Uma pol�tica de esquerda

Hon�rio Novo (*)


Conclu�da a maratona or�amental que fez ressurgir a alian�a estrat�gica entre socialistas e a extrema direita parlamentar, importa recordar algumas das linhas com que "nos v�o coser" durante este ano.

A injusti�a e a discrimina��o fiscais v�o prosseguir. Quem vai continuar a pagar, e bem, � quem trabalha por conta de outrem; quem pouco ou nada pagar� ser�o profiss�es liberais e empres�rios - cujos IRS m�dios anuais s�o de 68 e 33 contos, respectivamente. Quem n�o v� diminu�dos impostos s�o empregados e assalariados; quem os v� diminuir s�o as grandes empresas, quem continuar� com benef�cios fiscais imorais de dezenas e dezenas de milh�es de contos s�o os bancos, as seguradoras, a zona franca da Madeira...

Quem mais tem e pode continuar� a escapar ao fisco ou a pagar muito menos do que podia e devia. Quem menos tem e pode continuar� a contribuir com a parte de le�o para as receitas do Estado.

Por isso, e por causa disso, a extrema direita parlamentar viabilizou o or�amento dito socialista (que nem � socialista nem de esquerda). O resto � "fait-divers"...

Importa dar tamb�m algumas notas sobre o que se diz ir investir no distrito do Porto. Embora convenha daqui a uns meses verificar o que de facto se concretizou. � que, para estas coisas, conv�m sempre ver qual foi a execu��o or�amental do(s) ano(s) anterioresEm 99, o Governo investiu no distrito apenas 61% do que tinha anunciado. Pouco mais de metade do que prometera! Embora, a n�vel nacional, tenha executado cerca de 90%.

Como trata bem este Governo a popula��o do distrito...

Para 2000, o Governo anuncia ir gastar 170 milh�es de contos no distrito. Nesses 170 milh�es h� empr�stimos, h� fundos comunit�rios, h� esfor�o nacional directo que resulta dos impostos dos portugueses que os pagam. S� que, no Porto, apenas 35% desses 170 milh�es s�o esfor�o nacional. A mais baixa percentagem nacional!

Com que carinho trata o Governo socialista a popula��o do distrito...

Para os 10 munic�pios do interior, o Governo anuncia investir apenas 15% do bolo total afecto aos 18 munic�pios do distrito do Porto. Mas, para os oito concelhos do litoral, reserva 85% daquela "maquia" (ainda que Matosinhos, Valongo e Vila do Conde vejam as suas quotas-partes diminu�das de 68%, de 57% e de 14%, relativamente a 1999).
Que bem defende este Governo a coes�o distrital, com que vontade combate ele as assimetrias entre o litoral e o interior do distrito...

Mas a miopia e o sectarismo socialistas impediram tamb�m que, na especialidade da discuss�o or�amental, fossem aprovadas propostas do PCP, que podiam ter lan�ado ou feito avan�ar obras essenciais h� muito anunciadas.

A plena conclus�o da VCI, lado de Gaia, os portos de abrigo da Aguda, de Angeiras ou de Vila Ch�, os centros de atendimento a toxicodependentes da Senhora da Hora e do Vale do Sousa, a liga��o do n� de Sendim ao IP4, em Matosinhos, o IC24 da Maia a Valongo e Gondomar, a variante � EN14, na Trofa, o avan�o do IC25 no eixo Pa�os de Ferreira, Penafiel, Felgueiras, a duplica��o de verbas para o PDI do Vale de Sousa, o in�cio da constru��o de nove novas escolas e pavilh�es gimnodesportivos escolares, de treze novos centros de sa�de ou de oito novos quart�is da GNR ou esquadras da PSP, tudo isto foi rejeitado pelo PS.

Nem um pequeno apoio � Associa��o Jo�o Paulo II (em Felgueiras), o in�cio da constru��o de uma pousada da juventude (em Bai�o) ou a continua��o da obra da Igreja Paroquial do Marco de Canaveses escaparam � sanha bloqueadora do PS!

Arre!, que � de mais! J� parece a arrog�ncia cavaquista!


(*) Deputado do PCP


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