, p. 34-35).

Já o chamado manuscrito de William Watson, do século XV, conservado na Biblioteca da Grande Loja Provincial de West Yorkshire, arroja mais luz sobre o assunto:

"As Constituições (de Santo Albano) acabaram de se perder no meio  das dificuldades ocasionadas pelas guerras da época, até o reinado de ÆTHELSTAN. Esse príncipe gostava também dos pedreiros e confirma a constituição que Santo Albano havia outrora obtido para eles. Seu filho mais novo, Edwin, aprendeu a Geometria e a arte de pedreiro. Deu prova da maior benevolência para com os pedreiros e lhes obteve de seu pai uma nova constituição que lhes dava mais liberdade do que no passado. Presidiu à Assembléia Geral que se reuniu em York, convidou-os a reunir os antigos arquivos da corporação, dos quais foi feito uma nova Constituição. Foi a partir desta época que a arte de pedreiros foi realmente fundada e confirmada na Inglaterra". (Boletim Mensal das Lojas Superiores do Supremo Conselho de França e suas dependências, p. 137, em J. Palou, A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, p. 35).

Do manuscrito de Tew, datado da segunda metade do século XVII e também conservado na Biblioteca da Grande Loja Provincial de West Yorkshire:

"As regras da boa Maçonaria se perderam até o rei ÆTHELSTAN, que restabeleceu a paz. Mandou fazer numerosas construções. Gostava dos pedreiros. Do mesmo modo que seu filho, Edwin. Este, hábil em Geometria, tornou-se pedreiro e obteve de seu pai uma constituição que autorizava seus irmãos a se reunirem anualmente em qualquer lugar do reino. Ele próprio presidiu a uma assembléia em York, convidou os pedreiros a pesquisarem os antigos documentos relativos à sua Confraria. Esses arquivos foram reunidos e se escreveu um livro traçando a origem e a história da Maçonaria, assim como os antigos deveres dos maçons. É este livro que foi sem cessar corrigido e ampliado em diferentes assembléias anuais." (Boletim Mensal das Lojas Superiores do Supremo Conselho de França e suas dependências, pp. 137-138, em J. Palou, A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, p. 35).

Texto extraído da obra A IDADE DAS LUZES, de Arthur Franco, Wodan Editora, pp. 281-283.

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