"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
 

CLARICE LISPECTOR
 
Esta página foi visitada
Counter
vezes desde 3 de agosto de 1999

Clique para entrar
Última atualização — jan/2003:

inclusão do conto
"A menor mulher do mundo",
do livro "Laços de Família".

Hosted by www.Geocities.ws

1