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anivers�rio da Revolu��o Cubana |
Cuba entra confiante
na viragem do mil�nio
Como vai Cuba?
Os debates do encerramento da sess�o legislativa da Assembleia Nacional do Poder Popular,
no fim de Dezembro, trouxeram respostas a essa pergunta.
A conclus�o que se tira do balan�o
apresentado � a de que Cuba vai melhor do que se poderia esperar.
O bloqueio, as devasta��es provocadas pelo furac�o Georges, a pior safra de cana dos
ultimos anos, a queda dos pre�os do niquel e do a��car e o agravamento da pr�-crise da
economia globalizada criaram condi��es extremamente desfavor�veis a um bom desempenho
da economia cubana.
A �batalha her�ica do povo� - como salientou Carlos Laje, secret�rio executivo do
Conselho de Ministros - permitiu, entretanto, que as previs�es pessimistas formuladas no
estrangeiro fossem desmentidas pela realidade da vida. A recupera��o cubana prossegue
contra ventos e mar�s.
No panorama desolador oferecido pela
Am�rica Latina e pelo Terceiro Mundo em geral, o PNB cresceu l,2% em Cuba no ano de l988,
uma taxa modesta, mas surpreendente no contexto hemisf�rico.
A Natureza n�o ajudou. Choveu muito na �poca seca e houve uma intensa seca na temporada
das chuvas. A cana, o tomate e as batatas ressentiram-se. O ciclone Georges, que assolou
nove prov�ncias, devastou os bananais.
Por si s� o afundamento das cota��es do
n�quel traduziu-se numa perda de 70 milh�es de d�lares. As resultantes do funcionamento
dos mecanismos do bloqueio foram muitissimo superiores.
Os desastres naturais e os al�ap�es do
mercado globalizado foram parcialmente compensados pelo esfor�o do povo. A produ��o de
petroleo e g�s natural aumentou . O sector da constru��o cresceu 5,2 % (no total foram
concluidos 48 000 fogos). Durante o ano visitaram a Ilha (at� l5 de dezembro) 1 400 000
turistas (l8% de aumento nas entradas de divisas).
Excluido o a��car, (a quebra na produ��o atingiu 24%) a ind�stria cresceu 4%.
Os debates na Assembleia Nacional do Poder Popular expressaram a satisfa��o por
vit�rias pouco vis�veis, insepar�veis da participa��o dos trabalhadores. Em quase
todas as frentes observou-se maior responsabilidade da parte dos colectivos.
A produtividade no trabalho aumentou 1,6% e
o consumo de energia na esfera produtiva e dos servi�os diminuiu 1,9%, gra�as a uma
melhoria na efici�ncia energ�tica.
A previs�o para l999 � a de um aumento de
2,5% do PIB.
Numa �poca em que na Europa os governos e as empresas investem contra o Estado do Bem
Estar Social no �mbito da ofensiva da globaliza��o neoliberal, em Cuba, o Estado,
apesar da grande pen�ria de recursos, refor�a os gastos no sector social. A Educa��o e
a Saude, por exemplo, absorvem 39% das verbas do Or�amento aprovado.
Numa bela interven��o, Oswaldo Martinez, presidente da Comiss�o de Assuntos Econ�micos
da Assembleia sublinhou que o mundo da globaliza��o neoliberal �, cada vez mais, o da
globaliza��o da explora��o e da iniquidade�.
As estat�sticas divulgadas pelo Programa das Na��es Unidas para o Desenvolvimento
d�o-lhe raz�o.
O desn�vel entre os que t�m tudo e os que
nada possuem aprofunda-se. Presentementre as 225 pessoas mais ricas t�m fortunas que
equivalem ao rendimento anual somado de 2 500 000 de pobres. Os l5 maiores
multimilion�rios re�nem activos superiores ao PIB de toda a �frica a Sul do Sahara.
Fidel Castro, no encerramento da sess�o,
recordou uma evid�ncia: o capitalismo deixa transparecer o temor de uma crise mundial
grav�ssima. N�o lhe faltam motivos.
�O capitalismo - afirmou o presidente de Cuba - � um sistema sem futuro e n�s estamos a
falar aqui de um sistema que demonstrou o seu futuro�.
Cuba aproxima-se confiante do fim do mil�nio. M.U.R.
�Avante!� N� 1310 - 7.Janeiro.1999
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