Horizontes da Vida, de João Nunes Maia p/ Miramez

A Felicidade
A Mente e o Corpo
A Oração é o Caminho
As Idéias Têm Vida
Carregamos o Que Pensamos
Cascão Psíquico
Como as Idéias se Unem
Educação demorada
Função dos Corpos
Norteando Atitudes
Novos Princípios Para Novas Atitudes
Pausa Para Meditar
Purificando a Atmosfera
Quem Te Ama ?
Reunião Espírita
Serenidade
Transmissão de Energias

A Felicidade

Felicidade é um conjunto de virtudes vividas pela alma em qualquer lugar em que estiver, ou for chamada a viver. Felicidade é a alegria pura e permanente do Espírito, sem os trovões das gargalhadas, muito comuns nas áreas das paixões inferiores.
Felicidade é a bem-aventurança assegurada pelo amor, como sendo síntese de qualidades espirituais abençoadas por Deus e conquistadas pelo trabalho interno do Espírito.
Felicidade é a glória imperturbável da consciência em todos os sentidos.
A alma feliz torna-se um sol, de modo que o sol físico se faz como pálida imagem do Espírito feliz.
Felicidade é doação constante a tudo e a todos, buscando entender a posição de cada um, sem especular os companheiros, por sermos todos irmãos, filhos do mesmo Deus de bondade e de amor.
Ser feliz é consorciar seus valores imortais, no maior bem da vida – Deus – em quem se encontram matizadas todas as luzes que o universo pode comportar, e ainda muito mais do que podemos perceber.
Felicidade é paz, é amor, é perdão, é tranqüilidade, é justiça, é alegria, é equilíbrio, é benevolência, é caridade. É a alma em Deus, e Deus sendo reconhecido dentro de cada alma.
No entanto, a felicidade tem uma rota definida, que o santo conhece e os sábios não ignoram, e os místicos sabem por onde trilhar para encontrá-la. Não se conquista de uma só vez, pois ela é filha dos bilhões de anos no exercício de viver. Ela pede que ativemos corpos e mais corpos, vidas e mais vidas, esforços e mais esforços no bem comum; ela pede amor e mais amor, trabalhos de todas as naturezas, onde o bem se mostre em todas as suas modalidades de servir.
Felicidade é gratidão a Deus por Seus feitos de segundo a segundo.
Ser feliz é ser justo, de maneira que a harmonia não falte ao ritmo do amor.
Ser feliz é amar, nas linhas que a caridade se mostre sem o barulho a que se acostumaram os homens nas doações passageiras. Ser feliz é não violentar a natureza em todos os seus aspectos, objetivando viver em paz com todos os reinos da Terra.
Ser feliz é perdoar, de maneira a esquecer as ofensas, e fazer amigos pela palavra, pela ação, pelos gestos e pela vida.
Ser feliz é cumprir os deveres, pelas promessas assumidas no registro da consciência.
Ser feliz é deixar que o coração pulse sem discórdia e sem maldade.
Ser feliz é não perder nunca a capacidade de ser pacífico.
Ser feliz é encontrar o céu dentro do coração, de modo que ele banhe a consciência com os esplendores da alma em plena harmonia com Deus.
Ser feliz é ceder ante os convites dos testemunhos, desde quando com isso se dê cooperação para melhorar o companheiro em caminho.
Ser feliz é ver e sentir a felicidade dos outros.
Ser feliz é conhecer o Poder Central da vida como doador universal, e obedecer-Lhe, entendendo a sua função de filho, de criatura.
Ser feliz é ouvir a voz de Nosso Senhor Jesus Cristo todos os dias e chama-Lo; ser seu ouvinte de todos os momentos, de modo a avaliar a sua própria vida.
Ser feliz é não temer tudo aquilo que acontecer, tirando dos acontecimentos as lições imortais para a paz interior.
Ser feliz é liberar de segundo a segundo vibrações do seu ser, que levem harmonia em todas as direções do universo para todos os seres e todas as coisas.
Ser feliz é viver em Cristo, para sentir Deus no centro da vida, como o sol da própria vida universal.
Ser feliz é respeitar a Divindade, da matéria primitiva ao reino dos anjos, tornando-se um deles, na plenitude do amor.
Assim poderemos dizer: Somos Felizes!
Eis aí os horizontes da vida!

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A Mente e o Corpo

A mente está ligada ao corpo e a esse domina, na sua extensão absoluta; são trilhões de células que recebem permanentemente o comando da alma, para que se tornem em harmonia. As enfermidades, que recebem variados nomes pela ciência oficial, nada mais são do que a falta de harmonia na mente que, em desajuste, desequilibra todo o soma, fazendo sofrer todos os corpos que servem de instrumentos à alma, e essa passa por todas as agressões que o magnetismo inferior distribui no vasto campo operacional de átomos e moléculas, na circulação de ondas e raios, de todos os tipos de projeções de luzes. Uma infinidade de gamas invisíveis de energias das mais sublimadas entra em revoluções desordenadas, fugindo à ordem do universo, por falta de paz na mente e amor na intimidade do coração.
A Doutrina Espírita, com o seu trabalho de prudência, avança todos os dias, entregando à mente humana e mesmo à espiritual, com moderação, cotas de ensinamentos que o progresso exige, para que o Espírito acorde do seu sono milenar, conhecendo as coisas de Deus mais visíveis, mesmo na face da Terra. Tudo se encadeia em harmonia, ajustando a vida dentro e fora da alma; as bênçãos de Deus não faltam para todos os que desejam imprimir em si mesmos a fé e o amor.
Os seres humanos somente percebem através dos sentidos, em que os pontos físicos sensoriais registram os fatos; quando alcançarem um estágio superior, passarão a anotar em silêncio os valores espirituais, de modo que o aprendizado ficará mais fácil, crescendo, assim, a vida, na demonstração dos mais variados dons, que recolherão avisos onde eles se fizerem presentes para a grandeza do Espírito. Por enquanto, somente podem receber os ensinamentos mais profundos pela teoria; no entanto, tempo virá que os desencarnados encarregados das orientações deverão se dispor, revestindo-se de fluidos mais grosseiros, ficando visíveis aos olhos humanos, entabulando conversação frente a frente, desfazendo a imagem de que estão no céu, somente adorando o Criador. Sabemos que essa adoração se dá pelos canais do trabalho constante, operando sempre, porque nada pára; tudo se move sem interrupção.
O corpo humano é um amostra do constante movimento da vida; se pudéssemos observá-lo na sua intimidade, em uma tela cinematográfica, com todos os seus pormenores, ficaríamos assombrados de ver e sentir a grandeza que carregamos como instrumento, nos apontando a elevação. Se não foi a ciência que fez o corpo, e nem pode fazer, quem fez? Qual é o potencial que comanda esse micro-mundo celular, com tanta beleza que assombra os próprios sábios?
Quando, no mundo espiritual, estudamos o corpo humano, passamos a respeitar mais quem o organizou, e dar mais valor a esse conjunto de vidas em favor do Espírito revestido com ele. De qualquer forma, a mente é uma luz de Deus que comanda esse mundo de carne, mesmo de forma inconsciente, porque a mente divina faz parte ativa neste comando, de modo que a harmonia passa a manifestar-se. Mente e corpo se confundem com os mesmos ideais, porque dos fluidos à matéria e desta aos fluidos novamente ocorrem processos de despertamento dos valores colocados pelo Criador, que deseja sua sublimação pelo acordamento.
O Espírito que conhece um pouco de si mesmo torna sazonado o seu clima interior e transforma a atmosfera que o circula, sendo capaz de transmitir para os outros a sua elevação por fios invisíveis, que se percebe apenas pela sensação de bem-estar que comove e agrada ao coração.
Valorizemos mais nosso corpo porque, se ele manifestar harmonia, os outros corpos imperceptíveis passarão a irradiar o mesmo clima de vida e a alma entrará em êxtase de felicidade, que sempre esperamos encontrar. Quando o corpo e a alma estão bem, sentimos Deus mais presente pelo Espírito e Jesus nos guiando para as bem-aventuranças dos céus em nós.

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A Oração é o Caminho

Todas as religiões valorizam a oração nos seus aspectos valiosos de elevar a alma acima da vida que leva, respirando mais além, na sustentação da sua vida em Deus. A prece nos coloca na predisposição do florescimento espiritual, capacitando-nos de modo a entender as bênçãos de Deus e usá-las no conforto do coração.
Assim como existem o sol e a chuva, e os alimentos em benefício da humanidade, a oração é como o recurso da alma cansada e oprimida, que pode e deve buscar socorro, súplica essa que aumenta a esperança no porvir.
A criança ora pelo choro, ao nascer; o jovem ora pelo esforço que faz no aprendizado, o velho ora na dor, e o moribundo ora ao passar pela porta estreita da morte. A vida é, pois, um cântico eterno na eternidade de Deus. Os minerais, os animais, as plantas, enfim, todos têm suas modalidades de orar ao Criador, dentro dos seus padrões de vida e de escala de ascensão. Os astros oram nos bailados celestiais, que se correspondem na sua linguagem; tudo se comunica, e o Senhor conhece todas as falas, em todos os níveis. E o amor, nas suas variadas faixas!
O homem precisa aprender a orar no que tange à vida imortal. A prece verdadeira para a alma é aquela que nasce dos pensamentos puros, que verte dos lábios onde não haja desarmonia. A vida pode ser um cântico de orações permanentes Àquele que tudo fez. Isso é um horizonte da vida, em aspectos diferenciados, que o mundo espiritual entende, e sempre nos dá respostas, no nosso entendimento.
A Oração é o alimento do Espírito, quando feita com amor. Evidencia-se daí que precisamos orar todos os dias, colocando a nossa vida em plena sintonia com a vida do Criador. Não podemos entender por oração somente palavras saídas dos lábios; é a vida que levamos. Peçamos a Deus pelas nossas disposições, pois os atos falam mais alto do que as próprias palavras.
Se o homem vibra em ódio por alguém, é semente lançada que deve ser devolvida à natureza com a mesma vibração. Se ofende às criaturas, está plantando o germe destas ações, que se tornarão em ações da mesma espécie. Se espalha a tristeza por onde anda, certamente que a melancolia perseguirá o seu coração por onde quer que seja. Essa é a justiça de Deus pelas linhas da natureza, em forma de leis.
O Evangelho nos manda orar por aqueles que nos perseguem e nos caluniam, para que não entremos com eles na mesma faixa das inferioridades. Acentuemos as nossas vidas no padrão de vida de Cristo, procuremos nos esforçar em todos os rumos, para conhecermos a nós mesmos, e não alimentemos as paixões inferiores, pois elas nos fazem sofrer, por serem sementes do mal, que lançamos ao solo alheio.
"Quando orares", disse Jesus, "entra no teu aposento e ora ao teu Pai em secreto". Fecha-te no teu aposento interior e fala a Deus pelo exemplo dignificante, sem o barulho das palavras vazias, ora com a vida em Cristo, onde mora Deus, libertando-te o coração. A própria dor é uma prece que a alma encarnada faz com o organismo em depressão, para que possa ajudar a si mesmo. A súplica é força de Deus no centro da nossa vida. Orar é entender que existe alguém acima de nós, como Pai e Mãe de todas as criaturas. Vamos orar!
Procuremos entender as coisas e as nossas próprias necessidades, procuremos conhecer nossos deveres para com a vida, que a vida nos responderá na altura da nossa carência de vida.
São horizontes de vida, que mostram ao sofredor um mundo novo cheio de esperanças.

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As Idéias Têm Vida

Certamente que as idéias têm vida, por nascerem da vida; elas flutuam em torno de quem as cria, dando-se os destinos que os sentimentos propõem. Os nossos pensamentos, dos encarnados e desencarnados, são como sementes de vida, a propor vidas, do modo pelo qual foram criadas.
A obstinação da alma nas paixões inferiores faz criar idéias do mesmo naipe, de maneira que o criador de tais forças receba as mesmas vibrações das formas criadas. A lei não deixa ninguém errar o que pediu pelos próprios pensamentos. A mente está em constante oração pelo que pensa e faz, na sutileza do próprio tempo.
Tem cuidado na formação das tuas idéias, que elas podem te induzir à felicidade, mas também te carregar mais o fardo e o jugo; estragar a tua vida ou te proporcionar meios de viver bem, depende de ti, pois crias o teu próprio destino pelos pensamentos que formulas e pelas idéias que crias. Tudo o que fazemos é pela força das idéias que criamos e emitimos. Vivemos em plena troca de condições e energias, mas temos de saber que recebemos o que damos e acolhemos da vida o que doamos aos companheiros. Essa é, pois, uma lei universal e inviolável, criada por Deus.
Quando um orador se encontra desempenhando o seu papel, ele se encontra instigando a criação de idéias vivas, pelos assuntos que fala aos ouvidos dos seus semelhantes. Vejamos bem a responsabilidade de quem fala, e certamente de quem ouve; se eles estão ouvindo, não foram forçados a estarem presentes, nem obrigaram ao orador a dizer o que diz; a liberdade dá a entender a responsabilidade de cada um, onde se encontra, onde a justiça não erra a sentença.
Se o instrumento do verbo deseja melhorar as criaturas que ouvem, que procure estimular a criação de idéias elevadas, porque dali os benefícios são inúmeros, tanto para os encarnados como para os desencarnados que ali de encontram buscando algo que lhes possa melhorar também. Os pensamentos são energias sublimadas que Deus verte para os homens, deixando em liberdade essas forças puras, para serem plasmadas nela os sentimentos humanos.
Devemos analisar também o que vamos escrever, porque responderemos pela plasmagem do mal nas palavras grafadas e receberemos o bem que nelas for impresso. Como é bom conhecer! O espiritismo com Jesus nos ensina a educação da mente e a instrução dos nossos passos, para que possamos criar idéias dignas de serem entregues aos que nos ouvem.
Não percamos tempo criando pensamentos-forma de ódio e inveja, ciúme e discórdia, de violência e de maledicência, porque essa seqüência negativa nos leva ao caos, nos fazendo sofrer as conseqüências da nossa ignorância, por também sofrermos por ela. A Doutrina dos Espíritos é uma universidade de amor; seus livros, que são milhares espalhados por toda parte, principalmente no Brasil, têm o condão divino de dar o toque da pureza espiritual nos corações, para que quem os leia ou ouça se esforce na sua auto-iluminação.
Não te irrites com simples gestos dos que não te compreendem. Não cries situações difíceis para quem não te tolera e não julgues o ignorante; não percas tempo somando os atos alheios, porque tens a tua vida para ser cuidada, na exemplificação do bem imortal, onde o amor deve ser a luz da existência. Não te esqueças do exemplo de Jesus Cristo, que mesmo preso ao madeiro, perdoou Seus algozes, dizendo que eles não sabiam o que estavam fazendo e os abençoando com amor. Constrói o teu templo de luz, na pureza das idéias, que elas são sementes e onde foram depositadas nascerão com a responsabilidade que quem as plantou.
A vida da alma é um eterno plantio, pensemos nisso.

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Carregamos o Que Pensamos

Jesus nos afirma, através do Evangelho, que Seu fardo é leve e Seu jugo suave. Não podemos falar o mesmo, dado o fardo ser pesado e o jugo incômodo, pois não aprendemos a pensar nas mesmas linhas do Mestre. A consciência da alma comum está carregada pelos seus pensamentos; as vibrações inferiores pesam e incomodam o Espírito na sua jornada de vida.
A ignorância enche o celeiro do coração com o que pensa, criando distúrbios variados que fazem sofrer; são cargas magnéticas inferiores, nascidas das paixões que não correspondem aos ensinamentos do Mestre dos mestres.
Se a humanidade tivesse a consciência dos valores mentais, de como eles podem fazer a felicidade e destruir os mais elevados ideais, procuraria educar as idéias, usando os processos ensinados por Jesus no Seu Evangelho de vida. Pelo que sabemos, e disso temos experiências, nós bebemos o que pensamos e alimentamos as nossas próprias idéias, respiramos os nossos sentimentos e carregamos tudo isso como sendo os nossos fardos e jugos...
Se desejamos melhorar, ou pelo menos aliviar esse peso, abracemos as mudanças na intimidade, porque se a paz nasce por dentro, a felicidade não existe noutro lugar. O Cristo é como que o sol das nossas vidas; A sua mente poderosa irradia para todo o Seu rebanho forças compatíveis com o Seu amor, sem exigências, tanto que não aparece a mostrar o que faz por nós.
A nossa salvação depende de nós e a inteligência com Jesus nos pede o acontecimento de nós mesmos. Cada um deve conhecer a si próprio e é nesta freqüência que notamos o que deve ser feito, sem que o egoísmo nos comande. Quem trabalha em favor de si mesmo, dentro dos moldes do amor, encontra-se beneficiando os outros. Para ajudar alguém a despertar os valores internos é preciso conhecer e avançar amando, que o exemplo e o silêncio, nestes casos, são vias de melhor acesso às lições imortais do próprio amor. Quase sempre gostamos de nos iludir, por apreciarmos a quem nos bajula e que por vezes falam de coisas que ainda não conseguimos conquistar; se já estamos de posse de tais ou quais virtudes, não precisamos de que alguém as anuncie, pois a virtude por si mesma irradia seus valores.
Carregamos o que pensamos e o que somos, irradiamos em alta freqüência para todos os lados; tudo fala de nós, nos diz a psicologia espiritual: o nosso olhar escreve o que somos, a nossa palavra anuncia o nosso porte espiritual, as nossas ações mostram o que somos por dentro. Não é preciso que falemos, porque a nossa própria fala se exagera na apresentação. E para que falar de nós mesmos, se fazemos somente o bem, e vivemos no amor? Somente o que sentimos com isso basta, porque essa harmonia nos leva a sentir a felicidade na intimidade da vida.
Analisemos o modo pelo qual vivemos, para que o fardo não nos pese, e o jugo não fique incômodo. Jesus nos ensinou como descarregar o nosso peso das cargas magnéticas inferiores, pela prática do bem e da luz da fraternidade pura. Basta começarmos esse exercício, para que o mundo espiritual nos ajude. Isso Ele faz com freqüência em todos os mundos onde haja almas se movendo em corpos materiais.
Modela a tua vida na vida do Mestre e se ainda não encontras forças para tal operação, começa, que mãos invisíveis ajudar-te-ão. Diz o Evangelho que cada trabalhador é digno do seu salário. E o salário do Espírito que se esforça para iluminar é a luz de Deus no coração, onde Jesus é o transformador divino para o ambiente humano.

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Cascão Psíquico

O cascão psíquico é muito discutido nas escolas espiritualistas. Dizem uns que quando o Espírito desencarna, ele larga o corpo intermediário que chamamos de perispírito e a parte para outra região mais espiritualizada. Outros enfatizam que os humanos, de tanto vibrarem em determinada forma, criam um fantasma astral, que pode persegui-los e mesmo arruinar a vida dos outros. Mas, na verdade, a história é mais complexa. Existem, de fato, muitos "fantasmas" por aí, perturbando a humanidade, mas os culpados desses escândalos são as próprias criaturas envolvidas na ignorância, sob o poder da própria mente viciada.
Na verdade, o cascão é produzido pelas mentes fanatizadas ou por Espíritos solidificados no mal. Existem muitas formas de criação desse trabalho orientado pelas trevas; uma que cria muitos cascões psíquicos é a idéia de que satanás tem vida e a ele é dada forma ilusória. Existem bilhões desses cascões psíquicos por toda parte, e os Espíritos trevosos usam essas formas para brincar com os encarnados e por vezes persegui-los. Também os trabalhos mal conduzidos, com a manifestação de Espíritos, fazem o mesmo. Esses cascões psíquicos, no passado, foram usados por "magos", para satisfazerem seus interesses pessoais ou de terceiros, em troca de alguma coisa que lhes satisfizesse os interesses inferiores.
No que toca aos Espíritos desencarnantes, esses conservam o perispírito, por ser veículo necessário ao seu trabalho. Quando chegam a certa evolução, com normas de proceder elevado, havendo mudanças de plano, eles deixam o corpo astral, mas não o deixam vagando, como afirmam muitos: desintegram-no, entregando à natureza os elementos que ela emprestou para tal missão. Imaginemos se os milhões que desencarnam por ano fossem deixar o corpo espiritual, que confusão não seria! Deus não deixa que isso aconteça; a natureza quer de volta o que emprestou a cada um para a sua renovação, aplicando os seus elementos no lugar que a Deus aprouver.
Quantos desejam crescer mentalmente, compreender as leis naturais, estudar vários livros sobre o poder mental, mas, se esquecem de obedecer a certas regras que acompanham a sabedoria. Não basta saber, é imprescindível saber aplicar o que compreendemos na arte da sabedoria universal.
A Doutrina dos Espíritos vem ajudar os homens pelas normas de bem proceder, para que as criaturas possam se libertar, ajudando igualmente os que ignoram a verdade.
Existem ainda os pensamentos-forma, que carregam consigo os sentimentos de quem os formou, e esses pensamentos se acoplam por sintonia, em pessoas idênticas; são como sementes que podem nascer e crescer, sendo que parte da responsabilidade é de quem criou e quando criamos pensamentos elevados, são sementes de luz que podem ajudar a muitos que sofrem e que procuram melhorar, Convém saber destas verdades porque, no momento da educação, saber é um passo a mais no auto-aperfeiçoamento.
Deves animar a ti mesmo, contudo, não esqueças a energia, de modo a impor a vontade na hora certa, na tua educação.
Estamos todos em uma batalha permanente e o maior vencedor é aquele que domina a si mesmo, aumentando o celeiro do coração e da consciência. Pensa sempre no bom comportamento em todas as direções da vida, porque a sabedoria sem amor pode errar o caminho para e esperança. Confia em Deus, no entanto, não podes esquecer a confiança em ti mesmo, e do trabalho constante na educação dos teus sentimentos.
A perda de tempo é atraso de vida; quem sofre menos é aquele que não pára de se esforçar no bem comum; se tens medo da agressão do cascão psíquico, renova teus pensamentos todos os dias, conserta tuas atitudes ante todas as circunstâncias e não te esqueças do Cristo; acompanha-O nos Seus exemplos. Quando estiveres pensando, lembra-te que as tuas idéias podem influenciar pessoas, como sementes que nascem e crescem e que o seu gerador responde pelos desastres que elas causarem e que serás feliz pelo bem que elas inspirarem aos outros.

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Como as Idéias se Unem

As idéias se unem pela força de atração, onde uma se convergem para as outras, pela lei universal da justiça. Se criarmos idéias de ódio, elas certamente atrairão companheiras da mesma estirpe, que lhes consagram a mesma afeição É nesse sentido que devemos fazer, periodicamente, uma apreciação dos nossos pensamentos, que eles são responsáveis pelos pensamentos alheios, que vêm em busca dos seus semelhantes.
Convém cuidarmos do nosso bem[estar espiritual o mais cedo possível, para que não venhamos a cair em freqüentes tentações. Além das idéias, os caminhos dos homens e das coisas, que se agrupam por lei de afinidade espiritual e mesmo física, são inúmeros. Pela nossa averiguação dos pensamentos, palavras e atos, é que anotamos as conseqüências que poderão advir para os nossos destinos. Se me falares o que pensas, direi quais são as tuas companhias dos dois mundos, pois atraímos o que somos.
Quando passamos a modificar nossa vida íntima, a lei nos dá forças para a modificação da vida externa e, como que por encanto, os iguais se atraem. Alardear o que não somos é falsear a própria vida, que o tempo passa a desmentir. É por este motivo que o Evangelho nos afirma que a verdade liberta. Tudo o que pretendemos esconder o tempo põe à vista, por ser Deus um sol maior da verdade. Ostentar o que não somos é desvalorizar os que começam a ser.
O que chamamos de harmonia é a expressão verdadeira da justiça; o mal com o mal está em harmonia, o bem com o bem se encontra em harmonia. No entanto, a harmonia divina é conseqüência do amor, expressando todo o bem que a vida nos mostra, irradiando em toda a criação. As próprias letras que servem para expressar nossos pensamentos se unem por harmonia, que cremos divina, sem que entre nós impere a ostentação. Por outro lado, existem muitos escritos em harmonia que destroem e facilitam as trevas; onde se reúnem letras com sentido negativo podem surgir as paixões inferiores, o orgulho e o egoísmo.
Da nossa mente saem constantemente grupos de idéias que volitam nos espaços à procura de suas iguais e, as encontrando, avolumam-se mais e podem fazer muito bem, ou destruir muitos ambientes que estavam direcionados para o bem. As guerras são nascidas de fontes destruidoras, onde impera a ignorância. A fatuidade se alastra na Terra em proporções que os próprios homens não avaliam, mas de cuja disseminação fazem parte. Os pais desejam que seus filhos sejam limpos dos vícios que assolam a juventude; no entanto, eles mesmos estão, por vezes, presos a eles: conversam com os filhos, mostrando-lhes o perigo e onde rondam os distúrbios morais, entretanto, se esquecem de corrigir a si mesmos, no que tange às paixões inferiores. Ostentam, muitas vezes, o caldo imundo da vergonha, e gritam em altas vozes pela pureza dos sentimentos, esquecendo-se que a maior força que educa os que nos acompanham é o exemplo no bem que desejamos aos que conosco andam em caminho. Estamos autorizados pelas forças maiores para alertarmos os homens que o século que passa é o da mente e da educação da mesma. Não estamos falando em vão, é o momento de mudanças morais, principalmente para os brasileiros, que não devem se preocupar em copiar as extravagâncias de outros povos que ostentam a bandeira da ciência, sem que o amor, do modo que o Cristo nos ensinou, acompanhe esse trajeto da verdade. A ciência, sem a fraternidade no coração, é fria. O brasil está em preparativos finais para derramar a luz no mundo inteiro, fenômeno em que as mãos do Cristo deverão operar para as devidas separações, onde a justiça falará pela lei da afinidade dos corações em paz daqueles que ainda procuram a discórdia.
Os homens devem indagar de si mesmos o que fazer, se já não estão fazendo o melhor com Jesus. Estamos prontos para ajudar aqueles que derem os primeiros passos na senda do amor e da verdade, para nos unirmos pela mesma lei, que nos assiste a todos.

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Educação demorada

O preâmbulo da educação é a vontade de melhorar moralmente. Quem deseja a harmonia interior busca, com freqüência, a educação dos sentimentos, sem esquecer as variadas formas que pode usar na iluminação interior. Marcar datas para começar esse trabalho divino é dormir na hora de acordar, é não desejar que o sol saia para o seu próprio aquecimento.
Devemos nos aclimar em todos os ambientes da vida. Quando queremos nos instruir somente através da busca do saber, é como se quiséssemos voar com algo nos faltando para o completo vôo. Ganhar tempo é buscar entender todas as leis de Deus expressas em duplicidade na natureza e na consciência. Elas irradiam tanto quanto precisamos delas, que sentem e obedecem aos impulsos da mente divina. O coração sente a vontade de Deus e quando passa a obedecê-la, a consciência começa a iluminar-se e a cidade interior entra em plena harmonia com a divindade. Todo espiritualista sincero compreende esses caminhos e trabalha por dentro para ser visível por fora, sem ostentação. A educação é demorada, no entanto, a alma não deve esmorecer nem se impressionar com o tempo, pois, é o próprio tempo que lhe vai facultar esse bem-estar que nasce de dentro para fora, mostrando que a vida é de Deus e que Ele a comanda com sapiência, nos moldes apreciáveis em que lhe compete agir.
Tudo precisa de adestramento para melhorar, e a disciplina é o mesmo amor em faixa diferente; poderemos notar sua importância começando a verificar as pedras, educadas pela disciplina em uma construção, as árvores no serviço do lar, a água encanada em favor da humanidade, o ar que o sistema respiratório leva aos pulmões, os raios do sol que aquecem a todos, os tecidos que servem de vestuários, os alimentos, as próprias letras que ora nos servem para escrever e que, educadas, transmitem fielmente os nossos pensamentos... Nesta seqüência, notaremos o resto.
O homem não deve fugir da educação, quando a natureza chamá-lo a ela, e mesmo que demore, não deve cruzar os braços; que faça a sua parte no auto-polimento das suas qualidades porque, neste esforço, notará como a vida melhora em todos os rumos. Que cultive os pensamentos, fazendo expressar em bom som a sua vida reta, e domestique as palavras porque elas, bem orientadas, agradam a quem ouve, e muito mais a quem fala; o desmazelo é empenho do desequilibrado. E que não se importe com a demora, que freqüentemente ocorre na linha da educação, porque depois de restabelecida a harmonia na nossa vida, ela permanece sempre, irradiando paz e recolhendo mais vida para a nossa vida. O educando não está sozinho; muitos companheiros espirituais o acompanham no silêncio, ajudando-o a entender o que é educação individual, e o fazem por amor. Quando compreender essa forma divina da caridade, passará a fazer o mesmo por aqueles que o acompanham, por vezes, na retaguarda.
A educação serve não somente para os homens; ela se estende a tudo que existe, só que as diferenciações são múltiplas, na ação da natureza. Quantos na Terra entendem erroneamente a educação! Ela não se faz somente nos bancos das escolas, não significa apenas receber diplomas nos cursos da vida; é aprimorar os sentimentos, na harmonia com Jesus, o maior educador do Planeta, que nos deixou a grande herança, o Evangelho.
Não percamos nosso tempo precioso ao longo dos dias! Quanto gasta a natureza para sustentar as vinte e quatro horas em favor da humanidade? Meditemos no dinamismo do sistema solar, vivendo sob a força da educação, na expressão da pura harmonia, ofertando-nos tudo para a nossa felicidade, em favor da educação de nossas almas! Observando-se a Terra em relação ao Sol, tem-se a impressão que ela está devagar, mas não pára; os planetas fazem o mesmo, e a luz circula levando a sua mensagem de disciplina em todos os rumos. Basta uma simples observação, para que compreendamos essa verdade. Pensemos na natureza, que ela nos ajuda muito no processo de nossa educação, e em seguida nos instrui em Cristo, para a integração com Deus.

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Função dos Corpos

O Espírito tem vários corpos e todos eles modulados uns aos outros; por eles intercruzam energias sublimadas para o equilíbrio da alma, na sua função divina, ante as necessidades na Terra, e mesmo no universo.
Muitos missionários já se encontram encarnados, cumprindo programação estabelecida no mundo espiritual, no combate aos tóxicos, ao fumo e às variadas modalidades dos super-agitadores do dons espirituais, sem que seja por despertamento gradativo pela própria natureza, porque esses deturpadores da consciência, que são os tóxicos, os alucinógenos e os estupefacientes alteram os sensíveis pontos da percepção dos valores espirituais, desajustando alguns dos corpos que servem ao Espírito na sua grandiosa tarefa de sublimar seus dons de vida.
O viciado não se interessa pela marcha lente da natureza humana, ordenada pela divina; ele só deseja viver na ilusão, por não estar disposto a conquistar esses valores por dentro, na formação da moral evangélica, por maturidade da alma, na ordenação natural para o que deve fazer na sua estadia nas lides humanas. É o que já falamos alhures, do desgaste da tela atômica, que regula a passagem de notícias de um mundo para outro, utilizada pela mediunidade, mas por maturidade da alma e missão dos médiuns que foram antecipadamente preparados.
Às forças virgens, atingidas pela violência de elementos agitadores, pode custar caro, e por vezes muitas reencarnações para pacificar esses distúrbios causados por elementos incompatíveis à harmonia mental.
No surgimento da Doutrina dos Espíritos, não se falava dos vários corpos que servem ao Espírito na sua função de vida na Terra, porque não era hora de se dizer; ainda hoje pouco se fala, porque o ser humano precisa, em primeiro lugar, conhecer o corpo mais grosseiro que usa, com as devidas funções, para depois subir conhecendo os outros corpos com os seus trabalhos para a harmonia da mente. Temos muitos corpos e eles devem estar em plena consonância, no sentido de adjetivar esse conjunto de vidas para a vida maior, que é a alma.
O corpo mental deve ser purificado pelo que se pensa, o corpo dos desejos reflete os próprios desejos que se mentaliza, e assim por diante. O Espírito pode deixar alguns corpos e formar outros tantos quantos ditar a sua necessidade; com o tempo, poder-se-á penetrar bem neste assunto, desde quando de prepare para conhecer, e saber conciliar esses conjuntos de forças que a natureza nos dá. São os corpos com funções alternativas na iluminação do Espírito; mas não é Espírito, é preciso que se saiba disso.
Quantas obsessões não se vê nos encarnados por estarem em plena desarmonia alguns desses corpos? E esses desajustes podem partir das drogas, assim como partem do comportamento das criaturas que alimentam o ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia, a violência, o orgulho, o egoísmo e a maledicência. Tudo, enfim, contrário à caridade, que se expressa como amor, cria distúrbios nos corpos espirituais da alma, e o Espírito sofre as conseqüências desse desajuste. A felicidade se torna difícil na Terra, por faltar harmonia nas mentes. A Doutrina dos Espíritos tem essa missão de despertar os valores morais e espirituais no homem, para que possa nascer a paz imperturbável na consciência da criatura; neste estado, todos os corpos quantos estiverem em função irradiem serenidade e criam ambiente para o trabalho harmonioso da alma.
Cada corpo da alma tem sintonia profunda com os centros de força, de modo a ajustar no coração os sentimentos de amor. Quando esses estão em guerra, a mente manifesta perturbações variadas, que os medicamentos humanos somente adormecem, sendo que quanto acaba o efeito, a causa volta à tona. É necessário alindar a vida, pela fonte benfeitora do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a luz do entendimento, porque é vida na vida de Deus. O corpo físico, sendo o alfa, e o Espírito o ômega, precisa da harmonia dos corpos intermediários para que tudo se torne em um todo de paz, fazendo surgir a felicidade no céu da alma.
Ainda temos muito a dizer sobre a função dos corpos; para tanto, precisamos de ouvidos para ouvir e entendimentos para entender, na dimensão que é preciso conversar.

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Norteando Atitudes

Os desejos sempre nos indicam o roteiro a seguir; no entanto, a razão deve trabalhar no sentido de saber quais são essas intenções, para que não caiamos em tentações, onde as paixões se alastram, conduzindo o coração para as devidas realizações, com retorno nefasto.
Pensemos sempre nos horizontes da vida, aqueles cheios de claridades, onde há amor e caridade. A postura da alma indica o estado espiritual que ela já alcançou.
A lei é sempre a mesma para tudo, no entanto, ela muda de feição, dependendo do encargo em pauta. Os cientistas e astronautas fazem correções em suas naves espaciais, para que elas não percam o aprumo do ponto desejado, e isso sempre acontece com nós outros. Somos naves espirituais, coando em direção à perfeição; no entanto, devemos, por lei, fazer correções em nossas vidas, sempre e sempre, para que possamos chegar ao locar do pouso com mais eficiência, e mais rapidez.
A nossa ascensão deve ser constante, nos predispondo em todas as atividades, para que o bem possa ser o clima da nossa vida. Devemos meditar constantemente na postura a que nos entregamos, observando com atenção se temos algo a consertar. Esse é, pois, o nosso trabalho, porque o Senhor já fez o d'Ele com acerto. O errar e acertar é comum no ser humano. A escola da vida consiste nisso e a alma, para vestir um corpo físico, busca outros corpos mais sutis, porém, deve aprender a dominá-los com eficiência, para não perder a harmonia do conjunto. Quantos desequilíbrios notamos na Terra, entre as criaturas, por encontrarmos Espíritos encarnados entregando-se aos tóxicos, às bebidas alcóolicas, ao fumo e às drogas, que lhes fizeram perder o comando de alguns dos seus corpos espirituais!? E o reajuste? Esse é demorado, porque a perda levou grande espaço; uns poucos se recuperam na mesma reencarnação, mas, muitos, por vezes, levam muitas vidas sucessivas, com sofrimentos muitas vezes, de difícil explicação.
A própria obsessão, em muitos casos, é falta de comando em algumas das vestes da alma. Norteemos atitudes, procurando o Cristo na feição de Sua volta pela via da Doutrina dos Espíritos, pois é na mensagem do Espiritismo que encontraremos as respostas para esses casos, que a medicina e mesmo as outras religiões desconhecem. É de valor capital outra norma de proceder do enfermo, se a que está levando está piorando a situação psíquica.
Mudemos com Jesus, que novos horizontes se abrirão, nos mostrando caminhos mais saudáveis. Chegou o momento da visão se abrir, da audição desembaraçar-se e a compreensão se estender de forma a dar o conhecimento da verdade, libertando a chama divina, que desceu e deve subir para onde veio. O propósito deve ser firme, na firmeza da caridade bem orientada, para que o amor se expresse como um sol dentro do coração, e uma força poderosa como luz de Deus no centro da consciência. Quem ainda se encontra preso aos vícios, ignorando os valores que Deus lhe deu, busca o sofrimento e, pela dor, deve, em tempo que não podemos precisar, despertar.
Não devemos entregar a Deus todo o nosso destino, que já é d'Ele em normas absolutas; no entanto, existe a nossa parte, de que o espiritualista é consciente, parte a nós destinada e que somente nós temos a fazer. O Senhor já fez a nossa casa mental; basta que a arrumemos, na harmonia que nos pede o amor. Compreende-se daí que podemos fazer muito em nosso favor, como também dificultar a subida da alma para a luz maior.
Começa o teu trabalho interno, que forças espirituais se movimentam para tua ajuda, sem que a tua razão, por vezes, possa registrar. Isso é Deus em ti, pela força do próprio amor, para te nortear nas tuas mais nobres atitudes.

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Novos Princípios Para Novas Atitudes

A vida reta pede que estabeleçamos princípios dignificados, onde o amor seja a fonte de todos os impulsos e onde a coordenadora seja a caridade. Bem-aventurados os que entendem e fazem sentir esse dever de aprimoramento moral em toda a sua vida, e neste ensejo a esperança se manifesta dentro das irradiações da fraternidade pura, que não exige e que não especula.
Devemos acostumar a consultar todos os dias a própria consciência, verificando se ela tem alguma reclamação a fazer do que acontece nas lides da alma. A sensibilidade consciencial sabe avaliar o que devemos fazer para a própria paz. "O Livro dos Espíritos" nos afirma que "o Espírito puro tem uma consciência imperturbável em quaisquer circunstâncias". Portanto, devemos começar esse trabalho dentro de nós, passando a entender e descobrir as nossas obrigações para conosco mesmo. Meditemos sobre Deus, nas horas que nos cabe pensar na Divindade, que muita coisa de que precisamos virá por acréscimo de misericórdia, nos ajudando a desenvolver a nossa capacidade de entendimento. O Senhor nos deu todas as faculdades para recolhermos conscientemente a Sua sabedoria e dela fazermos uso na co-criação, passando a sermos filhos obedientes no amparo aos que se encontram na retaguarda, porque os nossos irmãos da dianteira nos ajudam sempre. A vida se constitui de trocas de valores incessantemente, trocas que se processam pela força do amor. Devanear sobre as leis é buscá-las para mais perto de nós e respeitá-las nas suas ações, porque todo aquele que obedece às leis de Deus é sempre feliz. A gratidão ao Supremo Mandatário do Universo estabeleceu roteiros para toda a criação, de sorte que, cada um, ou cada coisa, recebe somente o que merece na pauta do seu alcance espiritual.
Quem começa a pensar o que é, descobre de onde veio e para onde vai. A seqüência das vidas sucessivas entregar-nos-á todos os valores que nos destinamos a receber, pela via do esforço próprio, capacitando os sentimentos a receber o melhor, em todo o despertamento que nos convém. Esse labor consiste em estabelecer princípios diante dos horizontes que a vida nos aponta todos os dias.
O estudante que verdadeiramente busca a verdade sempre a recebe, por lei de justiça; quem não busca não pode achar, a quem não bate, a porta não se abrirá para ele; quem não pede, como receber? São os fundamentos da lei de Deus. Em tudo com que queres ser agraciado, deves dar os primeiros passos, que o resto a bondade divina inteirar-te-á, em complemento onde não falta a verdade. Deves consultar-te a ti mesmo sempre, para verificares o que falta e quais as providências a serem tomadas pela tua razão; não descuides dos teus deveres, que o trabalho de Deus já foi feito, esperando a tua parte.
O mundo atual se encontra cheio de convites inferiores, no entanto, ele também se encontra repleto de chamamentos superiores. Mensagens e mais mensagens do mundo da verdade descem sobre a Terra em busca dos homens de boa vontade, livros e mais livros fundamentados no amor e na caridade aparecem a quem busca, para lhe entregar os convites de Deus, pelas vias do Cristo. Basta um pouco de boa vontade para recebê-los, estudá-los e entrar na faixa dos conceitos de luz. É, pois, o mesmo Jesus de volta, em feição diferente, porém, com o mesmo ideal de despertar os seres humanos para a libertação espiritual. O Mestre nunca esquece o rebanho que Deus Lhe entregou e está sempre presente na atmosfera da Terra, pelos Seus inúmeros recursos.
Se desejas encontrar Jesus, Ele está à sua frente, com os braços abertos, te convidando para as lutas, que devem se processar na tua intimidade, buscando e estabelecendo novos princípios para as tuas novas atitudes. E com esse alvorecer, os horizontes da tua vida multiplicar-se-ão, oferecendo novas vidas, e por vezes novos mundos, como moradias de luz.

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Pausa Para Meditar

Em tudo na vida existe pausa, de modo a se fazer entender melhor o que se queira aprender e a observação nos apresenta a estância como sendo o ponto necessário para a harmonia de todas as coisas. Como seria a melodia, se a música não tivesse os intervalos das notas? Os intervalos das letras é que dão conotação segura às palavras e com distâncias metrificadas, as palavras é que nos fazem entender com clareza os assuntos. Em uma lavoura bem sucedida, as plantações obedecem a essa harmonia das distâncias entre uma e outra planta; os dedos das nossas mãos são mais úteis, pelo manejo fácil, devido à distância uns dos outros. As estrelas nos céus, os cabelos em uma cabeça, os frutos nas árvores, os carros nas ruas, a vida atômica...
A razão nos mostra milhares de outras coisas obedecendo a essa lei de harmonia. Não podemos esquecer os pensamentos com os seus intervalos, e mesmo a palavra e os próprios passos dos seres humanos. Por isso é que deveremos Ter pausa para meditação que, nesse espaço, as bênçãos de Deus nos encherão das melhores intuições, capazes de nos levar ao equilíbrio. Vejamos no campo dos ensinamentos que Deus nos manda dos planos elevados: existem sempre distâncias de uma profecia a outra; missionários da verdade nascendo em países diferentes, com objetivos de educar os povos, e o fundo das suas lições mostra as mesmas profundidades de saber.
O amor é, pois, o mesmo em todos os lugares em que são cultivados nos corações; assim a caridade, assim o perdão. As chuvas são as mesmas que descem em toda parte, o ar que circula tem a mesma atividade e o mesmo valor; as plantas, os alimentos, e os homens, têm a mesma forma, mesmo uns desconhecendo os outros. É, pois, a expressão de Deus para nos mostrar a Sua unidade divina como Pai e Soberano de todas as coisas.
A respiração tem pausa, como que um silêncio, para dar tempo ao corpo na absorção dos elementos vitais no equilíbrio do organismo, do todo somático. O oxigênio, o nitrogênio e outros gases sutis que nos dão vida são forças benéficas que vivem sem se misturarem em determinados espaços uns com os outros, personificando vidas, para dar mais vida aos seres humanos. A vida vibra em cadeias, sustentadas pela Majestade Divina, obedecendo ao Seu sopro de amor. Existe o trabalho na terra, mas junto dele o descanso porque, na verdade, sem essa interrupção, o labor não tem maior segurança na produtividade. O valor é o mesmo nas duas etapas.
Imaginemos se a chuva não se dividisse em gotas, com determinadas distâncias uma das outras! As pedras trituradas resultam em areia que nos oferecem delícias nas praias, como serve para muitas outras utilidades. No entanto, tudo isso tem uma lei que regula, para que o desleixo não venha a perturbar a mecânica da harmonia. A vida é movimento, que obedece ao ritmo do amor. Estuda a harmonia das coisas, que elas te levarão à paz e compreenderás a necessidade da pausa para meditar.
Quando se observa as formas materiais, notamos que por trás delas existe o impulso espiritual, organizado e dirigido pela justiça divina. O sol nos envia, por misericórdia, os seus benfeitores raios, uns separados dos outros, nos trazendo vida, doando calor igualmente a todos e para todos os reinos; no entanto, cada coisa absorve aquilo que estiver na sua altura espiritual. O seu calor é para todos igualmente, mas as substâncias têm um preço: o da maturidade. Assim a água, assim o ar, assim tudo o que existe. O instrumento de trabalho para o sábio pode ser transformado em arma mortífera para o ignorante; é a bênção de Deus semeando a vida e a alegria.
A Doutrina dos Espíritos, sendo Jesus de volta, nos ensina a usar de tudo para a elevação da própria vida. O alimento entra no organismo do ignorante sem certos aproveitamentos; no homem conhecedor dos seus destinos, o alimento é força divina, de onde poderá extrair o próprio amor concentrado, que passa a circular no mundo somático, por determinação das mentes instintivas acesas no mundo interno.
Trabalha com bom senso em todos os momentos, sem deixar a desordem invadir a tua mente.

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Purificando a Atmosfera

Em torno de cada ser existe uma atmosfera, energia essa vertia de inúmeras fontes, que assimilam com propriedade os sentimento de quem a comanda. Falamos do ambiente da alma, por essa ser consciente e ter alcançado o poder de raciocinar, mas essa atmosfera a que nos referimos existe igualmente em todas as coisas.
O dever do Espírito – encarnado ou desencarnado – é purificar essa energia que nos circunda, pelos processos que o Evangelho de Nosso Senhor nos ensina, e que a Doutrina dos Espíritos continua a nos orientar para o acrisolamento dessa atmosfera, que mostra o que somos na escala a que pertencemos.
A criatura sublimada expressa em torno de si luzes de variados tons, cores variadas falando da sua intimidade; os Espíritos superiores nos conhecem, avaliando os nossos valores, do modo por que expressamos os nossos sentimentos. A ignorância é que nos faz usar dos poderes alcançados para turvar a nossa atmosfera, como que em época de chuva na Terra, onde o céu fica carregado de nuvens, trovões e relâmpagos, escurecendo todo o ambiente; assim acontece nos céus da nossa mente, quando estamos carregados de ódio, fazendo chover no nosso próprio ambiente a inveja e a discórdia, o orgulho e o egoísmo. Tudo o que contraria as leis naturais perturba a nossa intimidade, desarmonizando o campo mental, a nos fazer sentir a infelicidade, mesmo que estejamos sendo assistidos pela luz que sempre acontece. Convém a todas as criaturas observar a verdade, estudá-la e conscientizar-se dela, com seus valores morais e espirituais. Um dia de tristeza nos parece um ano de sofrimentos, sem perspectivas de melhorar; se conhecemos sua influência perniciosa, por que teimar nessa negatividade? Se a melancolia nos traz aborrecimentos, pelas experiências, se o ódio nos faz sofrer a e violência desequilibra nossas emoções mais elevadas, por que insistir? Sirvamo-nos da confiança que amplia nossa esperança, do amor que nos salva da ignorância, do perdão que nos estimula para a paz de consciência, que neste ritmo poderemos alcançar os caminhos da felicidade.
Purificar a atmosfera é entender as leis naturais e esforçar-se para vivê-las; se o esforço está quase nulo, pelo ambiente que vivemos, não devemos esmorecer, pois aquele que perseverar até o fim será salvo, diz o Evangelho. Quando o Espírito ama verdadeiramente, a sua atmosfera se encontra iluminada, mostrando um azul encantador, cuja força lhe dá vida e alegria. Falamos do amor que abrange todas as virtudes, e cada qual se mostra em um colorido específico, aromatizando a sua vida dentro da vida do Criador.
Acrisolemos a nossa existência nos moldes mais puros que o Evangelho nos mostra, que o alcance será contínuo, e o amor vai se mostrando cada vez mais elevado, com completo domínio das nossas emoções. Castificar os nossos pensamentos é abrir a vida para o que chamamos de felicidade, para o que entendemos ser "tranqüilidade imperturbável da consciência". Procuremos por em andamento todas as lições de Jesus, despertando o Cristo no coração, para que Ele seja motivo de glória no centro d'alma.
Salientemos, pois, a vida moral dentro da vida que levamos, onde estivermos, porque a vivência torna-se uma radiação de luz, que percorre todo o universo, chegando, em primeira mão à consciência do Criador. Ele sabe todas as coisas, por Ter criado as leis que O representam e pelos atributos puros que Lhe pertencem. Não basta termos inteligência, pois ela pode ser direcionada para o mal, gerando desequilíbrios inumeráveis; necessário se faz que junto dela, dirigindo-a, esteja o amor, aquele que Jesus viveu, para mostrar à humanidade como devemos viver.
O espiritualista sabe como iluminar a atmosfera em torno de si, mas, como isso exige um esforço muito elevado, sempre nos esquecemos, dado seus caminhos serem cheios de espinhos, dor e sacrifícios. Eis a cruz que o Mestre sempre nos apresenta, mostrando aquela que Ele carregou subindo o Calvário.
A nossa iluminação depende muito de nós, das mudanças operadas na nossa intimidade. O tempo está chegando, e estamos sendo chamados e escolhidos para a paz, com trabalho no bem comum. Acionemos as mãos na caridade, em todas as direções, e nas faixas que a sabedoria divina nos mostra, nas pegadas das leis universais, que a nossa atmosfera de energia most4rará a existência do sol interior do nosso coração.

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Quem Te Ama ?

O mais relevante para a maioria dos homens, quando percebem os seus desejos, é saber quem os ama verdadeiramente; quando sabem, sentem um prazer indizível, senão segurança, nos seus próprios sentimentos espirituais. Às vezes, até mesmo os Espíritos desencarnados passam a procurar as suas afinidades pelo coração, querendo amoldar suas forças espirituais à daqueles que a eles se ajustam pelos sentimentos mais elevados da vida, que é o amor.
Esse amor vem sendo trabalhado pelo tempo em todas as modalidades, a nos mostrar os horizontes da vida; quase todos os sofrimentos que ocorrem com a alma é por falta do amor verdadeiro no coração, que constitui um vazio por onde, por vezes, passam as paixões inferiores, capazes de desarmonizar a estrutura moral das criaturas. É, pois, do conhecimento comum, que todos sabem o valor desta virtude incomparável e a busca pelo modo que o seu despertamento pode lhes mostrar, Desde os elementos periódicos ao anjo, todos os movimentos se encontram em busca do amor que, em certas dimensões de vida, toma variados nomes, mas que é o mesmo na sua profundidade de vida esplendente, que nos mostra Deus na sua plenitude.
O estudioso espiritualista conhece e reconhece que o amor verdadeiro não exige, não fere, não maltrata, não se ensoberbece, não falsifica, não odeia, não estimula ciúmes, não se pauta em falsos testemunhos, não violenta, não dá asas ao orgulho nem tampouco ao egoísmo, porque ele é tranquilidade de consciência, é Jesus de braços abertos no centro dos sentimentos, é todo o conjunto dos horizontes de vida e da vida.
O irmão que ainda não identificou quem o ama não deve se apegar à idéia de que não existe este ser nem mesmo recolher seus sentimentos, introjetando seus valores. Ao contrário, deve deixar irradiar o seu, doando tudo o que estiver ao seu alcance, e tendo a certeza de que quem ama está a caminho da sua alma, a chegar bem mais depressa do que espera. Quem o ama se encontra mais próximo do que se pensa, pois a humanidade e todas as criaturas podem amá-lo e estão engenhando, para tal procedimento, essa coisa que todos buscamos por vezes de forma inconsciente, que é o amor.
Aquele, pois, que ainda não sentiu que alguém o ama, deve esperar e trabalhar em si mesmo, compreendendo a demora, porém, juntando em si a certeza de que logo chegará a sua felicidade, a ocupar os centros mais sensíveis da sua vida, para que possa viver com mais decência, sentindo a alegria mais pura para verter da sua intimidade.
O amor está em tudo, até no centro da nossa vida, como sendo Deus na sua majestade para nos garantir a existência. Devemos nos afeiçoar a todas as almas, porque cada uma tem uma mensagem para o nosso coração, que podemos ler, sentindo a vida além do que se pensa. Se os Espíritos mais elevados nos amam, podemos deduzir disso que tudo na vida nos ama.
Muitas vezes deparamos com formas ditas inertes, mas, no entanto, delas partem fios luminosos que se acasalam com os nossos, na sustentação da paz; é o mineral, que existe e faz falta ao nosso agregado fisiológico. Assim as plantas, os animais e todos os elementos que vibram em todas as dimensões, tudo pela força do amor, na construção e sustentação da vida em todos os horizontes, que a esperança mais tarde nos mostrará o porquê desta afinidade: porque tudo nasce de Deus.
Os nossos pensamentos se amoldam no ajustamento das idéias, pelos poderes dos sentimentos, e quando há amor na feitura das idéias, elas nos mostrarão os caminhos mais excelentes, abrindo-nos as portas do bem-estar definitivo. Não procuremos desconfiar das leis de Deus, que nos asseguram a vida; a dúvida nos faz ficar distantes da libertação espiritual.
Passemos a amar as coisas que nos cercam, mas com profundidade, que elas nos devolverão esse amor na dimensão que elas podem dar, porque se amamos Deus em tudo, Ele, como a personalidade de onde verte toda a vida, nos responderá pelos Seus atributos, sem erro de um til sequer. A justiça não troca caminhos, nem tem dúvidas nos rumos que toma, como sendo o próprio amor em faixa diferente de ação. Amemos, porque o amor puro é uma semente de vida que podemos plantar no coração da vida.

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Reunião Espírita

A Doutrina Espírita não poderia, na sua feição de Cristianismo, mudar certas diretrizes, cujas formações correspondem à base doutrinária, como sejam reuniões, onde todos se congregam com a mesma finalidade, de compreender as leis estabelecidas pelo Criador, de trocar experiências daquilo que já alcançaram no roteiro percorrido e de outras mais que não precisamos mencionar, para se compreender os objetivos.
São vários os horizontes da vida onde poderemos enriquecer nosso celeiro, para que a sabedoria cresça, atingindo o porvir cheio de esperanças. É nosso dever acentuar que o Espiritismo nunca se esquece do progresso, viajando com ele em todas as direções, entregando a cada geração a mensagem mais límpida e mais enriquecida de valores imortais da própria vida. A obra da codificação é o sinal de luz condensada por natureza divina, que com o tempo e as necessidades humanas deve expandir-se, servindo àqueles que vieram depois, e as mensagens atuais deverão ser melhoradas para os que vierem amanhã em busca de novos ensinamentos, de acordo com o grau que atingirem na escala do despertamento espiritual. Doutrina Espírita é viagem da luz em todos os mundos conscienciais , entregando a cada criatura o que ela pode receber.
Há muitos companheiros que gostam de fixar-se na retaguarda, mesmo sabendo o valor do progresso. A luz deve salientar seus valores, não podendo ser de outra forma. Se a verdade é gradativa, conforme o tamanho espiritual, como pode paralisar? Devemos destacar que existem muitos pontos doutrinários irremovíveis, como sejam o amor, a caridade, o perdão e tantos outros miais; no entanto, convém ressaltar que o amor tem muitas faixas, que a caridade tem inúmeras modalidades e que o perdão é elástico na sua manifestação.
O amor se manifesta, no princípio, como interesse, ou por vezes troca de carinhos ou valores materiais; não obstante, esse amor, irradiado no coração elevado, já passa para outra posição mais enriquecida, como nos informa Paulo de Tarso nos seus escritos.
A caridade, nos primórdios, se expressava como sendo uma doação de alguns vinténs aos necessitados, um prato de comida ou um códea de pão; todavia, a caridade de hoje é aquela conduzida pelo raciocínio de despertar no homem os seus valores de dignidade divina, que o induzem a participar conscientemente do seu progresso.
O perdão em tempos idos, era balbuciar setenta vezes sete vezes "eu te perdôo". O perdão, nos momentos atuais, para os esclarecidos, é o esquecimento das faltas sofridas.
A Doutrina não saiu das bases que oriente, mas cresceu no aprimoramento dos conceitos, como sendo uma verdade mais destacada. As reuniões espíritas, no passado, se resumiam em reunir em torno de uma mesa um grupo de pessoas, com mais curiosidade de ouvir os Espíritos falarem, e as perguntas a eles não passavam muitas vezes de banalidades, em se comparando às de hoje, com a Doutrina mais assimilada. Eis aí o avanço progressivo da Doutrina dos Espíritos!
Nossa análise objetiva os corações que estão chegando à Terra, para que encontrem meios, com a bagagem que trouxeram do mundo espiritual, de dar prosseguimento à mensagem do Cristo, com a finalidade de libertar as criaturas.
Não nos apeguemos à letra dos livros sagrados! Para cada época existem interpretações especiais, mostrando-nos valores maiores, mas evidenciando o amor, sempre mostrando com mais brilho a caridade, sem esquecimento do perdão.
O que devemos fazer sempre é colocar em relevo a personalidade marcante de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que possa fazer mais luz em nossos caminhos, pelas nossas próprias mãos. Ressalta-se daí que estamos entendendo a mensagem de Deus no século que vivemos, e isso ser-nos-á uma glória correspondendo a caminhos de esperanças. O que queremos dizer é que os horizontes da vida devem ser entendidos e compreendidos por todas as gerações, de acordo com o despertamento alcançado. Nós nos alistamos neste empenho, tendo em Jesus a porta por onde sentimos a Divindade com mais florescimento de luz e amor.

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Serenidade

A serenidade é fruto da harmonia interna, que corresponde a um conjunto de valores dos sentimentos, de modo que o sublime é filho do esforço individual, depois da grande operação de Deus em nós. Compreende-se daí que o trabalho maior a se fazer não é fora de nós, mas, por dentro; a natureza da alma deve mudar constantemente, como tudo muda na pauta do tempo. Existem dois tipos de despertamento espiritual na vida de cada criatura: um natural, mais lento e outro de que podemos participar pelo nosso empenho, conhecendo as nossas deficiências e trabalhando para subir, mesmo que o sacrifício seja o preço. Se desejamos crescer, os degraus nos esperam e estão livres, para que os nossos pés alcancem cada um por vez, porém, a operação exige esforço, educação e disciplina incessante.
Cumpre-nos adquirir a brandura nos nossos pensamentos, e que as palavras sejam igualmente nas linhas da suavidade, e a nossa vida mostre a imperturbabilidade de consciência, encontrando horizontes mais excelentes nas modalidades de viver. Esforcemo-nos na demonstração da mansuetude em todo lugar que estivermos, que logo as forças invisíveis nos ajudarão. O plantio é que aponta a colheita; quando se adquire serenidade em tudo, a vida muda, trazendo a paz, aquela paz que Jesus prometeu, vivendo nela. A eqüidade do Espírito por onde ele passa representa traços da sua intimidade e sempre reúnem admiradores e imitadores;
e o bem sem esforço visível, é a caridade em silêncio que se pode fazer sem alarde e sem convites pela palavra, é a força do exemplo explodindo no coração que antes implodira; é o socorro aos outros sem ostentação, é uma vida em favor das vidas que procuram melhorar.
O campo humano constitui ambiente cheio de acenos negativos; é necessário que estejamos preparados para enfrentar esses contrastes da vida, pois os problemas são testes na confirmação do que aprendemos. Facilitemos a força de Deus em nossos corações, sem nos esquecermos da consciência, que tanto nos ajuda pelas suas sugestões constantes. Examinemos as mensagens que vêm de dentro e que, por vezes, nos parecem que vêm de fora; são os recursos do alto em nosso favor, para que sejamos almas cheias de eqüidade, pois, esse ambiente de luz fala da existência da felicidade, cuja porta se encontra dentro de nós.
A serenidade, insistimos, é fruto de luz que semeamos que, por sua vez, é filha do tempo, que nos amadureceu nos caminhos do amor; usemo-la como sendo nossos valores que Deus nos deu por amor. Se ainda não houver preparo para a sua aquisição, trabalhemos e esperemos, mas não deixemos de nos esforçar porque, mesmo quando demora, o despertamento está sempre a caminho, na suavidade do tempo.
Se essa luz começa a despontar em nossa vida, esperemos os testes, que eles sempre aparecem, provando e comprovando se estamos firmes, como que senhores de nós mesmos. Não temer os problemas é motivo de confiança em nossa serenidade; é se apresentando pela força de Deus no nosso todo espiritual.
Convém a todos exercitar diariamente a doçura no falar e nos gestos, e a tolerância em todos os aspectos da vida, mas, acima de tudo, atentar para o bom senso, energia reguladora de todos os nossos trabalhos. Deixemos abrir em nossos corações as portas dos horizontes da vida, para que a nossa vida fale da vida do Cristo de Deus.

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Transmissão de Energias

Todos temos a capacidade de transmitir energias onde quer que seja; são valores permutáveis entre os homens e os Espíritos. No entanto, é preciso saber, para ajudar com mais eficácia. Os nossos pensamentos são poções energéticas a nós entregues pela Divindade, para que possamos delas fazer uso, centro da liberdade que temos ao nosso dispor.
As nossas idéias são alentos capazes de levantar caídos, curar enfermos, instruir ignorantes e ainda estabelecer paz onde haja guerra. A palavra é força de potencialidade invejável, que pode construir quando ligada em Cristo. Para ajudar alguém que sofre, usemos em primeiro lugar a palavra, escolhendo o que falar, deixando o verbo ser envolvido em vitalidades valiosas do amor, para que esse amor se transforme em saúde e paz espiritual.
Podemos transmitir energia a outrem pelo olhar, dentro da mansuetude dos sentimentos. Podemos imantar, de ânimo e fé, o companheiro que conosco conversa, pela nossa disposição, onde a fraternidade acompanha o ardor da caridade. Ainda mais, as nossas mãos são canais por onde a luz pode percorrer sem embaraço para os corações sofredores, na solução de problemas incontáveis.
Tudo o que se faz pode ser envolvido em força divina, dependendo do que se sente de luz, com a presença do amor. É necessário educar os pensamentos nos preceitos do Evangelho, avançando para a disciplina das palavras, que o estímulo da sua presença tornar-se-á em clima de maior paz no coração que sofre. Que não se perca a oportunidade, quando ela surgir a sua frente, de ajudar servindo de instrumento do bem comum.
Façamos a vontade de Deus, que sempre nos transmite os meios para que possamos fazer o bem. Por que recuar? Jesus nunca parou na cooperação com Deus, no soerguimento dos homens: escreveu o evangelho em a natureza e ainda estabeleceu o clima superior para que os homens, Seus discípulos, pudessem escrever no mundo o Evangelho da Terra, pálido reflexo da boa nova do céu.
Basta um pequeno esforço para que possamos ajudar; entretanto, devemos saber como ajudar melhor, nos momentos certos e horas exatas, para que o necessitado se eduque e se instrua, usando as suas próprias forças para se manter, nos caminhos que percorre. Deus não esquece de ajudar a todos: recebemos somente o que merecemos. As portas da nossa elevação que se abrem à luz dependem dos nossos esforços; quando aprendemos a abri-las, tudo se torna mais fácil, indicando os caminhos da nossa felicidade.
Vejamos a beleza da vida, na vida universal! Os poderes de Deus estão concedidos para os Espíritos na altura de seus despertamentos espirituais, e descobrir essas forças depende dos nossos sentimentos de amor em favor da humanidade; não depende de sermos religiosos, e, em qualquer lugar a que formos chamados a servir, os ensejos nos aparecem para o grande aprendizado. E o espírita tem mais responsabilidade, por conhecer mais de perto as leis; basta que as coloque em prática, para que a luz floresça no coração e a vitalidade em Cristo brilhe na consciência!
O dinamismo do coração ainda é desconhecido entre as criaturas; Deus oferece a cada um, abençoando, como que um quilate de luz, para que se possa mover um mundo. Escutamos sempre o camponês falar "se o boi soubesse a força que tem, que seria de nós?" E nós falamos que se o homem tivesse consciência de seus poderes, despertando-os sem a devida educação dos sentimentos, o que seria da vida? Tudo vem a seu tempo, e o Senhor espera a maturidade das almas para grandes revelações. As bombas que os países chamados desenvolvidos fabricam, em comparação à força mental de um só na crista da evolução espiritual, podemos dizer que dignifica o riscar de um fósforo, e nada mais. A mente do Espírito é uma mente de Deus em miniatura, esperando os toques do amor e da sabedoria espiritual. São horizontes da vida que se abrem com o abrir do coração para a grandeza da fraternidade em Jesus Cristo.
Usemos a transmissão de nossas energias para a paz das consciências, que no porvir encontraremos essa paz a nos esperar, para o banquete da felicidade.

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