Salvar Mumia Abu Jamal!

Jo�o Amaral *



Mumia Abu Jamal � um jornalista que habita o corredor da morte da Penitenci�ria do Estado da Pensilv�nia, nos Estados Unidos da Am�rica.

O crime de que � acusado � o homic�dio de um pol�cia. No dia 9 de Dezembro de 1981, foi morto um pol�cia branco durante um tiroteio.

Mumia Abu Jamal, que trabalhava � noite como taxista, passava na zona, e foi gravemente ferido e ficou inconsciente. Foi preso e acusado. O julgamento coube ao juiz Albert Sabo, ex-pol�cia, membro da "Ordem fraternal" da Pol�cia e famoso pelo "record" de condena��es � morte.

Segundo juristas independentes e especialistas de todo o mundo, o processo foi vergonhosamente irregular. Houve clara parcialidade, escandalosa fabrica��o de provas, suborno de testemunhas, perda dos elementos a favor do acusado, recusa dos jurados de cor negra, e o procurador da acusa��o veio mais tarde a ser acusado de prevarica��o.

A maior parte das audi�ncias decorreram sem a presen�a do r�u, expulso do tribunal por querer ele mesmo proceder aos contra-interrogat�rios, em vez do advogado "oficioso" que o tribunal lhe queria impor.

Tudo foi feito para condenar � morte o acusado. Porqu�? Porque o seu verdadeiro "crime" era outro. De facto, Mumia Abu Jamal � negro. � um jornalista sem medo, a denunciar as discrimina��es raciais. E era membro dos "Black panthers", organiza��o de defesa dos mais desfavorecidos da sociedade americana.

No dia 4 de Outubro, o Supremo Tribunal recusou um apelo. O tribunal sustentou a senten�a racista e pol�tica que condenou Mumia Abu Jamal, contra um enorme movimento internacional de den�ncia e solidariedade, onde se inserem at� todos os membros do Congresso Americano de cor negra, que exigem um novo julgamento.

Ap�s a rejei��o do apelo, o governador da Pensilv�nia assinou a ordem de "assass�nio legal" por envenenamento. A partir desse momento, Abu Jamal ficou sujeito � "fase 2", com priva��o de livros e material de escrita, a luz acesa 24 sobre 24 horas e permanente vigil�ncia electr�nica.

O protesto internacional subiu de tom e a ordem foi suspensa, por decis�o do juiz federal William Yohn, nomeado h� pouco tempo para rean�lise do processo. H� 29 acusa��es de fraude e irregularidades no processo, e o juiz quer tempo e serenidade para os analisar.

Agora � preciso refor�ar a exig�ncia de um novo julgamento, justo e imparcial. Mumia Abu Jamal representa a coragem de lutar contra a repress�o e a injusti�a. � a voz de uma imprensa livre, que n�o se deixa subjugar pelo poder.

Pela vida contra a pena de morte, pela justi�a e clem�ncia devidas ao lutador Mumia Abu Jamal, aqui junto a minha voz e o meu apelo!

(*) Deputado pelo PCP


 
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