Álvares de Azevedo > Cronologia da vida e obra

1831 Nascimento em São Paulo, na esquina da rua da Freira com rua da Cruz Preta, atuais Senador Feijó e Quintino Bocaiúva, a 12 de setembro, de Manuel Antônio Álvares de Azevedo, segundo filho legítimo do acadêmico de direito Inácio Manuel Álvares de Azevedo e de D. Maria Luísa Silveira Mota Azevedo, ambos da província do Rio de Janeiro. O pai do poeta, que era estudante em Coimbra, passara para a Academia de São Paulo quando D. Miguel fechou a universidade.
1833 Transfere-se para o Rio de Janeiro.
1835 Morte, a 26 de junho, de seu irmão mais novo Inácio Manuel, em Niterói, o que causou funda comoção ao poeta. Acometido em seguida por uma moléstia, não readquiriu plenamente a saúde.
1840 É matriculado no Colégio Stoll, em Botafogo, onde revela-se como aluno extraordinariamente dotado. De acordo com o dono do estabelecimento, o Dr. Stoll: "Ele reúne, o que é muito raro, a maior inocência de costumes à mais vasta capacidade intelectual que já encontrei na América em um menino da sua idade".
1844 Transfere-se para São Paulo, após o abandono do colégio pelo Dr. Stoll, em companhia de seu tio materno, Dr. José Inácio Silveira da Mota. Após estudos de francês, inglês e latim, volta para o Rio de Janeiro no fim do ano.
1845 Matricula-se no 5o. ano do internato do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde tem como professores Joaquim Caetano Pereira da Silva e o Barão de Planitz.
1846 Cursa a 6a. série no mesmo colégio, tendo como professor Domingos Gonçalves de Magalhães.
1847 Recebe, a 5 de dezembro o grau de Bacharel em Letras.
1848 É matriculado, a 1o. de março, no primeiro ano da Academia de Direito de São Paulo, onde então estudavam, em anos mais adiantados, Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa, José de Alencar, Silveira e Sousa, Perdigão Malheiros e João Cardoso de Meneses, o futuro Barão de Paranapiacaba, aos quais se juntaria, no ano seguinte, José Bonifácio, o Moço. Traduz o quinto ato do Otelo, de Shakespeare, e Parisina, de Byron. Compõe O Conde Lopo e diversos poemas líricos.
1849 Matricula-se no segundo ano. Pronuncia um discurso - que depois imprime em folheto - a 11 de agosto, na sessão acadêmica comemorativa do aniversário da criação dos cursos jurídicos no Brasil. Passa as férias no Rio, com constantes pensamentos de morte.
1850 Ainda em férias no Rio de Janeiro, escreve, de acordo com carta sua de 1o. de março, um "romance de duzentas e tantas páginas, dois poemas, um em cinco e outro em dois cantos; uma análise do Jacques Rolla, de Musset; e uns estudos literários sobre a marcha simultânea da civilização e poesia em Portugal, bastante volumosos; um fragmento de poema em linguagem muito antiga, mais difícil de entender que as Sextilhas de Fr. Antão, noutro gosto porém, mais ao jeito do Th. Rowley, de Chatertton." A 9 de maio, de volta à Faculdade, profere o discurso inaugural da sociedade acadêmica Ensaio Filosófico. De volta a São Pailo, matricula-se no terceiro ano. Em setembro, suicida-se por amor o quintanista Feliciano Coelho Duarte, pronunciando Álvares de Azevedo, a 12 do mês, o discurso de adeus à beira do túmulo.
1851 Cursa o quarto ano da Faculdade. Em 15 de setembro, morre o outro quintanista, João Batista da Silva Pereira, para o qual, mais uma vez, o poeta faz o discurso fúnebre. Passa as férias, a partir de dezembro, na fazenda do tio-avô, o Barão de Itapacorá, em Itaboraí. Declara então não desejar voltar no ano seguinte para São Paulp, por pressentimento de que morreria.
1852 A 10 de março, já no Rio de Janeiro, depois de uma queda num passei a cavalo, chega à sua casa com fortes dores na virilha esquerda. Chamando o dr. Francisco Praxedes de Andrade Pertence, constata-se um tumor na fossa ilíaca. No dia 15 de março é operado, sem clorofórmio, pelos médicos italianos Cesare Persiani e Luigi Bompani, para retirada de pus do abcesso já supurado. Na manhã de 20 de abril, confessa-se e recebe a absolvição. Perto das quatro da tarde despede-se da mãe, a quem pede que se retire do quarto. Amparado pelo pai e pelo irmão Joaquim Inácio, morre às cinco da tarde, após dizer as palavras: "Que fatalidade, meu pai!", na casa da família, à rua do Infante nº 1, esquina da atual rua Dois de Dezembro com a Praia do Flamengo, em sobrado cujo terreno ia ate a atual rua Machado de Assis. O atestado médico dá como causa mortis "enterite, com perfuração do intestino". É enterrado no dia seguinte no extinto cemitério do Hospício de Pedro II, na Praia Vermelha. Falaram à beira do túmulo Joaquim José Teixeira, Joaquim Manuel de Macedo e Domingos Jaci Monteiro, futuro organizador de suas Obras. Ao fim de seu discurso, leu Manuel de Macedo o poema "Se eu morresse amanhã", causando grande comoção a todos os presentes.
1853 Publicação do primeiro volume das Obras, com A lira dos vinte anos.
1855 Edição do segundo volume das Obras. A família vende os direitos das obras do poeta ao editor B. L. Garnier, por cinco contos de réis. Com essa quantia o pai manda erguer o túmulo definitivo do poeta, no Cemitério de S. João Batista, jazigo nº 12 A. De fato, no ano anterior fora extinto o cemitério da Praia Vermelha, destruído por uma ressaca. Com o desmantelamento pelas ondas do túmulo primitivo, foi o local onde se encontravam os restos do poeta localizado pelo seu cão, "Fiel", o que possibilitou o posterior translado de seus ossos.
1862 Edição, pela Garnier, das Obras de Manuel Antônio Álvares de Azevedo, em três volumes, com reedição no mesmo ano.

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