Vinha de Luz, de Francisco Cândido Xavier p/Emmanuel

Amai-vos
Amanhã
Casa Espiritual
Cultiva a Paz
Diversidade
Dívida de Amor
Escritura Individual
Falatórios
Filhos da Luz
Fortaleza
Indicação de Pedro
O Verbo é Criador

Amai-vos

"Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade."
	João. (I João, 3:18.)

Por norma de fraternidade pura e sincera, recomenda a Palavra Divina: "Amai-vos uns aos outros."
Não determina seleções.
Não exalta conveniências.
Não impõe condicionais.
Não desfavorece os infelizes.
Não menoscaba os fracos.
Não faz privilégios.
Não pede o afastamento dos maus.
Não desconsidera os filhos do lar alheio.
Não destaca a parentela consangüínea.
Não menospreza os adversários.
E o apóstolo acrescenta: "Não amemos de palavra, mas através das obras, com todo o fervor do coração."
O Universo é o nosso domicílio.
A Humanidade é a nossa família.
Aproximemo-nos dos piores, para ajudar.
Aproximemo-nos dos melhores, para aprender.
Amarmo-nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão.

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Amanhã

"Digo-vos que não sabeis o que 
acontecerá amanhã."
           (Tiago,4:14.)

Diz o preguiçoso: "amanhã farei".
Exclama o fraco: "amanhã, terei forças".
Assevera o delinqüente: "amanhã, regenero-me".
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda, em verdade, a noção real do tempo.
Quem não aproveita a bênção do dia, vive distante da glória do século.
Alma sem coragem de avançar cem passos, não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear, não consegue prever as conseqüências da procrastinação do serviço a que se devota, porque, entre uma hora e outra, podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida, contudo, a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem asas, nem todas se ajustam à mesma tarefa, nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril, mas o corvo, de modo geral, se consagra, em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora, surpreenderá amanhã, à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem delonga, quanto deve ser feito a benefício de tua própria felicidade, porque o Amanhã será muito agradável e benéfico somente para aquele que trabalha no bem, que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa, valorosamente, nas abençoadas horas de Hoje.

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Casa Espiritual

"Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual."
	Pedro. (I Pedro, 2:5.)

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação o esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem , de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.
O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima.
Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e renovados.
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal. É também o restaurador da casa espiritual dos homens.
O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do serviço. O discípulo sincero, porem é o trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus, mas sobretudo, em favor de si mesmo.

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Cultiva a Paz

"E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz;
e, se não, ela voltará para vós."
	Jesus. (Lucas, 10:6.)

Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se apegam, voluptuosamente, à própria desesperação? Quantos revoltados fogem à luz da paciência? Quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos? Quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?
Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.
Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.
Exigem que a tranqüilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.
Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é a realização muito distante.
Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã, sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem, como intransferível conquista de cada um.

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Diversidade

"E há diversidade de operações, mas
é o mesmo Deus que opera tudo em todos." - Paulo. 
           (I Coríntios, 12:6.)

Sem luz espiritual no caminho, reduz-se a experiência humana a complicado acervo de acontecimentos sem sentido.
Distantes da compreensão legítima, os corações fracos interpretam a vida por mera penitência expiatória, enquanto os cérebros fortes observam na luta planetária desordenada aventura.
A peregrinação terrena, todavia, é curso preparatório para a vida mais completa. Cada espírito exercita-se no campo que lhe é próprio, dilatando a celeste herança de que é portador.
A Força Divina está operando em todas as inteligências e superintendendo todos os trabalhos.
É indispensável, portanto, guardarmos muito senso da obra evolutiva que preside os fenômenos do Universo.
Não existem milagres de construção repentina no plano do espírito, como é impossível improvisar, de momento para outro, qualquer edificação de valor na zona da matéria.
O serviço de iluminação da mente, com a elevação dos sentimentos e raciocínios, demanda tempo, esforço, paciência e perseverança. Daí, a multiplicidade de caracteres a se aprimorarem na oficina da vida humana, e, por isso mesmo, a organização de classes, padrões e esferas em número infinito, obedecendo aos superiores desígnios do Pai.
É necessário, pois que os discípulos da Revelação Nova, com o Cristianismo redivivo, aprendam a valorizar a oportunidade do serviço de cada dia, sem inquietudes, sem aflições. Todas as atividades terrestres, enquadradas no bem, procedem da orientação divina que aproveita cada um de nós outros, segundo a posição em que nos colocamos na ascensão espiritual.
Toda tarefa respeitável e edificante é de origem celeste. Cada homem e cada mulher, pode funcionar em campos diferente, no entanto, em circunstância alguma deveremos esquecer a indiscutível afirmação de Paulo, quando assevera que "há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos".

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Dívida de Amor

"Portanto, daí a cada um o que deveis; 
a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem temor, temor; a quem
honra, honra."
	Paulo. (Romanos, 13:7.)

Todos nós guardamos a dívida geral de amor uns para com os outros, mas esse amor e esse débito se subdividem, através de inúmeras manifestações.
A cada ser, a cada coisa, paisagem, circunstância e situação, devemos algo de amor em expressão diferente.
A criatura que desconhece semelhante impositivo não encontrou ainda a verdadeira noção de equilíbrio espiritual.
Valiosas oportunidades iluminativas são relegadas, pelas almas invigilantes, à obscuridade e à perturbação.
Que prodigioso éden seria a Terra se cada homem concedesse ao próximo o que lhe deve por justiça!
O homem comum, todavia, gravitando em torno do próprio "eu", em clima de egoísmo feroz, cerra os olhos às necessidades dos outros. Esquece-se de que respira no oxigênio do mundo, que se alimenta do mundo e dele recebe o material imprescindível ao aperfeiçoamento e à redenção. A qualquer exigência do campo externo, agasta-se e irrita-se, acreditando-se o credor de todos.
Muitos sabem receber, raros sabem dar.
Por que esquivar-se alguém aos petitórios do fragmento de terra que nos acolhe o espírito? Por que negar respeito ao que comanda, ou atenção ao que necessita?
Resgata os títulos de amor que te prendem a todos os seres e coisas do caminho.
Quanto maior a compreensão de um homem, mais alto é o débito dele para com a Humanidade; quanto mais sábio, mais rico para satisfazer aos impositivos de cooperação no progresso universal.
Não te iludas. Deves sempre alguma coisa ao companheiro de luta, tanto quanto à estrada que pisas despreocupadamente. E quando resgatares as tuas obrigações, caminharás na Terra recebendo o amor e a recompensa de todos.

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Escritura Individual

"Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas.
Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram."
	(Mateus, 26:56.)

O desígnio a cumprir-se não constitui característica exclusiva para a missão de Jesus.
Cada homem tem o mapa da ordem divina em sua existência, a ser executado com a colaboração do livre-arbítrio, no grande plano da vida eterna.
Acima de tudo, nesse sentido, toda criatura pensante não ignora que será compelida a restituir o corpo de carne à terra.
Os companheiros menos educados sabem, intuitivamente, que comparecerão a exame de contas, que se lhes defrontarão paisagens novas, além do sepulcro, e que colherão, sem mais nem menos, o fruto das ações que houverem semeado no seio da coletividade terrestre.
Em geral, porém, ao homem comum esse contrato, entre o servo encarnado e o Senhor Supremo, parece extremamente impreciso, e prossegue, experiência a fora, de rebeldia em rebeldia.
Nem por isso, todavia, a escritura, principalmente nos parágrafos da morte, deixará de cumprir-se. O momento, nesse particular, surge sempre, com múltiplos pretextos, para que as determinações divinas se realizem. No minuto exato, familiares e amigos excursionam em diferentes mundos de idéias, através das esferas da perplexidade, do temor, da tristeza, da dúvida, da interrogação dolorosa e, apesar da presença tangível dos afeiçoados, no quadro de testemunhos que lhe dizem respeito, o homem atende, sozinho, no capítulo da morte, aos itens da escritura grafada por ele próprio, diante das Leis do Eterno Pai, com seus atos, palavras e pensamentos de cada dia.

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Falatórios

"Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade."
	Paulo. (II Timóteo, 2:16.)

Poucas expressões da vida social ou doméstica são tão perigosas quanto o falatório desvairado, que oferece vasto lugar aos monstros do crime.
A atividade religiosa e científica há descoberto numerosos fatores de desequilíbrio no mundo, colaborando eficazmente por extinguir-lhes os focos essenciais.
Quanto se há trabalhado, louvavelmente, no combate ao álcool e à sífilis?
Ninguém lhes contesta a influência destruidora.
Arruínam coletividades, estragam a saúde, deprimem o caráter.
Não nos esqueçamos, porém, do falatório maligno que sempre forma, em derredor, imensa família de elementos enfermiços ou aviltantes, à feição de vermes letais que proliferam no silêncio e operam nas sombras.
Raros meditam nisto.
Não será, porventura, o verbo desregrado o pai da calúnia, da maledicência, do mexerico, da leviandade, da perturbação?
Deus criou a palavra, o homem engendrou o falatório.
A palavra digna infunde consolação e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.
Quantos inimigos da paz do homem se aproveitam do vozerio insensato, para cumprirem criminosos desejos?
Se o álcool embriaga os viciosos, aniquilando-lhes as energias, que dizer da língua transviada do bem que destrói vigorosas sementeiras de felicidade e sabedoria, amor e paz? Se há educadores preocupados com a intromissão da sífilis, por que a indiferença alusiva aos desvarios da conversação?
Em toda parte, a palavra é índice de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la Desprezar as sagradas possibilidades do verbo, quando a mensagem de Jesus já esteja brilhando em torno de nós, constitui ruinoso relaxamento de nossa vida, diante de Deus e da própria consciência.
Cada frase do discípulo do Evangelho deve Ter lugar digno e adequado.
Falatório é desperdício. E quando assim não seja não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando espíritos valorosos e comunidades inteiras.

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Filhos da Luz

"Andai como filhos da luz."
	Paulo. (Efésios, 5:8.)

Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.
Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.
Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.
Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.
Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.
Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.
Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.
Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.
Os cristãos, todavia, são filhos da luz.
E a missão da luz é uniforme e insofismável.
Beneficia a todos sem distinção.
Não formula exigências para dar.
Afasta as sombras sem alarde.
Espalha alegria e revelação crescentes.
Semeia renovadas esperanças.
Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

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Fortaleza

"Sabendo que a tribulação produz fortaleza."
	Paulo. (Romanos, 5:3.)

Quereis fortaleza? Não vos esquiveis à tempestade.
Muita gente pretende robustecer-se ao preço de rogativas para evitar o serviço áspero. Chegada a preciosa oportunidade de testemunhar a fé, internam-se os crentes, de maneira geral, pelos caminhos largos da fuga, acreditam-se em segurança.
Entretanto, mais dia menos dia, surge a ocasião dolorosa em que abrem falência de si mesmos.
Julgam-se, então, perseguidos e abandonados.
Semelhantes impressões, todavia, nascem da ausência de preparo interno.
Esquecem-se os imprevidentes de que a tempestade possui certas funções regeneradoras e educativas que é imprescindível não menosprezar.
A tribulação é a tormenta das almas. Ninguém deveria olvidar-lhe os benefícios.
Quando a verdade brilhar, no caminho das criaturas, ver-se-á que obstáculos e sofrimentos não representam espantalho para os homens, mas sim quadros preciosos de lições sublimes que os aprendizes sinceros nunca podem esquecer.
Que seria da criança sem a experiência? Que será do espírito sem a necessidade?
Aflições, dificuldades e lutas são forças que compelem à dilatação de poder, ao alargamento de caminho.
É necessário que o homem, apesar das rajadas aparentemente destruidoras do destino, se conserve de pé, desassombradamente, marchando, firme, ao encontro dos sagrados objetivos da vida. Nova luz lhe felicitará, então a esfera íntima, conduzindo-o, desde a Terra, à gloriosa ressurreição no plano espiritual.
Escutemos as palavras de Paulo e vivamo-las!
Ai daqueles que se deitarem sob a tempestade! Os detritos projetados do monte pelas correntes do aguaceiro poderão sufocá-los, arrastando-os para o fundo do abismo.

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Indicação de Pedro

"Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a."
	Pedro. (I Pedro, 3:11.)

A indicação do grande apóstolo, para que tenhamos dias felizes, parece extremamente simples pelo reduzido número de palavras, mas revela um campo imenso de obrigações.
Não é fácil apartar-se do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservarmos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la.
Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas, e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranqüilidade consoladora. Esta é a situação real da maioria dos encarnados e de grande parte dos desencarnados que se acomodam aos círculos do homem, porque a morte física não soluciona problemas que condizem com o foro íntimo de cada um.
A palavra de Pedro, desse modo, vale por desafio generoso.
Nosso esforço o ideal ou fira-se-nos a alma, apartemo-nos do mal e pratiquemos o bem possível, identifiquemos a verdadeira paz e sigamo-la. E tão logo alcancemos as primeiras expressões do sublime serviço, referente à própria edificação, lembremo-nos de que não basta evitar o mal e sim nos afastarmos dele, semeando sempre o bem, e que não vale tão-somente desejar a paz, mas buscá-la e segui-la com toda a persistência de nossa fé.

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O Verbo é Criador

"Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem."
	Jesus. (Mateus, 15:18.)

O ensinamento do Mestre, sob o véu da letra, consubstancia profunda advertência.
Indispensável cuidar do coração, como fonte emissora do verbo, para que não percamos a harmonia necessária à própria felicidade.
O que sai do coração e da mente, pela boca, é força viva e palpitante, envolvendo a criatura para o bem ou para o mal, conforme a natureza da emissão.
Do íntimo dos tiranos, por esse processo, origina-se o movimento inicial da guerra, movimento destruidor que torna à fonte que nasceu, lançando ruína e aniquilamento.
Da alma dos caluniadores, partem os venenos que atormentam espíritos generosos, mas que voltam a eles mesmos, escurecendo-lhes os horizontes mentais.
Do coração dos maus, dos perversos e dos inconscientes, surgem, através do poder verbalista, os primórdios das quedas, dos crimes e das injustiças; todavia, tais elementos perturbadores não se articulam debalde para os próprios autores, porque dia chegará em que colherão os frutos amargos da atividade infeliz a que deram impulso.
Assim também, a alegria semeada, por intermédio das palavras salutares e construtivas, cresce e dá os seus resultados.
O auxílio fraterno espalha benefícios infinitos, e o perfume do bem, ainda quando derramado sobre os ingratos, volta em ondas invisíveis a reconfortar a fronte que o emite.
O ato de bondade é invariável força benéfica, em derredor de quem o mobiliza. Há imponderáveis energias edificantes, em torno daqueles que mantêm viva a chama dos bons pensamentos a iluminar o caminho alheio, por intermédio da conversação estimulante e sadia.
Os elementos psíquicos que exteriorizamos pela boca são potências atuantes em nosso nome, fatores ativos que agem sob nossa responsabilidade, em plano próximo ou remoto, de acordo com as nossas intenções mais secretas.
É imprescindível vigiar a boca, porque o verbo cria, insinua, inclina, modifica, renova ou destrói, por dilatação viva de nossa personalidade.
Em todos os dias e acontecimentos da vida, recordemos com o Divino Mestre de que a palavra procede do coração e, por isso mesmo, contamina o homem.

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