Ministério Público da União
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

13ª e 14ª Promotorias de Justiça Criminal de Brasília

 

TEMPO DE MATAR (A time to kill)

 por Rogério Schietti Machado Cruz
Promotor de Justiça do MPDFT



Mais um filme - baseado na obra de John Grisham, autor de "A Firma" e "O Cliente" - a respeito do racismo norte-americano. Em uma pequena cidade do Estado do Mississipi, uma criança negra, de 9 anos de idade, é covardemente estuprada e espancada por dois homens brancos embriagados. Presos horas depois, os criminosos são surpreendidos pelo pai da menina, Carl Lee Hailey (personagem de SAMUEL L. JACKSON) que os mata à frente de todos. Contratado para a defesa de Hailey, o jovem e intrépido advogado Jake Brigance (vivido por MATHEW McCONAUGHEY) enfrenta a ira dos racistas, o medo de seus familiares e amigos e até a parcialidade do juiz do caso, recebendo, por outro lado, a inesperada ajuda da idealista Ellen Roark (SANDRA BULLOCK a representa). A melhor parte do filme se desenvolve no tribunal, com lances inesperados e uma bela argumentação final do advogado. Confira.


Destaque Jurídico

TEMPO DE MATAR trata de vários assuntos de nosso interesse: a coragem do verdadeiro advogado, que, mesmo sob ameaças e violências a seus familiares e amigos, arrosta os perigos de sua profissão, em nome de uma causa; a estrutura das carreiras do Ministério Público e da Magistratura dos EUA, cuja vinculação política retira a imparcialidade e a independência de seus membros, ensejando julgamentos tendenciosos, nos quais a busca da verdade nem sempre é o norte a perseguir; o odioso racismo ainda emergente na sociedade americana, manifestado de modo violento e nem sempre dissimulado. Porém, nosso destaque jurídico vai para um trecho das alegações finais do advogado Brigance, quando exorta os jurados à seguinte reflexão:

"Que parte nossa busca a verdade? Nossa mente ou nosso coração? Eu quis provar que um negro podia ser julgado com justiça no sul... que somos todos iguais aos olhos da lei. Não é verdade, porque os olhos da lei são humanos. Os de vocês e os meus. E até podermos nos ver como iguais, a Justiça nunca será imparcial. Ela continuará sendo um reflexo de nossos preconceitos. Até lá, temos o dever, perante Deus, de buscar a verdade. Não com nossos olhos, com nossas mentes, porque o medo e o ódio fazem surgir o preconceito do convívio, mas com nossos corações, onde a razão não manda"...

 

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