O Mundo � merc� do BUG

Jo�o Amaral (*)


O s�culo I come�ou no ano 1 e prolongou-se at� ao termo do ano 100. O s�culo II come�ou no ano 101 e terminou no fim do ano 200. E por a� fora, at� ao s�culo XX, que come�ou no ano de 1901 e s� vai acabar no termo do ano 2000. Tudo isto � assim porque n�o houve um ano zero.

Apesar desta verdade, explicada pelos especialistas, todos d�o � pr�xima passagem do ano o significado de come�o do s�culo XXI e do terceiro mil�nio. At� os tais especialistas v�o festejar no pr�ximo s�bado o novo s�culo e mil�nio!

Entre os acontecimentos que podem dar sentido a esta data, escolho dois: os desastres naturais na Venezuela e o famoso BUG do ano 2000.

Ambos os acontecimentos t�m em comum como � fr�gil o mundo em que vivemos e que constru�mos.

O desastre da Venezuela mostra como podem ser destru�das v�rias regi�es do globo por cat�strofes naturais. Todos o sabemos, mas poucos pensam que muitas dessas cat�strofes podem ser aceleradas pela ac��o do homem. Por um lado, a desordem da constru��o, como se viu na televis�o.

Depois, o efeito de estufa, que provoca o aquecimento global da Terra, e que resulta da emiss�o dos "gases do progresso", isto �, dos gases emitidos pelas f�bricas e objectos de uso corrente (carro, frigor�fico, etc) que n�s vangloriamos como sinais de progresso. O aquecimento global faz subir o n�vel do mar e provoca altera��es clim�ticas, que impulsionam muitos desastres ditos naturais.

O BUG mostra como dominamos mal o que constru�mos. O BUG resulta de um erro simples. Para pouparem dois digitos em cada vez que era usada a data, os inform�ticos fizeram os programas escrevendo s� os dois �ltimos algarismos correspondentes ao ano.

Em vez de 1999, escreveram 99. Isto funcionou bem at� este ano. Como � �bvio, 99 � maior que 98, e este que 97, etc.. Por isso, os anos para estes programas inform�ticos, foram correndo bem. Mas este ano � o desastre. � que de 1999, simbolizado por 99, passa-se para 2000, simbolizado por 00. Ora 00 � menor que 99.

Logo os computadores v�o concluir que o trempo anda para tr�s. Como isso � il�gico, pode ser a confus�o total, tanto nos hospitais, no abastecimento de electricidade, ou nos transportes p�blicos, at� a simples objectos dom�sticos.

Dizem que desta vez ainda conseguem tomar medidas, que custam uma fortuna, para evitar roturas. Veremos.

Mas o BUG ficar� como alerta.

O instinto leva-nos a defender as gera��es seguintes. Mas a forma ego�sta e descuidada como tratamos a Terra pode levar-nos ao desastre. Estamos a actuar como um parasita nocivo, que se alimenta do animal hospedeiro at� o matar.

Entremos no s�culo XXI com festa, mas tamb�m com vontade de defender a Terra nossa M�e.

(*) Deputado pelo PCP

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