Estados Unidos contra o Tribunal Criminal Internacional.

Surpresa? Nem por isso. O TCI destina-se a julgar os crimes contra a humanidade e foi criado por iniciativa da AG da ONU. A assembleia fundadora decorreu h� um ano em Roma. Estiveram presentes 120 pa�ses, dos quais 82 aprovaram o Estatuto do TCI.

A delega��o estadunidense presente tudo fez para torpedear os trabalhos. Temiam que os seus soldados fossem acusados e julgados por crimes de guerra ou contra a humanidade.

O que n�o � toda a verdade. O grande receio � que, uma vez que n�o dominavam o tribunal, os dirigentes, pol�ticos e militares, de Washington fossem eles pr�prios acusados pelas atrocidades de que s�o respons�veis pelo menos ap�s a 2.� Guerra Mundial, como, de forma contundente, referiu o embaixador da Jugosl�via no M�xico em entrevista a Lu�s Alberto Ferreira e publicada no JN.

No lugar do TCI os USA preferiram promover o TPI, o aborto, sediado em Haia, para dar cobertura (com alguma justi�a � mistura), mesmo que � posteriori, aos desmandos a que os USA se t�m dedicado nos �ltimos tempos.

Para aquela bostela, liquidar um desgra�ado com um tiro na nuca � crime, principalmente se o suspeito for s�rvio.

Mas assassinar pessoas com m�sseis disparados a milhares de quil�metros ou com bombas lan�adas das alturas por avi�es furtivos j� n�o se encontra no rol dos delitos.

Porqu�? Porque � assim que o boss manda, e a lacaiada obedece.

Com o TCI muito provavelmente tudo seria diferente, dadas as menores possibilidades de controlo por parte de governos individuais.

Talvez isto explique os sete votos contra o TCI ( USA, China, Iraque, Israel, Qatar, Sud�o e Sri Lanka) para al�m das numerosas absten��es.

Talvez isso explique tamb�m que, at� hoje, s� quatro pa�ses, dos 82 que assinaram, tenham ratificado o TCI.

O receio parece ser muito grande nos c�rculos governamentais.

Portugal tamb�m ainda n�o ratificou. Em mat�ria de crimes contra a humanidade tamb�m temos a nossa conta e muitos dos respons�veis materiais e pol�ticos ainda est�o vivos e de sa�de.