Beira-Rio, Entretimento e Muita Curti��o

O ver�o chegou com for�a total arrastando gente bonita, alegre, jovens de todas as idades e turistas para a orla fluvial de Macap�, mais precisamente para a pra�a Beira-Rio, ou pelo nome tradicional de Zagury como � conhecida pelos macapaenses.

O Complexo Beira-Rio continua a ser, em Macap�, um bom programa para todos aqueles que buscam lazer, divers�o e contempla��o nos fins de tarde, lugar ideal para reunir a fam�lia, curtir uma boa cervejinha, saborear comidas t�picas e ouvir boas m�sicas tocadas e cantadas por artistas locais. Levar as crian�as para brincar no playground ou passear nos carrinhos motorizados � uma satisfa��o que nenhum papai e mam�e resiste. Patina��o, ciclismo e skates s�o esportes que v�m crescendo a cada dia na cidade.

Praticar cooper ou simplesmente caminhar sobre as pistas ali existentes � prato cheio para quem gosta de gozar boa sa�de e at� conquistar novas amizades. De vez em quando, uma �gua de coco gelada vai muito bem, depois da malha��o na pra�a. Nos dias de jogos, a Zagury lota mais ainda para formar torcidas durante a disputa dos seus times preferidos nos tel�es instalados nos quiosques da pra�a. Durante a noite, para alguns, o local fica melhor e mais animado com a brisa fresca do rio Amazonas, trazida pela mar�. � tamb�m quando a pra�a vira passarela de gente bonita e jovem, com muito charme e ar de paquera.

Fazer cooper ou caminhar é onda que toma conta da praça - Foto Leonay Sampaio

Outro point do Complexo Beira-Rio � o estacionamento de carros em frente ao Banco do Brasil. Noite a dentro ele vira a ferve��o  da galera, comportando in�meras tribos que ali v�o passear, namorar ou at� mesmo jogar um esporte que para muitos ainda � desconhecido: o h�quei sobre patins. � um barato! Outros preferem simplesmente curtir os lan�amentos musicais nos ritmos mais ex�ticos que rolam entre o dance ao brega.

Folclore a For�a da Ra�a Amapaense


O Amap� � rico em manifesta��es folcl�ricas, revelando, entre outros pontos, a nostalgia do negro, aspecto da vida ind�gena, brigas entre crist�os e mouros e devo��o a entes canonizados pela Igreja Cat�lica. Tudo � realizado com participa��o maci�a da popula��o, turista e at� da imprensa internacional.

MARABAIXO - O destaque maior est� no Marabaixo, que consiste em homenagear a Sant�ssima Trindade e o Divino Esp�rito Santo, atrav�s de missas e ladainhas. O lado profano � exercido pela dan�a e a m�sica, esta geralmente improvisada e carregada de tristeza ou alegria, com sincretismo religioso comum em variadas manifesta��es folcl�ricas da regi�o amaz�nica,  como o Marambir�, em Alenquer (PA) e o �air�, em Santar�m.   

O Marabaixo nasceu de epis�dio acontecidos com negros, durante fugas mar abaixo e traduz os sentimentos da negritude que contingencialmente foi levada a implantar ra�zes no Amap�. Por muitos anos o Marabaixo foi realizado em frente � Igreja de S�o Jos� de Macap�, mas o padre J�lio Maria Lombaerd, a exemplo de padre Olavo, do Pagador de Promessas, impediu a manifesta��o alegando que a festa era profana.

Depois, o ato folcl�rico foi realizado basicamente no chamado bairro negro de Macap�, o Laguinho. Hoje, a festa est�  disseminada pela cidade, realizada aos domingos em diferentes pontos de Macap�, chamado Marabaixo (Marabaixo fora de �poca), porque a manifesta��o tradicional � realizada no Domingo de P�scoa at� Domingo do Senhor.  Ao som de tambores de madeira  cavada, os participantes dan�am ao redor dos tambores. Na Quarta-feira de Murta e no Domingo da Sant�ssima Trindade, os negros dan�am at� de madrugada. Os homens fazem gestos de queda do corpo e capoeira e as mulheres, fren�ticas, cantam, dan�am e gritam.

Por causas principalmente oriundas da vida moderna em que se vive, o Marabaixo hoje n�o � mais praticado no munic�pio de Mazag�o, mas persiste no Curia�, localidade de beleza buc�lica exuberante, que provavelmente foi quilombo de negros foragidos  de senhores de Macap�, de onde fica a 12 quil�metros.

No Domingo do Mastro: na Quarta-feira da Murta, quando ocorre a quebra da murta (arbusto de aroma agrad�vel que serve para espantar maus press�gios) e no Domingo da Sant�ssima Trindade acontece o Marabaixo de Rua. Os participantes do ritual dan�am e tocam at� o lugar onde v�o buscar a murta ou o mastro e voltam pelo mesmo percurso, empunhando as ramagens e desfraldando as bandeiras do Divino Esp�rito Santo e da Sant�ssima Trindade pelos lugares onde passam. Todo tipo de bebida �  servido durante o Marabaixo, mas a bebida caracter�stica da festa � a gengibirra, preparada com gengibre e cacha�a ou com refresco, a qual � "tiro e queda".

FESTA DE S�O JOAQUIMO - Curia�, distante 12 quil�metros de Macap�, destaca-se no cen�rio folcl�rico amapaense com a homenagem de S�o Joaquim, na qual desenvolve-se Batuque, lado profano da festa e famoso pela expressividade da dan�a. S�o Joaquim � o padroeiro do local, uma bela �rea de Preserva��o Ambiental que possui duas comunidades separadas por uma ponte – Curia� de Dentro e Curia� de Fora. H� entendimento controverso, entre estudiosos, de que o Curia� teria sido um quilombo de negros fugidos de Macap�, onde eram submetidos a pesados trabalhos para a constru��o da Fortaleza de S�o Jos�. Durante a festa, a Folia e a Ladainha ocorrem todos os dias. A Ladainha � rezada em latim, com entona��o de voz especial do Mestre-Sala, que � o condutor espiritual da comunidade, j� que o Curia� n�o possui par�quia da Diocese de Macap�.

Dança do Batuque - Foto Jonhnny Senna

Ap�s a Ladainha, vem a Folia, comandada pelo Mestre-Sala, o qual passa o ritual com uma toalha em volta do pesco�o. Se ele achar que algum devoto comportou-se mal quando �s suas obriga��es religiosas, determina o pagamento de prenda, que consiste em rezar ajoelhado, encoberto com as bandeiras de S�o Joaquim. O Batuque do Curia� apresenta um ritmo estonteante atrav�s de seculares tambores chamados “macacos”, porque s�o feitos de tronco de macacaueiro e de coro de animais. Antes � preparada um fogueira para esquentar o couro dos instrumentos. Os macacos s�o dois e no Batuque ainda s�o utilizados tr�s pandeiros, confeccionados com madeira de cacaueiro e de couro de carneiro ou de sucuriju. Os batuqueiros tocam os tambores sentados sobre estes, que ficam superpostos num tarugo de acapu.

Os cantores e os tocadores de pandeiro ficam juntos no centro do sal�o, enquanto os dan�adores fazem r�pidas evolu��es sobre si mesmos e ao redor dos batuqueiros, sempre no sentido inverso do rel�gio. Na dan�a entram homens, mulheres e crian�as de todas as idades. Quando o ritmo se intensifica, forma-se em espet�culo sem igual. As saias rodadas e coloridas das mulheres tomam contada sala, em evolu��es. Os gritos e a queda do corpo que os homens fazem tamb�m colorem os movimentos da dan�a. O Mastro da Festa de S�o Joaquim existe h� mais de um s�culo, feito da �rvore jacara�ba e todo ano � repintado e levantado.

O levantamento do Mastro � feito dia 14 de agosto e at� o t�rmino da festa � hasteada a bandeira branca onde est� bordada a coroa do Santo. As ladainhas, a prociss�o e a folia retratam a devo��o e a f� que os habitantes de Curia� t�m para com os seus santos. Al�m de S�o Joaquim, no lugar ainda s�o festejados S�o Sebasti�o e Santo Ant�nio (Curia� de Dentro) e Santa Maria e S�o Tom� (Curia� de Fora).

CASA DO ARTES�O - O aretsanato do Amap� vive um bom momento de aceita��o p�blica e produ��o art�stica, como demonstram o volume de vendas e o n�mero de pe�as na Casa do Artes�o, administrada pela Associa��o dos Artes�os de Macap�. O estabelecimento, fundado em 1989 sob a denomina��o N�cleo de Produ��o Artesanal, na rua S�o Jos�, hoje, como nome que ostenta, funciona em local privilegiado, em frente ao Complexo Beira-Rio, por onde necessiariamente passam visitantes e turistas que chegam � capital amapaense. Cerca de 60 artistas, todos membros da Associa��o e obrigatoriamente amapaenses ou com resid�ncia fixa no Estado, exp�em na Casa do Artes�o. 

At� 1996, a casa era mantida e administrada diretamente pelo Governo do Estado, que resolveu destin�-la � Associa��o dos Artes�os de Macap�, por�m com o compromisso de pagar �gua, luz e telefone e ainda sete funcion�rios. Segundo apresidente da entidade Maria Marlisete Monteiro dos Reis, houve �poca em que as vendas na Casa do Artes�o eram m�nimas. Hoje, o volume alcan�a cerca de 70 pe�as por dia, muitas produzidas no pr�prio local e outras nos ateli�s dos artistas da associa��o.

Os produtos de cer�mica expostos para venda na Casa do Artes�o representam o grosso das pe�as e depois v�m os confeccionados com fibras vegetais. Obras em madeira entalhadas e pintadas a �leo ou outras ess�ncias tamb�m fazem parte do acervo colocado para comercializa��o. A cer�mica � utilizada em tr�s formas: natural, betumada e mineralizada (p� de mangan�s).

LOJA DO �NDIO - Funcionando ao lado da Casa do Artes�o, no entanto desvinculada desta, existe, naquele complexo arquitet�nico, a Loja do �ndio, administrada pela Associa��o dos Povos Ind�genas de Tumucumaque, com supervis�o direta do presidente da entidade, Missico Oiampi. Os mais variados artesanatos ind�genas, produzidos por eles mesmos, nas aldeias da regi�o, s�o expostos na Loja do �ndio, como cocares, cestaria variada, borduna, tamoc� (mascar�), maruana, colares de sementes de maramar� e pe�as de cer�mica, al�m de curiosidades diversas.

FESTA DE S�O TIAGO LEMBRA BATALHA DE CRIST�O E MOUROS -   A Festa de S�o Tiago, acontecida anualmente em  julho em Mazag�o Velho, distrito do munic�pio de Mazag�o, lembra as batalhas entre crist�os e mu�ulmanos realizadas na �frica. A manifesta��o folcl�rica foi introduzida em Mazag�o Velho por 163 fam�lias de colonos lusos que chegaram na localidade por volta de 1771 e seis anos depois iniciaram a festa em rever�ncia a S�o Tiago que, conta a lenda, milagrosamente surgiu no continente africano como soldado an�nimo para lutar contra os mouros. As homenagens a S�o Tiago s�o iniciadas dia 16 de julho e encerradas dia 27 do mesmo m�s.

O ponto m�ximo, contudo, se d� dias 24 e 25, quando � feita a teatrealiza��o da lenda do santo, montada por membros da comunidade, tendo as pr�prias ruas de Mazag�o Velho como palco. No dia 24 emiss�rios mouros entregam presentes envenenados a autoridades crist�s. Ainda h� ladainha e o Baile da M�scara, efetuado pelos mouros em regozijo � vit�ria que pensavam ter alcan�ado por causa dos presentes envenenados enviados aos l�deres crist�os. Uma alvorada festiva marca o in�cio do dia 25 e por volta das 6h30min o Arauto sai pelas ruas de Mazag�o Velho fazendo a convoca��o para o C�rio.  �s oito horas acontece o C�rio, seguido de Missa Solene.

Ao meio-dia do mesmo 25 de julho, o Bobo Velho sai �s ruas para espionar os crist�os e � apedrejado por estes. As 14h acontece a sa�da do Arauto, que anuncia o in�cio da representa��o teatral da batalha entre crist�os e mu�ulmanos. Ap�s, em ordem, � encenada a tomada do estandarte, a descoberta e morte do Atalaia, a venda de crian�as crist�s, batalha entre for�as inimigas e o Vomon�, festa crist� em rigozijo pela vit�ria sobre os mouros. �s 20 horas acontece o Rec�rio e �s 21h outra missa, para posteriormente ocorrer a ladainha de S�o Tiago. Nos dias 26 e 27 as crian�as representam o mesmo espet�culo, montadas em cavalinhos de miriti, que � uma palmeira da regi�o.

FESTA DA PIEDADE: ATO DE F� E CULTURA  -  Em fins de junho e come�o de julho, todos os anos, Igarap� do Lago, vila localizada em apraz�vel �rea de bela paisagem natural, se engalana para homenagear a M�e de Deus da Piedade, onde o elemento profano (Batuque) se mistura ao sentido religioso da festa. Igarap� do Lago tem na maioria da sua popula��o representantes da ra�a negra, os quais herdaram de seus antepassados escravos o gosto pela dan�a e batuque, sem esquecer, contudo, a realidade, ali�s que � muito forte na localidade, o que � provado na Festa da Piedade, quando praticamente toda popula��o se mobiliza, participando do evento.

O festejo come�a dia 24 de junho, com alvorada festiva e vai at� 3 de julho. Neste per�odo, os visitantes, al�m de assistirem aos rituais de homenagem � Piedade, t�m oportunidade de fazer gostosos passeios de barco pelo igarap�, pescar, andar de cavalo pelos campos que circundam a vila, tudo isso em contato direto com a natureza e a apenas 85 quil�metros da capital do Amap�, Macap�. No decorrer da festa h� missas e ladainhas, mas o ponto alto � o Batuque, regido pelo “Mantenador” que � o morador mais antigo do Igarap� do lago. Ele usa uma toalha branca no ombro esquerdo e uma estola da mesma cor, tendo nas pontas cruzes em azul.

Quando o Mantenador coloca a toalha em volta do pesco�o, o Batuque come�a e quando � retirada, tudo p�ra. � ele tamb�m, que estabelece pena aos foli�es que n�o cumpriram alguma obriga��o para Nossa Senhora da Piedade. A pena consiste em anunciar os nomes e orden�-los que rezem ora��es a Santa, ajoelhados sobre uma pedra pontiaguda pintada de branco.    Quando se tocam os tambores no Batuque, um peda�o de pau acapu, chamado rolete, � utilizado para sustenta-los no ch�o, inclinado-os para dar maior comodidade aos tocadores que ficam montados sobre eles.  O traje das mulheres consiste em saias longas, rodadas e coloridas. Usam blusas estampadas e flores na cabe�a, como adorno. Entre os homens, apenas o Mantenedor usa camisa e cal�a brancas.

       

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