Movimentação de pesos
1 - Noções básicas
Em um Sistema Homem-Máquina, o homem usa seus músculos de contrações voluntárias (músculos esqueléticos) para exercer uma ação sobre a máquina. Para que o desempenho deste sistema seja adequado, é necessário que a máquina esteja adaptada às características humanas, as quais abrangem as suas características motoras.
Tendo em vista este objetivo, fornecemos, a seguir, algumas noções básicas sobre Aspectos Motores.
Os músculos esqueléticos são ligados aos ossos através dos tendões, formando um verdadeiro sistema de alavancas e sempre que há um movimento, há pelo menos um músculo se contraindo e um se relaxando. A concentração dos músculos se realiza através de excitação realizada por motoneurónios que se ligam a várias fibras musculares.
O conjunto de motoneurônios e todas as fibras musculares por ele enervadas chama-se unidade motora. Os músculos que executam ações delicadas e precisas tem unidades motoras pequenas com poucas fibras por motoneurônio. Ao contrário, os de ação forte e grosseira tem dezenas ou centenas de fibras por motoneurônio. Assim, por exemplo, a musculatura dos olhos, que tem uma relação entre número de fibras e motoneurônio variando de 2:1 a 6:1, tem ação com movimentos rápidos, pequenos e precisos, ao contrário dos músculos das pernas, onde esta relação varia de 200:1 a 500:1. Desta forma devemos delegar trabalho pesado para os músculos corn unidades motoras grandes e trabalho de natureza leve precisa e rápida para os músculos com unidades motoras pequenas.
Devemos ainda evitar contração prolongada dos músculos, isto é, trabalho estático, pois ele resulta em sintomas de fadiga por deficiência na circulação sangüínea. A contração e o relaxamento alternado de músculos, isto é, trabalho dinâmico, é a forma mais adequada e vantajosa de execução de trabalho.
FIGURA 6 - Diferença entre procura e fornecimento de sangue pelos músculos sob várias condições.
Através dos dados das Figuras 7 e 8 a seguir, de força dos braços e pernas em várias direções e sentidos na posição sentada, fica clara a importância do conhecimento das capacidades motoras humanas no projeto de posição e esforço máximo que devem ter alavancas, pedais, etc.
F IGURA 7 Forças máximas das pernas para diferentes inclinações
de movimentação das pernas, em relação á
horizontal, conforme MULLER.
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Manejo manual de cargas
Técnicas para manejo manual de cargas
O manejo manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns, sendo responsável por um considerável número de lesões e acidentes do trabalho, nos mais diversos ramos de atividades econômicas de todos os países. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a coluna vertebral com conseqüências altamente danosas para o trabalhador, a empresa, a sociedade e a nação.
A movimentação manual de cargas, além de ser dispendiosa em termos energéticos (por exemplo, o rendimento útil para operações de levantamento de carga é da ordem de 8 a 10%) e, portanto, cara, é um trabalho penoso que provoca fadiga intensa e causa inúmeros acidentes. Torna-se, portanto, fundamental realçar que o transporte manual de cargas deve ser tanto quanto possível evitado ou minimizado, mecanizando-se as atividades de trabalho pelo emprego de polias, talhas empilhadeiras, carrinhos de transporte, elevadores, transportadores de correia, guindastes, pontes-rolantes, etc.
É evidente que o emprego de empilhadeiras, guindastes e pontes-rolantes representa um custo elevado de investimento, sendo a sua aquisição, na maioria das vezes, economicamente rentável apenas, quando forem constantemente utilizadas. Fábricas pequenas, além de tipos de atividades específicas, deverão, portanto, continuar a usar, para o manejo de cargas, o Homem.
As recomendações gerais a seguir indicadas abrangem situações de manejo manual de carga mais comuns e possibilitam evitaras conseqüências altamente danosas no manejo manual de cargas.
Recomendações gerais no manejo manual de cargas
FIGURA 9 - Técnica para levantamento de carga (barra, caixa, saco, etc.) Joelho do membro inferior adiantado em angulo de 90o. Braços esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido para baixo. Pernas distanciadas entre si lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo. Tronco em mínima flexão.
FIGURA 10 - Levantamento de cargas.
FIGURA 10 - Técnica para movimentação lateral de carga: posição dos pés em angulo para evitar a torção do tronco.
FIGURA 11 - Porte de carga com os braços retos, de forma a obter
menor tensão nos músculos dos membros superiores.