Em busca do amor
O meu Destino disse-me a chorar:
"Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar,
interrogando Acerca do Amor, que h�s de encontrar.
"Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando...
E noite e dia, � chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando...
Mesmo a um velho eu perguntei:
"Velhinho,Viste o Amor acaso em teu caminho?"
E o velho estremece...olhou...e riu...
Agora pela estrada, j� cansados,
Voltam todos pra tr�s desanimados...
E eu paro a murmurar: "Ningu�m o viu!..."
Excerto de "Sonetos", de Florbela Espanca. Editora Ulisseia, 1990