Minas Gerais nas metade do século XVIII atingiu a tal grau de progresso urbano que poderia ser considerado como uma das sociedades mais evoluídas do mundo, pois o ouro havia sido descobertos em camadas superficiais em depósitos aluviais e afloramento, e desse modo o ouro era acessível a todos que por ele se interessassem, sobremodo favorecidos pelo interesse real. Desta maneira o ouro atraiu um numero de imigrantes sem igual na historia do reino e este movimento migratório estabeleceu uma ocupação estável em pleno sertão, de proporções continentais e em conseqüência dessa migração há de se ressaltar a consolidação da economia do Estado Colonial e a influencia no desenvolvimento da ocupação territorial brasileira.

   E Vila Rica a sede da Capitania a partir de 1720 se transformou numa pequena metrópole cercada de muitos arraias e no governo de Gomes Freira de Andrade, e entre os anos de 1735 a 1763 Vila Rica se urbanizou por completo. 

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   Criando a seguinte divisão administrativa: Comarca de Vila Rica que era composta de Vila Rica e Mariana, Comarca do Rio das Velhas termos de Vila Real de Sabará, Vila Nova da Rainha, Vila de Pitangui e julgado de Paracatu, São Romão e Papagaio, Comarca do Rio da Mortes termo de Vila de São João del-Rei, Vila de São José del-Rei e julgado de Campanha do Rio Verde, Aiuruoca, Sapucaí, Jacuí e Itajubá, Comarca do Serro Frio termo de Vila do Príncipe e julgado do Tejuco e Minas Novas e julgado da Barra do Rio das Velhas. A qualidade das pessoas que imigraram para Minas Gerais acabou por formar uma sociedade que devido ao tipo de ocupação que dava oportunidade a pessoas de todas as origens, criou um convívio comunitário no qual a circulação profusa de riqueza diversificou e disseminou os benéficos de acumulação. Ouro Preto, Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar, foram o cume dessa maturidade cultural, tornando-se um dos maiores aglomerados da América, com isto surgiu um comercio florescente em que as lojas eram tão bem providas como as européias e como decorrência desta estrutura econômica, em Minas Gerais surgiu uma bugesia formada de ricos comerciantes que tinham um padrão de vida própria de nobres aspirando a nobreza local e educando seus descendentes numa esfera de alta hierarquia disseminando-se essa burguesia por estratos maiores da população, em virtude da própria circulação mais ampla da riqueza. com isto não havia mais apenas a dualidade entre senhores e escravos, nascia a formação de outras categorias que não era de escravos nem podiam ser classificados como senhoriais. A população de homens brancos era quase toda alfabetizada e a Capitania de Minas Gerais no seu auge de desenvolvimento congregava um grupo notável de poetas e homens de espíritos, artistas plásticos, compositores, padres esclarecidos, letrados, historiadores botânicos, minerologistas, químicos, tradutores e até gramáticos, a sociedade era democrática onde se preservava-se a hierarquia social, e a sociedade civil era composta também militarmente como decorrência da reforma do sistema feito pelo governo, que tornou toda a população civil em reservista da tropa regular, e nesta época em Minas Gerais tinha-se trinta e dois regimentos de auxiliares sendo vinte e quatro de cavalaria e oito de infantaria e esses regimentos eram compostos somente de oficias devido a estratificação social num regime escravista e estas tropas só eram chamadas para formatura em momentos de necessidade quando os oficiais tinham o encargo de fardar e armar seus soldados. E neste período a saúde publica era atormentada por grandes doenças nas regiões mineradoras, sendo muito empregado as ervas e plantas nativas que tinham melhores propriedades medicinais e curativas do que as drogas importadas de Portugal.

E a arquitetura civil e religiosa teve grandes expressões artística atingindo um dos mais altos pontos de sua civilização, demonstrando duas etapas principais sendo uma primitiva em que o material empregado era precário e outra em que se empregou com extrema arte a alvenaria de pedra um tratamento plástico muito apurado para época

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e o seu desenvolvimento e creditado a própria característica do povoamento e do tipo de riqueza, misturando em harmonia expressões iluministas com tradições medievais e de contra-reforma em que as irmandade de negros, de mulatos e de brancos desenvolveram modelos próprios, sem submissão as reformas importadas que dominavam o litoral.

   Libertando a criatividade dos construtores e o seu desenvolvimento e creditado a própria característica do povoamento e do tipo de riqueza, misturando em harmonia expressões iluministas com tradições medievais e de contra-reforma em que as irmandade de negros, de mulatos e de brancos desenvolveram modelos próprios, sem submissão as reformas importadas que dominavam o litoral, libertando a criatividade dos construtores. A musica do período colonial em Minas Gerais apresentou-se com grandiosas obras e seus regentes e numerosos músicos, onde o elemento mulato era predominante, pois sendo uma sociedade hierarquicamente estratificada, todos os ofícios caiam nas mãos dos mestiços, pois era a única forma possível de ascensão social de sublimação pessoal, era notável a correlação da musica dos mulatos mineiros com as musicas européia.

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   A administração da colônia era feita diretamente pelo rei, que a confiava a diversos órgãos metropolitanos onde se destacava o Conselho Ultramarino e a Junta da Real Fazenda com representação em cada Capitania, ao Clero competia o serviço de registro de nascimento e casamento e obedecia ao soberano através da Mesa de Consciência e Ordem e o Brasil era Patrimônio da Ordem de Cristo e o rei era o grão-mestre dessa ordem

   A Câmara Municipal era a expressão local administrativa e único órgão cuja constituição não era originaria de determinação direta do soberano, sendo seus componentes eleitos entre os súditos de cada cidade, onde tinham as atribuições de executiva, legislativa e judiciarias, sendo os seus funcionários especialmente os ouvidores, membros da junta, escrivães, provedores, fiscais e intendentes que eram nomeados por dedicação ao reino e raramente por capacidade, e o mercantilismo era o sistema econômico que maldava as relações entre a colônia e a metrópole, e esse sistema econômico que desenvolvera-se desde o século XV na Europa deu sentido na ocupação dos territórios ultramarinos, era o de que as colônias assim formados deveriam fornecer um mercado para os produtos metropolitanos e de dar ocupações aos seus trabalhadores e de fornecer artigos requeridos pela metrópole sendo as colônias a retaguarda econômica da metrópole. Sendo o Brasil uma província de todo um império colonial de proporções mundiais, tinha uma especialização básica que era os produtos agrícolas e sendo o maior produtor de açúcar do mundo e o principal fornecedor de toda a Europa, e a prosperidade de Portugal metropolitano no meado do século XVIII, dependia das flutuações da economia da colônia, sendo o ouro, o fumo e o açúcar e o que constituía a base do complexo comercial do Atlântico Sul, sendo que o fumo e o açúcar proporcionavam lucrativas reexportação para a Espanha; e sendo o ouro o meio de equibrio do intercâmbio desfavorável com o norte e de pagar as importações de madeiras e de cereais. Com Minas Gerais sendo parte de um estado de um império, o estado tinha uma função colonial dentro de uma economia mundial e a Capitania tinha a subfunção determinada e especificada. E a questão nas relações entre a Colônia e a metrópole no caso de Minas Gerais e do Movimento Inconfidente de 1789, era que a colônia achava-se em condições de subverter o quadro político-econômico vigente, destacando-se dele e formando um novo pais, e a metrópole dirigia a sua política no sentido de manter imóvel o quadro e definido em suas finalidades o que permitia-lhe concorrer em condições de igualdade com as outras potências econômicas em expansão, e devido ao fenômeno do esgotamento das fontes minerais, aliado ao fato de que o governo metropolitano passava incompreendido ao esgotamento, e que em Minas Gerais outros interesses haviam surgidos de molde a credenciá-la a fazer e consolidar um novo país, e aos inconfidentes mineiros estes fatos não passaram despercebidos, pois sabiam que a se estabelecer um novo país independente, haveria que se apoiar em novas bases, principalmente na industrialização, sem relegar as antigas bases que ganhariam novas expressões, embora com as fontes minerais decadentes e esgotadas ainda poderiam sustentar grande partes de toda a estrutura econômica de um novo país.

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Sendo o ouro brasileiro o principal sustentáculo da economia portuguesa, a sua abundância criara a crença de que as reservas em Minas Gerais eram inesgotáveis, e com a decadência das reservas de ouro foi profundamente desastroso para a sociedade mineira e mal compreendida na metrópole e relutantemente aceita, com a renda da Capitania descrecendo violentamente e sem perspectivas de aumento e criando uma impossibilidade de cobrança dos impostos e da divida de todos os cidadões de Minas Gerais.

Sendo o ouro brasileiro o principal sustentáculo da economia portuguesa, a sua abundância criara a crença de que as reservas em Minas Gerais eram inesgotáveis, e com a decadência das reservas de ouro foi profundamente desastroso para a sociedade mineira e mal compreendida na metrópole e relutantemente aceita, com a renda da Capitania descrecendo violentamente e sem perspectivas de aumento e criando uma impossibilidade de cobrança dos impostos e da divida de todos os cidadões de Minas Gerais. O mais importante dos tributos era o das entradas, o qual pagava-se sobre a importação e exportação de quaisquer produtos, mesmo de outras capitanias, e o seu fato gerador era a entrada e saída do território mineiro, havia o dizimo que originalmente havia sido criado pela igreja que era a sua fonte de custeio e que se transformara-se num imposto sobre rendimentos de pessoas físicas e sobre a entrada e saída de mercadoria, também havia outros impostos menores, como o pedágio que era a passagens de rios, taxas de ofícios de justiças e impostos religiosos como a conhecenças, as taxas municipais que eram cobradas pela câmara, o imposto sobre a extração de diamantes que era exclusivo do território diamantino e o quinto que era arrecadado nas Casas de Fundição sobre a produção de ouro. A arrecadação dos principais tributos eram feitos por particulares contratados pelo governo metropolitano; eram os contratadores, e devido a esta carga tributaria formou na opinião publica uma idéia de que o elemento colonizador tudo levava e nada deixava em troca e que seria justo se a coroa desse a independência a sua colônia mineira.  Em 1780 o governador de Minas Gerais, Dom Rodrigo José de Meneses propôs ao governo metropolitano a liberdade das industrias e organização de um serviço de correios, concessão de empréstimos aos mineiros com taxas mais baixa, supressão das Casas de Fundição, criação de uma siderurgia e instalação de uma Casa da Moeda devido a estagnação da economia mineira; suas propostas foram sem duvida muito revolucionaria e configurariam a subversão do quadro colonial e sua reorganização em novas bases, mesmo que ainda colonial. Nas ultimas décadas do século XVIII Minas Gerais se encontrava envolvido em uma grave crise econômica, pois o ouro esgotava-se nos seus depósitos superficiais e aluviais, o ferro necessário para diversas atividades da capitania, tinha a exportação caríssima e deste modo, pressionados pela baixa produtividade das lavras, os mineradores aos poucos passaram a cuidar de outras atividades.

E com fuga da mineração para a lavoura os levaram a lutar muito para enfrentar as necessidades de seus próprios sustento e de seus escravos, pois enfrentaram as dificuldades natural do desbravamento.

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   Aliado à má vontade do governo, que via a mudança como um ato de traição ao reino, e pelos fatos decorrentes em Minas Gerais, os seus habitantes estavam politicamente e economicamente asfixiados.

    Pois distantes dos portos, eles se achavam fechados e encurralados numa estrutura econômica que precisava ser mudada, a fim de dar vazão as suas capacidades empresarial, e deste descontentamento e que se converteu na aspiração a um governo próprio para Minas Gerais, com possível adesão de outros núcleos. Devido a situação reinante na ultima década do século, Minas Gerais não reunia condições para promover a instalação de um novo país, havia sim, condições objetivas, tanto para a insurreição, como para a criação de um novo e independente organismo estatal, pois o povo se encontrava reunido em torno de objetivos comuns e específicos nos quais reuniam irmandades, corporações de ofícios e um suceder de cidades e Vilas e materiais para tal.

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