A imprensa, fez um grande "des-serviço", igualando os fenômenos Chupa-chupa (ocorrido no Nordeste) e Chupacabras, chegando a comparar uma cabeça de quelônio, com uma Entidade Biológica Extraterrestre do tipo Alfa, afirmando que tal quelônio ou raia, pudesse ser até mesmo o Chupacabras!
Após nossas investigações em campo, atrás de casos similares, chegamos a conclusão de que existe uma entidade animalesca desconhecida, motivo da insegurança de pequenas populações interioranas; porém, sua descrição não se enquadra no perfil "Chupacabras" pesquisado e divulgado no México, na onda de 1995. Este animal teria cerca de 1m60cm a 1m80cm, muito peludo(marrom), aspecto simiano, costuma ser hostil ao se sentir ameaçado, e já foi visto andando sobre 4 "patas" bem como caminhando curvado sobre os 2 membros traseiros.
A Equipe VEGA, acostumada com casos onde a realidade é encarada de forma folclórica nas regiões onde ocorrem, atribui a este enigmático animal os casos em que se relatam aparições de Lobisomens e Pé-Grande; ou mesmo o "Adriano Lobo", uma lenda cujo protagonista surge a cada 7 anos, juntamente com estranhas luzes dentro de cavernas. Assim como estas, muitas outras testemunhas oculares de grandes seres peludos, com garras e aparência selvagem têm relatado à ufólogos ou em delegacias de polícia (BO), as estranhas aparições e comportamentos deste ser que nada tem em comum com o popular chupacabras, a não ser a origem desconhecida.
Em Passos-MG, foi visto em 18 de Junho de 1996 deixando 2 vítimas, entre elas, Luciano Olímpio que sofreu diversas escoriações sobre o corpo. Em Vargem Grande do Sul, fazenda Três Barras, um ser com o porte de um bezerro, com pelo alto, sendo a parte superior (costas) mais grossa e com focinho de cão foi visto pelo tratorista Alaor Bernardes 15 dias após a aparição anterior; Alaor, receoso, atirou-lhe um punhado de areia, fazendo com que o animal reagisse de forma selvagem. Em São Roque da Fartura uma senhora também pôde observar a presença de um estranho animal que, segundo ela, tinha 1,80m, seguia as pessoas, aparecia nas madrugadas, sempre curvado sobre duas pernas (patas), vale ressaltar que este animal foi visto comendo frutos de um abacateiro e alguns animais como porcos, galinhas e até mesmo gados, amanheciam mortos.
Muitos casos ainda estão ocorrendo, existem vários tipos de mutilações diferentes em regiões próximas umas das outras e que estão todas sendo encaradas de uma mesma forma. Sua existência é indiscutivel porém sua origem ainda é desconhecida, podendo ser uma espécie cujo habitat fora destruído pelo homem, animais vítimas de mutação, um experimento terreno ou até mesmo, uma sonda viva de origem extraterrena.
Com a ajuda de biólogos da Universidade de Campinas, Unicamp, o CEPEX esclareceu ataques em Vargem Grande do Sul, Sumaré, Campinas, São Roque, São Roque da Fartura, Rafard e dezenas de outras cidades do Interior do Estado de São Paulo. No rastro do chupacabras, o grupo encontrou vítimas da ação de seitas macabras, animais mortos pelo ataque de um felino chamado suçuarana, ataques feitos por cães e animais que escaparam de circos. Foram identificados também aves e patos que viraram comida de pequenos mamíferos predadores comuns nas áreas rurais. Além disso, suas pesquisas localizaram testemunhas do passeio de lobos-guarás e pessoas mal intencionadas, querendo seus quinze minutos de fama.
Um dos casos pesquisados pelo CEPEX ocorreu em São Roque, há 55 km da Capital, São Paulo. Trabalhando na plantação de alcachofra roxa, no dia 7 de outubro de 96, o proprietário do sítio Pessegueiro, Eduardo Roberto de Moraes, surpreendeu-se ao encontrar estranhas pegadas no terreno (Revista Vigília n.º 1). No Museu de História Natural da Unicamp, os pesquisadores compararam o molde da pegada com pegadas de outros animais. As marcas de São Roque eram idênticas à de uma anta.
Estatística versus sensacionalismo
"Apenas para 2% dos casos, de fato, não conseguimos uma explicação lógica. Mas não estou dizendo com isso que seja um animal estranho. Apenas não tivemos indícios do que pudesse ser", contabiliza Eduardo Mondini, do CEPEX. Mesmo assim, ele é cauteloso e ainda não dá a questão por encerrada. "Nossas pesquisas caminham no sentido de não existir um chupa-cabras", diz.
A estatística
é acertada "dentro dos recursos que estes pesquisadores dispõem",
avalia o biologista Hertz Figueiredo Santos, do campus de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo (USP). Hertz foi quem deu o alerta
para acabar com uma das histórias mais exploradas pela televisão
brasileira, que ficou conhecida como 'chupa-cabras do Gugu'.
Exibido
no dia 22 de junho, com reportagem do jornalista Saulo Gomes, o programa
Domingo Legal, apresentado por Gugu Liberato no SBT, alcançou 29
pontos de audiência mostrando o que aparentava ser a cabeça
desidratada de um animal, com parte da espinha dorsal exposta. O programa
o tempo todo procurou estabelecer uma relação de semelhança
entre a cabeça e as mais esquisitas e diversas descrições
e desenhos de supostos chupa-cabras. O biologista Hertz pesquisa uma das
três espécies de morcego hematófago do mundo capaz
de --em bandos-- provocar a morte de um animal de grande porte apenas sugando
seu sangue. Mesmo assim, segundo ele, a cabeça apresentada no programa
não era de nenhum predador monstruoso: era de uma arraia, animal
aquático que pode ser encontrado em praticamente toda a costa brasileira.
"Existem até mercados na região Norte do país onde se comercializa isso. Aquilo é corte de pescador. Se me arranjassem uma espécie daquela (Rynóptera) eu faria um material muito semelhante em uma semana", garantiu o pesquisador. Sobre os ataques do suposto chupa-cabras, Hertz é desconfiado: "minha suspeita é de um bicho chamado homo-sapiens", brincou. Ele lembrou também que animais como lobo-guará e alguns felinos comem determinados órgãos de suas vítimas e apreciam seu sangue. "A suçuarana é capaz de ficar muito tempo lambendo o ferimento enquanto escorrer sangue", disse.
A lógica do cientista não difere muito da opinião do veterinário Rodrigo Teixeira, de Sorocaba, para quem o chupa-cabras do México pode ter contado com a conivência das autoridades "por causa da crise, para desviar a atenção da população". Analisando a situação, foi parecida a tese do psicanalista Maurício Knobel, professor da Unicamp, em matéria publicada no Jornal da Tarde (São Paulo), em 18 de junho: "as pessoas acabam atribuindo os males sociais a esses seres imaginários", comentou.
O
mito que venceu fronteiras
A
fama do então já chamado "fenômeno chupa-cabras" chegou
ao Brasil no início de 1996, com as notícias de uma onda
de ataques que estariam ocorrendo no México e nas ilhas do Caribe,
desde o final de 1994. Essas regiões são o berço da
hipótese de que se trataria, na verdade, de um animal extraterrestre.
Até hoje, a associação entre a morte de animais em
circunstâncias diversas e supostos seres de outros planetas não
foi totalmente esclarecida. Segundo os ufólogos, há notícias
de que em Porto Rico testemunhas teriam visto estranhos seres de atitude
violenta descerem de discos-voadores.
A reportagem
de Vigília tentou contato com o pesquisador porto-riquenho Jorge
Martín, consideradoo principal estudioso do assunto nas ilhas do
Caribe. Até o fechamento desta edição, contudo, o
pesquisador não havia dado retorno às solicitações
via Internet.
Mas
não foi apenas na América Central que a fama da suposta fera
se consolidou. No sul de Miami, enquanto zoologistas e veterinários
comprovam a ação de cachorros matando criações
de bodes, frangos e patos, moradores de ascendência hispânica
garantem ter sido o "Goatsucker", a 'versão traduzida' do monstro,
já comparado nos Estados Unidos à lenda do bigfoot (pé
grande).
Em
março de 1996, Ron Magill, diretor assistente do MetroDade Zoológico,
ficou estarrecido com a atitude dos moradores de Sweetwater, em Miami,
enquanto ele mostrava a todos as marcas dos dentes caninos deixadas por
um cachorro em bodes supostamente vítimas do chupa-cabras. "Eles
(os moradores) simplesmente não estavam escutando," disse Magill
a um jornal local.
Quanto
à teoria do vampirismo, segundo ele, "ao contrário da crença
popular, todos os animais estavam plenos de sangue". Demonstrou isto em
um bode morto, cortando com uma faca a artéria carótida do
animal, por onde o sangue escorreu em quantidade.