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   Um grande monumento dedicado aos inconfidentes de 1879 esta localizado na Pra�a Rui Barbosa no centro de Belo Horizonte e a historia da Inconfid�ncia Mineira se confunde na verdade com a vida dos inconfidentes, e o pr�prio retrato em escala menor do per�odo revolucion�rio e no decorrer da vida e da atua��o pessoal de cada inconfidente, podemos sentir a transforma��o de uma sociedade inteira, com seus pequenos e grandes casos, com seus avan�os e recuos, sua perplexidade, desespero e busca de uma situa��o melhor. Dos vinte e quatro condenados em 1792 apenas Joaquim Jos� da Silva Xavier, Tomas Ant�nio Gonzaga, Cl�udio Manoel da Costa, In�cio Jos� de Alvarenga Peixoto e os cl�rigos tiveram as suas vidas estudada

Tenente Coronel Francisco de Paula Freire Andrade comandante do Regimento de Cavalaria da Capitania, nasceu no Rio de Janeiro em 1756 era filho ileg�timo do segundo Conde de Bobodela que governara a Capitania de Minas Gerais interinamente de 1752 a 1758, aos doze anos de idade entrou como cadete no Regimento de Infantaria do Rio de Janeiro onde se tornou protegido do Marques de Lavradio, aos 20 anos alcan�ou a patente de Capit�o aos vinte e tr�s anos a de Major e aos vinte e quatro anos o posto de Tenente Coronel Comandante do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, permaneceu no Rio de Janeiro de 1776 a 1779 na defesa da cidade contra poss�veis ataques espanhol. Francisco de Paula era um jovem militar de alta patente da Capitania de Minas Gerais, atras apenas do governador quando se envolveu diretamente no centro da conspira��o que se desenrolou em Vila Rica nos �ltimos anos da d�cada de 1780. Com forte relacionamento com o Alferes de seu regimento Joaquim Jos� da Silva Xavier sendo que esta amizade nascera no Rio de Janeiro, quando foram destacados para conduzir os soldados para combater no sul do Brasil em 1779, todavia entre os dois havia uma diferen�a de opini�o, de m�todos e temperamento. Francisco de Paula era moderado,equilibrado, prudente e hesitante, n�o parecia decidido a iniciar a revolta armada, a sua cultura pol�tica levou a outros pensamentos como a Monarquia Constitucional e n�o aos Republicanos. Ap�s a denuncia feita por Joaquim Silverio dos Reis e ap�s Ter sido procurado por In�cio Jos� de Alvarenga Peixoto em 1 de Abril de 1789, para uma decis�o sobre os rumos do movimento, Francisco de Paula decidiu recuar e no m�s seguinte entregou uma carta ao governador, denunciando de modo hesitante a conspira��o sem embargo da tentativa do governador de proteg�-lo e deixa-lo fora da devassa que se iniciava, sua aplica��o no movimento era por demais evidente. Mas a 9 de Setembro a devassa colhia-o em suas malhas quando acompanhado de dois escravos foi conduzido preso ao Rio de Janeiro e seus depoimentos n�o conseguiram furt�-lo � condena��o no final do processo `a morte, tendo sido a sua pena comutada em degrado perpetuo para a Fortaleza-Prisidio de Pedras de Ancoche no interior de Angola aonde chegou em 11 de Setembro de 1792, e no dia 9 de Outubro recebeu a designa��o de servir como Alferes e no ano de 1798 recebeu autoriza��o para cumprir a pena em Luanda nas Oficinas Reais e m 13 de Dezembro de 1808 escreveu uma carta ao Ministro Dom Rodrigo de Souza Coutinho pedindo permiss�o para voltar ao Brasil, faleceu meio doente com cinq�enta e dois anos de idade em 1809 sem obter resposta de seu pedido.

Capit�o Maximiano de Oliveira Leite era um dos principais conspiradores ligado diretamente ao grupo central do movimento com participa��o efetivas em todas as reuni�es, escapou a repress�o pela conting�ncia de n�o estar presente em Vila Rica no momento das pris�es, pois se encontrava em Paracatu fora do local onde deveria estar, n�o se sabe se estava a servi�o ou fugindo e a sua participa��o era pe�a chave no movimento, pois fora nomeado no inicio de 1789 para o cargo de Comandante do Destacamento do Caminho do Rio de Janeiro, que lhe tornou posi��o fundamental para a revolta.

Capit�o Manoel da Silva Brand�o serviu no Regimento de Vila Rica foi amigo intimo do Alferes Xavier, era figura chave na conspira��o, pois em Mar�o de 1789 fora nomeado como Comandante do Destacamento Diamantino sediado em Vila do Tejuco ao norte de Minas Gerais a caminho da Bahia onde continuara com os encontros conspiratorios iniciados em Vila Rica com o Padre Rolim e seus familiares, mesmo depois da devassa, em um certo dia quando se encontrava reunido secretamente em alta madrugada com o irm�o do Padre Rolim, foi surpreendido pelo Cadete Louren�o Orsini que tencionava lhe prender, foi quando o Capit�o Brand�o o reprimiu pela sua atitude. Ao serem iniciada as pris�es o Governador, o encarregou para prender o Padre Jos� da Silva e Oliveira Rolim, o Capit�o Brand�o esquivou-se de modo suspeito dessa imcubencia, quando deixou o Padre Rolim escapar, fato que n�o passou despercebido ao seu comandado o Tenente Fernando de Vasconcelos que era um n�o-revolucionario, e que delata-o ao Governador, que por este motivo ordenou que outro oficial persiga e prenda o Padre Rolim, e intimou o Capit�o Brand�o a apresentar-se em Vila Rica, quando o prende, e tempos depois solta-o, e n�o o incomoda mais, embora o considere como muito suspeito.

Tomas Aquino Gonzaga foi o vulto mais importante do Movimento Inconfidente de 1789, o verdadeiro l�der da conspira��o, o l�der moral, intelectual e decis�rio. Tiradentes admirava-o muito e sabia que, como o sucesso da revolu��o, Gonzaga seria o primeiro entre os primeiros. Seria o Presidente por tr�s anos, o fundador da novel republica, seu arquiteto legal, seu institucionalizador, nasceu em Portugal na cidade do Porto em 11 de Agosto de 1744 era filho do Desembargador Jo�o Bernardo Gonzaga, veio par ao Brasil em 1751, quando o seu pai foi nomeado Ouvidor de Recife, e no ano de 1762 matriculou-se no curso de direito da Universidade de Coimbra em Portugal, onde se formou em 1768 quando passou a advogar na cidade do Porto e no ano de 1778 foi nomeado Juiz de Fora para a cidade de Beja e em 1782 foi nomeado para Ouvidor Geral de Vila Rica, na distante Capitania de Minas Gerais do Estado do Brasil. Gonzaga sempre revelou um grande senso de justi�a com o mais alto ideal a se atingir no trato das coisas publica. Impedindo obviamente de combater as claras os desmandos do governador Luiz da Cunha Meneses, f�-lo atrav�s das famosas "Cartas Chilenas" nas quais desancava sob nomes fict�cios, mas facilmente identific�vel o Governador e seus asseclas – o nome "Cartas Chilenas" era um folhetim manuscrito e peri�dico que corriam de m�os em m�os em Vila Rica. N�o se manteve no anonimato, pois criticou o Governador em carta direta a rainha em 1787 e o seu papel na revolu��o mineira foi um dos mais importante e decisivo, pois participou efetivamente da conspira��o, sendo um dos principais lideres e o respons�vel capital pela revolta, com a tarefa de redigir a Constitui��o e os documentos legais mais importante da institucionaliza��o da nova situa��o pol�tica a ser criada. O l�der inconfidente quando preso enfrentou seu destino com superior dignidade, foi interrogado varias vezes permaneceu mais de dois anos incomunic�vel e em nenhuma vez denunciou qualquer plano ou parte do plano, nem pessoas envolvidas na revolta, quando condenado ao degrado em Mo�ambique, Tomas Ant�nio Gonzaga partiu logo ap�s a senten�a no primeiro navio dispon�vel, quando de sua chegada em Mo�ambique em 30 de Julho de 1792 recebeu tratamento especial , pois foi hospedado na casa do Ouvidor Jos� da Costa Dias de Barros, onde ajudou os degradados residentes em Mo�ambique que entre eles estavam Jos� Aires Gomes, Vicente Vieira da Mota, Jo�o da Costa Rodrigues, Ant�nio de Oliveira Lopes, Vitoriano Gon�alves Veloso e Salvador Carvalho do Amaral Gurgel. Foi nomeado como Promotor dos Defuntos e Ausentes, cargo que exerceu at� 1805 e no ano de 1807 tornou-se procurador da Coroa e em 1809 foi nomeado como Juiz da Alf�ndega, e pelo fato de ser o �nico advogado habilitado em Mo�ambique, ficou advogando at� o fim de sua vida em 16 de Fevereiro de 1810

In�cio Jos� de Alvarenga Peixoto nasceu no Rio de Janeiro em 1742, estudou no Semin�rio de S�o Jos� dos Jesu�tas e quando era adolescente foi mandado pelo pai para Coimbra para estudar direito, onde se formou em 1768 quando ingressou na magistratura nomeado pelo Marqu�s de Pombal para o cargo de Juiz-de-Fora em Sintra onde come�ou a sua carreira de poeta, e no ano de 1776 foi nomeado como Ouvidor Geral da Comarca do Rio das Mortes em Minas Gerais, e entre 1779 e 1780 abandonou a magistratura para dedicar-se a minera��o, agricultura, pecu�ria e a industrializa��o de aguardente, em 1785 foi nomeado pelo Governador Luiz da Cunha Meneses como Coronel do Regimento de Cavalaria Auxiliar de Companhia do Rio Verde, onde ficou encarregado de recrutar tropas na comarca do Rio das Mortes para ajudar nas guerras do sul no Brasil, Alvarenga Peixoto envolveu-se a fundo na conspira��o pois assistiu e participou de todas as reuni�es dos lideres do movimento e arregimentou adeptos para a revolu��o, falava mal publicamente da situa��o da Capitania de Minas Gerais, foi preso em Maio de 1789 na Fortaleza da Ilha das Cobras no Rio de Janeiro onde em seu primeiro depoimento n�o revelou nada do que j� n�o se poderia saber pela denuncia de Joaquim Silveiro dos Reis, e em 14 de Janeiro de 1790 foi levado para novo depoimento. A incomunicabilidade de sessenta dias da cela na soturna fortaleza-pris�o, acabou por lhe vencer as resist�ncias mentais, por isto acabou por entregar minuciosamente com extensos detalhes a conspira��o, revelando nomes, passagens, planos e com isto acabou por incriminar-se totalmente. Alvarenga Peixoto foi condenado com a pena � morte na forca, por�m ap�s a leitura da primeira senten�a os juizes leram a carta r�gia que comutava a pena de morte em degredo perp�tuo na �frica, sendo remetido para Angola em Julho de 1792 onde ficou preso na Fortaleza do Penedo em Luanda, sendo enviado posteriormente para uma pris�o no interior daquele dom�nio ultramarino no presidio de Ambaca, vindo a falecer de mal�ria em 27 de Julho de 1792.

Jos� Alves Maciel nasceu em Vila Rica no ano de 1760 era filho do capit�o-mor de Vila Rica, aos vinte e um anos de idade partiu para Coimbra para concluir o curso de Filosofia Natural, onde foi um aluno excepcional, sendo aproveitado pelo Mestre Domingos Vandelli para realizar pesquisas mineral�gicas em Serra da Estrela, e ao completar a gradua��o seguiu para a Inglaterra para estudar os planos de Birminghan e as manufaturas t�xteis, aonde entrou em contato n�o s� com os industrias e oper�rios, mas discutiu a possibilidade de independ�ncia do Brasil com negociantes ingleses, e nesta �poca j� se encontrava envolvido com a ma�onaria de Portugal. E entre Dezembro de 1787 e Mar�o de 1788 se encontrou na Universidade de Coimbra com Jos� Joaquim da Maia que j� se havia avistado com Thomaz Jefferson, embaixador dos Estados Unidos na Fran�a e dele obtivera a promessa de apoio da republica do norte �s aspira��es dos brasileiros, t�o logo chegou ao Rio de Janeiro em 1788 encontrou-se com Tiradentes e com o Visconde de Barbacena que chegara para assumir o posto de Governador de Monas Gerais, este encontro foi providencial para os tr�s; pois Tiradentes obteve as noticias que tanto aguardava sobre o apoio de pot�ncias estrangeiras, Barbacena reencontrava o amigo minerologista e Maciel punha-se em contato com os revolucion�rios iluministas e deste encontro recebeu o convite para morar no Pal�cio do Governador em Vila Rica, onde chegou em 1788 com a conspira��o em est�gio avan�ado e nela fervorosamente se engajou. Maciel constantemente punha os conspiradores a par das atitudes do Governador que se aproveitava em sentido inverso, ele teve pouco tempo tempo para trabalhar em Vila Rica em sua �rea de interesse cientifico, pois foi encarregado de pesquisar em Sabar�, Caet� e arredores de Vila Rica onde permaneceu at� 1789 quando finalmente ap�s esfor�o em contrario do pr�prio governador, foi apanhado pelas malhas da devassa quando foi preso e remetido para o Rio de Janeiro para a pris�o na Fortaleza de Villegagnon onde se reconvertera-se ao cristianismo e recebeu a pena de degredo perpetuo em Angola onde seguiu em 23 de Maio de 1792, chegando a Luanda em 20 de Junho de 1792 e sendo internado na enfermaria da Fortaleza de S�o Francisco de Penedo com pneumonia e escorbuto, de l� seguiu viagem para o presidio de Massangano de onde foi solto para lutar pela sobreviv�ncia, tornou-se representante comercial dos negociantes de Luanda na �rea de Calumbo e no ano de 1797 o novo Governador de Angola Dom Miguel Ant�nio de Melo atestou em oficio ao Ministro do Ultramar que Maciel ganhava a vida naquele lugar como vendedor de panos no sert�o, e em 1799 recebeu do Governador uma licen�a para levar um carregamento a Feira de Cassange e o encarregou da miss�o de verificar a exist�ncia de riquezas minerais pelos sert�es de Angola. Na Prov�ncia de Itamba no lugar denominado Trombeta jurisdi��o de Golungo no sitio de Cathari montou uma pequena siderurgia que produzia alguns ferros com improvisa��o e auxilio de cento e trinta quatro negros e no ano de 1800 escreveu ao Governador um relat�rio sobre o seu trabalho realizado e das dificuldades que enfrentava por n�o encontrar oficiais de mec�nica, carpinteiros e de ferreiros e solicitou que fosse enviado do Brasil estes profissionais que tanto necessitava, o governador t�o logo recebeu a resposta da corte, chamou Maciel leu-lhe os elogios que o rei fazia ao seu desempenho e pediu a lista do que necessitava para desenvolver a siderurgia. Maciel teria morrido em Mar�o de 1804 ou 1805 antes de chegar os recursos que pedira a Lisboa, e em 21 de Abril de 1955 dentro da comemora��o dos cento e sessenta e tr�s anos da morte de Tiradentes o governo do Estado de Minas Gerais inaugurou uma siderurgia em Saramenha, no lugar das minas por ele descobertas em 1788, com um forno recebendo o seu nome em sua homenagem.

Joaquim Silverio dos Reis Montenegro Leiria Grutes cujo nome passou a historia do Brasil como sin�nimo de trai��o – foi o homem que, participando da conspira��o revolucionaria mineira do final do s�culo XVIII, resolveu levar denuncia de sua exist�ncia as autoridades, e a import�ncia de sua denuncia fez dele um judas nacional. Joaquim Silverio dos Reis nasceu em 1755 ou 1756 na Freguesia de Monte Real em Portugal, e no ano de 1776 come�ou a comercializar no Rio de Janeiro dedicando-se ao fornecimento de sal e gado para as regi�es do Serro e Diamantina e em 1777 j� estava solidamente estabelecido em Sabar�, em 1782 arrematou o contrato das entradas para o tri�nio de 1782 a 1784 e na gest�o desse contrato e que entrou em debito para com a Fazenda Real, por�m logo ap�s a posse do Governador Luiz da Cunha Meneses recebeu dele o mais decidido apoio para extorquir dos contribuintes da Comarca do Rio das Mortes tudo o que fosse poss�vel, e lhe deu o direito de antecipar-se nas execu��es fiscais aos contratadores que o procederam. Silverio dos Reis foi convidado a entrar no levante por Luiz Vaz de Toledo Piza, na casa de seu irm�o no Pal�cio Paroquial do Padre Carlos Correia de Toledo em S�o Jo�o del Rei, pois era aparentemente um adepto perfeito para a id�ia, era rico, poderoso e tinha motivos para ver-se livre da opress�o do fisco. Prontamente aceitou o convite, com isto lhe foi posto a par de tudo, inclusive da senha e ele ofereceu na hora doze mil cruzados para Luiz Vaz ir arregimentar adeptos em S�o Paulo, ele ficou encarregado pelo Padre Carlos Correia de Toledo de procurar por Domingos de Abreu Vieira em Vila Rica para saber se este j� tinha conseguido p�lvora para a revolu��o. Pelos fatos, Tomas Ant�nio Gonzaga tornou-se inimigo de Silverio e chegou a atritar-se com Tiradentes que j� o conhecia e pode perceber que seu caracter n�o era desprez�vel, por isto confiou nela na conspira��o. Com a suspens�o da derrama se tornou um grande alivio para a popula��o em geral, mas de modo algum eliminou a amea�a que pairava sobre os contratantes a cobran�a da divida ativa e em 5 de Mar�o de 1789 a Junta da Real Fazenda chamou Silverio dos Reis para prestar as contas, pelo fato de ser fraudulento, falsificador e doloso. E em suas constantes idas ao Pal�cio de Cachoeira do Campo aonde estava seu colega de conjura Jos� Alvares Maciel e o ajudante-de-ordens Tenente Coronel Francisco Ant�nio Rabelo, ele conseguiu apurar que a derrama seria suspensa em 14 de Mar�o e que pelo fato da suspens�o da derrama, perdia-se quase todo o potencial para a deflagra��o da revolta, com isto sobravam apenas os motivos intelectuais, a que o povo em geral era alheio, sendo assim esvaziar-se-ia o movimento e ele continuaria como devedor, caso houvesse a revolu��o ele teria uma chance; n�o a havendo, estava perdido. A �nica solu��o foi a de que deveria se aproveitar do �nico trunfo de que dispunha, que era o de delatar ao Governador o seu conhecimento da conspira��o em seus detalhes, personagens e planos por escrito e formalmente do levante, com isto obteve um documento que teria dupla finalidade: o de servir como seu alibi e transformar-se num passaporte para a sua situa��o de credor em rela��o a coroa pelos relevantes servi�os. E foi o que realmente sucedeu, a monarquia ficou-lhe devendo um enorme favor, devido a conserva��o do Estado do Brasil sob o dom�nio lusitano, embora o Visconde de Barbacena e o vice-rei soubessem perfeitamente que Joaquim da Silva era um dos inconfidentes e devido ao fato o vice-rei mandou prende-lo no Rio de Janeiro, e depois de solto mas receoso de voltar a ser preso e incriminado, tornou a fazer novas denuncias, ajuntando mais detalhes da conspira��o para em seguida come�ar uma serie de requerimento ao Visconde de Barbacena. Sendo que o seu primeiro pedido foi a susta��o de todos os processos contra ele. E em Junho de 1790 no Rio de Janeiro o povo come�ava a vingar-se dele, com um atentado a bala contra ele, e neste mesmo ano declarou que n�o podia viver em Minas Gerais, pelo fato da agress�o sofrida por uma pessoa em frente a sua casa, porque confundiram o homem com ele, pelo uso de um capote igual a que sempre usava, e em outra oportunidade tentaram incendiar um armaz�m debaixo de sua resid�ncia, o povo o ultrajava e o injuriava em todas as ruas de Minas Gerais, j� n�o tinha mais amigos no Rio de Janeiro, ele s� conseguia conversar com dois juizes do processo e um comerciante, e com a noticia espalhada eu ele iria passar a viver em Minas Gerais, montaram-se-lhe emboscadas em suas fazendas e devido aos fatos Joaquim Silverio mudou-se em Maio de 1794 para Lisboa e em Outubro deste ano atrav�s de um decreto do Pr�ncipe Regente, foi-lhe concedido o Habito da Ordem de Cristo e foi-lhe suspenso o seq�estro dos seus bens e a sua divida com a Fazenda Real foi perdoada, foi nomeado Fidalgo da Casa Real e Tesoureiro-mor da Bula para Minas Gerais, Goi�s e Rio de Janeiro, no inicio de 1795 foi condecorado como Cavaleiro da Ordem de Cristo e preparou-se para voltar ao Brasil para exercer a tesouraria que recebera, passou a residir na cidade de Campos no Estado do Rio de Janeiro com o sogro, tornando-se administrador dos bens do Visconde de Asseca, voltou para Portugal em 1801 e em 1808 acompanhando a mudan�a da corte para o Brasil foi mandado para S�o Luiz do Maranh�o onde faleceu em 1819.

Jo�o Rodrigues de Macedo nasceu em Coimbra, no Rio de Janeiro tinha um primo comerciante que o levou a entrar em contratos de neg�cios com outros comerciantes cariocas, ma�ons de tend�ncias republicanas, que seria um dos pr�ceres da Independ�ncia em 1822, e do Rio de Janeiro foi para Minas Gerais em 1775, foi o peixe mais gra�do que a repress�o a Inconfid�ncia Mineira deixou escapar. A devassa n�o deixou de saber que Macedo era um dos principais conspiradores; mais foi regiamente recompensado para n�o absorv�-lo em suas masmorras, era o maior banqueiro de Minas Gerais, talvez o homem mais rico da capitania e sem embargo, o maior devedor entre os mineiros � Fazenda Real – pagou para n�o ser preso. Pagou ao governador da capitania, ao escriv�o do processo e certamente a diversas outras autoridades e pessoas, para ver-se livre do processo, o que afinal conseguiu, a casa em que morava em Vila Livre na rua de S�o Jos� era o mais belo pal�cio particular da capitania, hoje e a Casa dos Contos. No processo da devassa aberto em Minas Gerais, a casa foi requisitada para servir de pris�o especial para os presos com privil�gios e alojamento para as tropas do Esquadr�o do vice-rei, em 1793 a casa foi tomada pelo fisco passando a ser a sede da pr�pria Junta da Real Fazenda, arrecadora dos tributos "contos" da� o nome que passou a posteridade como a Casa dos Contos. A devassa come�ava a apertar o cerco a seu redor e o desembargador Jos� Pedro Machado Coelho Torres que era o Juiz da Devassa carioca, estando em Minas Gerais foi obrigado a relatar ao Vice-rei o andamento do processo na capitania incluindo o nome de Macedo como entre os "n�o presos". Macedo nunca foi chamado a depor, mas ao ser feito o seq�estro dos bens de seu empregado Vicente Vieira da Mota em 11 de Maio de 1791 foi obrigado a assistir ao ato e depor como testemunha, antes da partida do Visconde de Barbacena, a Fazenda Real procedeu ao seq�estro dos bens do falido contratador em 1797 e no ano de 1802 j� sem a prote��o oficial, mas long�nquos os dias em que vira-se na imin�ncia da pris�o, o fisco converteu o seq�estro em confisco e Marcedo perdeu tudo.

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Luiz Ant�nio Furtado de Castro do Rio Mendon�a e Faro (Visconde de Barbacena) nasceu em 7 de Setembro de 1754 em Lisboa no Campo de Santa Clara, os t�tulos nobili�rquicos eram heredit�rios sendo assim Luiz Ant�nio era o sexto Visconde de Barbacena, mais tarde o primeiro Conde de Barbacena, fez seus estudos preliminares no col�gio dos nobres em Coimbra, estudou na Universidade de Coimbra se formando no curso de filosofia natural em 1773 e no ano 1778 se formou no curso de direito. No ano de 1779 o Visconde de Barbacena une-se decisivamente a Domingos Vandelli e a outros cientistas iluminados – o Duque de Laf�es e o Abade Jos� Correia da Serra e funda a Academia de Ci�ncias de Lisboa que era uma entidade cientifica de marcado cunho iluminista que foi alvo de suspeita por "Jacobinismo" da parte da policia de Diogo de Pina Manique e dos conservadores ministros. Com prote��o oficial de Martinho de Melo e Castro, foi nomeado em 11 de Agosto de 1786 Governador e Capit�o-general da Capitania de Minas Gerais, sendo um cientista iluminista, perseguido pela intoler�ncia, ma�om e formado em qu�mica e direito em 1788 seguiu para o brasil junto com a sua fam�lia, no Rio de Janeiro foi obrigado a deixar a sua esposa que se encontrava muito adoentada e se encontrou com Jos� Alves Maciel que regressava para Minas Gerais rec�m formado em qu�mica, a amizade era profunda, tanto pelo lado cientifico como pelo afetivo, quando chegou em Vila Rica em 11 de Julho de 1788 de imediato sentiu o ambiente hostil que reinava na capitania, devido a amea�a da derrama, n�o era a fei��o para as autoridades r�gias e que as conversas se faziam com grandes liberdades em sua presen�a, Barbacena deixou-se por algum tempo, envolver-se pelas id�ias que dominavam a sociedade em Vila Rica. A situa��o para ele ia-se tornando delicada em Vila Rica por este motivo tratou de, discretamente, afastar-se de t�o freq�entes debates, j� bastante comprometedores, embora sonhasse aderir a essa causa, desde que ela tivesse probalidade de se tornar embaixador da nova republica que iria fundar. Quando chegou a Minas Gerais com uma instru��o do Governador de Ultramar para cuidar dos mineiros desleais e contrabandistas e que desse a eles um arrocho fiscal, reuniu a Junta Real da Fazenda para esta lhe fornecer um balancete acompanhado de minuciosos relat�rios da situa��o. A C�mara Municipal de Vila Rica lhe entregou um longo relat�rio mostrando a impraticabilidade da derrama, fazendeiros, advogados e funcion�rios p�blicos tendo a frente o Ouvidor Gonzaga, discorriam em longos e acalorados debates a situa��o da Capitania arruinada; o advogado Cl�udio Manoel da Costa que era o Homem mais respeitado intelectualmente, n�o s� pela capacidade, como pela experi�ncia muito conhecido tanto no Brasil como em Portugal, lhe coube a miss�o mais dif�cil na conspira��o revolucionaria; que era de aproximar-se do governador e conseguir-lhe a ades�o aos planos dos inconfidentes. O governador viu-se preso a uma armadilha que o fazia em estado critico por�m a sua angucia f�-la compreender que n�o poderia decretar a derrama imediatamente, quando foi surpreendido pela denuncia de Joaquim Silverio que mostrava um plano concreto da revolu��o j� em andamento, tinha uma revolu��o para enfrentar e paradoxalmente, podia-se ver envolvido nela, pelo menos por cumplicidade omissiva. Sua posi��o embrulhava-se numa teia que ia desde a simpatia explicita pela id�ia de independ�ncia, pela omiss�o em abrir um inqu�rito longo e o seu relacionamento escuso om Jo�o Rodrigues Macedo o maior banqueiro de Minas Gerais Devido a situa��o, o Governador teve que agir equilibradamente pois se abrisse uma devassa generalizada, teria que prender muita gente e a situa��o poderia escapar ao seu controle, se n�o o fizesse, poderia ser culpado por omiss�o e, pior, sua fraqueza seria sinal de estopim para o movimento, por isso teve grande dificuldade de agir, pois os principais envolvidos eram seus amigos, como prender e matar a todos se sabia que at� sua guarda palaciana estava subvertida e como deveria dar inicio a uma guerra civil sem contar com a lealdade da tropa, por�m o Visconde de Barbacena demonstrou uma intelig�ncia e uma habilidade rara, conseguiu matar a revolu��o pela raiz – literalmente, nas id�ias com o benepl�cito do Vice-rei. A estrat�gia usada pelo Governador foi extremamente l�gica e inteligente, pois ao receber a denuncia de Joaquim Silverio dos Reis, em 15 de Mar�o de 1789 mandou o delator ao Rio de Janeiro para repetir a denuncia ao Vice-rei junto com um oficial de sua confian�a para alertar ao Vice-rei que o delator tamb�m estava implicado na conspira��o e que o mesmo deveria ser preso, e atrav�s de Basilio de Brito outro delator, conseguiu espionar os principais envolvido no golpe com isto reuniu dados para avaliar as reais propor��es do movimento. De posse das informa��es obtidas, mandou prender Tomas Gonzaga, Alvarenga Peixoto e os padres Carlos Correia de Toledo e Luiz Vieira da Silva e os remeteu para serem interrogados no Rio de Janeiro. O Visconde de Barbacena era uma homem muito novo, quando foi envolvido no meio da conspira��o, tinha trinta e quatro anos de idade; era um cientista e n�o um pol�tico, era um iluminista e n�o um conservador, acima de tudo era um homem calmo de caracter nobre e culto, muito diferente do seu antecessor no cargo, o Visconde de Barbacena ap�s a devassa ainda ficou mais oito anos em Minas Gerais, e jamais foi exacrado pela opini�o publica e os moradores do Arraial de Capela Nova, quando da transforma��o em vila solicitaram o nome para Barbacena.

Padre Luiz Vieira da Silva foi o maior l�der da conspira��o republicana mineira de 1785 / 1789, foi o criador do movimento, l�der intelectual, coordenador, estrategista e um dos grandes oradores sacros de Minas Gerais e foi considerado sem contesta��o, entre os mais s�bios intelectuais de sua gera��o, nasceu em Soledade distrito de Congonhas do Campo lugarejo da freguesia de Ouro Branco termo de Vila Rica em 1735, matriculou-se em 1750 no Semin�rio de Mariana e no ano de 1752 foi mandado a S�o Paulo para fazer o curso de filosofia e teologia moral no Col�gio dos Jesu�tas, em 1757 regressou a Mariana e assumiu ao cargo de Professor de Filosofia no Semin�rio de Mariana, cadeira que ocupou por trinta e dois anos, at� ser preso em 1789, ordenou-se padre em 1759 em cerimonia realizada em Mariana pelo Bispo Frei Manoel da Cruz. De 1770 a 1773 exerceu o cargo de Comiss�rio da Ordem Terceira de S�o Francisco de Assis em Vila Rica, em 1771 fez o serm�o inaugural da Igreja Obra do Aleijadinho, foi Vig�rio interino de S�o Jos� del Rei at� 1777. E �bvio que n�o poderia estar entre os revolucion�rios que formariam tropas, nem entre os que entrariam com dinheiro, seu papel era o de organizador, coordenador da revolta, foi ele que elaborou o modo da rebeli�o militar e a forma de consolida-lo, e em seus discursos revolucion�rios feitos sem qualquer temor ele pregava que o Brasil tinha o direito de ser independente e que poderia ser livre, pois n�o dependia em nada de Portugal. Denunciado por Bailio de Brito em Abril de 1789 ele foi preso em 22 de Junho de 1789, depondo pela primeira vez na condi��o de preso em Julho de 1789 na Casa dos Contos e no dia 8 de Julho de 1789 dep�s como testemunha pelo apoio de pot�ncias estrangeiras ao levante. Na Casa dos Contos ele foi interrogado tr�s vezes e acarreado com Basilio de Brito, foi o mais firme de todos os Inconfidentes, e o mais pressionado, em seus depoimentos quando negou que soubesse qualquer coisa sobre o levante. No dia 23 de Setembro foi remetido ao Rio de Janeiro junto com Luiz Vaz de Toledo Piza e Domingos de Abreu Vieira, tendo ficado preso na Fortaleza da Ilha das Cobras onde foi interrogado mais quatro vezes e sempre negando e dizendo que sempre fora de parecer que os monarcas portugueses tinham todo o direito sobre a Am�rica e que nunca fora convidado para a subleva��o, mas no dia 23 de Janeiro de 1790 resolveu confessar e come�ou seu depoimento dizendo que at� agora tinha faltado a dizer a verdade, por considerar que a pretens�o estava inteiramente desvanecida e que o estado estava por isso fora de perigo e negou que soubesse qualquer coisa a mais, nunca mais foi interrogado e ficou um ano incomunic�vel na pris�o, saindo apenas para ouvir a sua senten�a de degredo para Ilha de S�o Tom�. Saiu do Rio de Janeiro em 24 de Junho de 1792 na fragata Golfinho, chegando a Lisboa ficou preso na Fortaleza de S�o Juli�o da Barra onde ficou quatro anos, nesta �poca a Rainha Dona Maria I enlouquecida, e o seu filho Dom Jo�o tornando-se regente em seu lugar, quando a ele foi apresentado os autos do processo do Padre Luiz Vieira da Silva pelo Ministro Martinho de Melo e Castro, Dom Jo�o deu despacho ao processo da seguinte forma: "Fa�a-se perp�tuo silencio"destina ao r�u ao esquecimento, com isto o livrara da pena capital, e no ano de 1796 o Padre Luiz Vieira da Silva obteve autoriza��o para deixar a pris�o e recolher-se a clausura do Convento de S�o Francisco da cidade onde permaneceu mais seis anos e no ano de 1802 obteve parecer favor�vel no seu processode indulto emitido pelo Visconde de Barbacena, regressando ao Brasil onde veio a falecer em 1809.

Padre Jos� da Silva e Oliveira Rolim nasceu no Arraial do Tejuco em 1747 era filho do primeiro caixa do Real Contrato dos Diamantes no distrito do Tejuco, o Padre Jos� Rolim foi em termos de liquidez, o mais rico dos inconfidentes, pois ele e sua fam�lia foram negociantes de altos neg�cios no Arraial do Tejuco e com isto estabeleceu uma extens�o rede de amizades, influencia e bens materiais. No decorrer do ano de 1740 e 1760 com a extin��o do contrato particular sobre a extra��o dos diamantes, que passou a ser administrado pelo monop�lio estatal a fam�lia Oliveira Rolim foi, sen�o a mais, uma das mais prejudicadas em sua expans�o econ�mica, pelo fato o Padre Jos� Rolim desenvolveu uma animosidade contra o dom�nio portugu�s sobre a sua terra natal e sua �rea de influencia. Com a idade de vinte e oito anos de idade foi mandado para Pompeu para se preparar para ingressar no Semin�rio Menor em Mariana em 1776, e no ano de 1778 foi enviado a S�o Paulo para o Semin�rio Maior onde ficou at� 1779, em S�o Paulo o governador acusou-o de ter uma vida dissoluta pelo fato, de que o Padre Rolim j� ter v�rios filhos com sua mulher que vivia em Diamantina. No ano de 1779 recebeu as ordens sacras na Paroquia de Rio Manso na freguesia de Sabar� das m�os do Padre Luiz de Almeida Vila Nova, ele apenas tomou posse de sua primeira paroquia pois no mesmo ano tomou posse de outra paroquia em Diamantina, a seguir passou algum tempo em S�o Jo�o del Rei e por volta de 1780 e 1781 apenas se dedicou a criar os seus filhos e a enriquecer, tornando-se uma esp�cie de banqueiro e contrabandista de diamante e outra pedra preciosas. Em 1786 diante de evidentes rumores sobre os descalabro na administra��o diamantina, procedeu-se a uma devassa oficial dirigida pelo Desembargador Ant�nio Dias da Cruz que representou contra ele ao Governador Luiz da Cunha Meneses que em 27 de Junho de 1786 expulsou-o de Minas Gerais dando-lhes tr�s dias para sair do territ�rio da Capitania, em vista disto ele rumou para a Bahia, e no ano seguinte Padre Rolim j� estava de volta a Diamantina negociando escravos, e em 1787 ocultou-se em Itamb� e em Janeiro de 1788 passou para o Rio de Janeiro, voltando em Agosto para Vila Rica se hospedando na casa de Domingos de Abreu Vieira, j� sob novo governo do Visconde de Barbacena, quando se sentiu � vontade para andar livremente nas ruas e pleitear do governador a revoga��o do desterro, e no segundo semestre de 1788 encontrou a conspira��o adiantada em Vila Rica e nela se empenhou de forma febril, participando de todas as reuni�es decisivas, quando se comprometeu em conseguir duzentos cavalheiros armados e de pagar parte da p�lvora para a revolu��o, do Arraial do Tejuco escreveu varias cartas a Domingos de Abreu dando-lhe ci�ncia de que seus correligion�rios do norte de Minas Gerais tinham recebido com entusiasmo os planos do levante e que estava tudo pronto para iniciar. Com o inicio da repress�o foi expedido ordem de pris�o contra ele, e para n�o ser preso, escondeu-se novamente nas matas da Fazenda das Almas em Lavras do Angudeiro em companhia de seu escravo Alexandre da Silva de onde pretendia fugir para a Bahia, por�m em 5 de Outubro de 1789 foi preso por quatro soldados de infantaria e recolhido a cadeia de Vila do Pr�ncipe no Serro e logo a seguir foi enviado a cadeia de Vila Rica na Casa dos Contos, onde foi interrogado por quinze vezes, porque a Devassa dava muita import�ncia a sua pessoa pelo fato de que ele sabia de muitas coisas, e que seriam capazes de levantar fatos significativos de todo o norte de Minas Gerais, quando levado para o Rio de Janeiro, ficou preso na Fortaleza da Ilha das Cobras e no seu primeiro depoimento permaneceu firme na defesa de que se supunha preso por Ter voltado a Minas Gerais sem permiss�o e que nada sabia sobre o levante e no segundo depoimento come�ou negando e quando foi pressionado acabou por revelar que realmente sabia da rebeli�o e que havia participado dos encontros na casa de Francisco de Paula, e seus depoimentos posteriores apenas ajuntaram detalhes da real extens�o do movimento. Foi condenado � morte na forca, por�m teve a sua pena mantida em segredo, foi remetido a Lisboa aonde ficou preso na Fortaleza de S�o Juli�o da Barra, onde ficou encarcerado at� 1796 quando obteve licen�a para recolher-se ao Mosteiro de S�o Bento da Sa�de e por media��o do embaixador franc�s na capital do reino em 16 de Agosto de 1804 foi-lhe concedida uma licen�a para retornar ao Brasil e no ano de 1805 j� estava no Brasil onde retirou a Mulher e os filhos do Retiro das Maca�bas e dirigiu-se para Diamantina onde viveu at� o final de sua vida.

Alferes Joaquim da Silva Xavier, cognominado Tiradentes � o maior Her�i Nacional j� consagrado pelo apoio popular e por lei, considerado o protom�rtir, o maior dentre todos os m�rtires do processo brasileiro de independ�ncia, nasceu na Fazenda do Pombal situada na circunscri��o territorial da Vila de S�o del Rei em 1746, seu pai pertencia a elite branca civil e servira como Almotec� na C�mara da Vila de S�o Jos� del Rei, ficou �rf�o de pai e m�e aos onze anos de idade e por este motivo a fam�lia se dispersou e ele ficou aos cuidados de seu tio e padrinho Sebasti�o Ferreira Leit�o, que era cirurgi�o-dentista registrado dos onze aos dezoito anos de idade, foi quando aprendeu os conhecimentos b�sicos de ondologista por isto conseguiu a profiss�o de dentista pratico, e com o seu primo Frei Jos� Mariano da Concei��o Velloso que fez os seus estudos em Mariana, quando desenvolveu extraordin�ria habilidade em bot�nica e estando no convento do Rio de Janeiro organizando a obra Flora Fluminense, nesta �poca Tiradentes manteve longo contato com o frei e desses contatos, ele recebeu extraordin�rio conhecimento das plantas medicinais, curando varias pessoas e espalhando a fama neste sentido no Rio de Janeiro.

Dedicando-se por conta pr�pria ao servi�o de viajante comercial fazendo freq�entes viagens entre S�o Jo�o del Rei, Vila Rica, Rio de Janeiro e a Bahia, travando um profundo conhecimento com a vastid�o dos sert�es e a magnifica potencialidade da terra brasileira e nesses trajeto intermin�veis, desenvolveu a pratica de cirurgi�o-dentista a que s� podia dedicar-se sem estabelecer-se, e por n�o ser licenciado levava a vida cuidando de escravos e agregados humildes das grandes propriedades rurais.

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   Tiradentes aos dezoito anos de idade optou pela carreira das armas, alistando-se em 1 de Dezembro de 1775 diretamente ao posto de Alferes no Regimento de Cavalaria de Minas Gerais sendo designado para a sexta companhia, aonde foi aceito pelo fato de pertencer a elite branca e de possuir uma util�ssima habilidade t�cnica, que era a de dentista. Durante o per�odo de 1777 a 1779 esteve morando no Rio de Janeiro em miss�o oficial. Servindo nas for�as de defesa contra poss�veis invas�es espanhola e no ano de 1780 estava na cidade de Sete Lagoas em Minas Gerais como Comandante do Destacamento local encarregado da guarda do registo da porta de entrada do Vale M�dio do Rio S�o Francisco, onde estabeleceu correspond�ncia com o contratador Jo�o Rodrigues de Macedo sobre alguns problemas na administra��o dos seus contratos naquela regi�o e em 9 de Abrilde 1781 o Alferes foi nomeado como Comandante do Destacamento do Caminho Novo com o objetivo de construir uma variante no caminho de Vila Rica para o Rio de Janeiro, e em 26 de Junho de 1781 Tiradentes iniciou as picadas com a pequena tropa e mais oito escravos pertencentes ao Tenente Coronel Manoel do Vale, devido a pouco m�o de obra empregada os trabalhos se tornaram lentos, por�m em ritmo intenso, com isto o Alferes conseguiu fazer chegar a picada at� lugar em que foi instalado o Quartel de Porto de Meneses aonde Tiradentes permaneceu destacado como comandante da tropa militar de guarda do novo caminho. No ano de 1784 por indica��o do Governador, o alferes e designado pela portaria de 16 de Abril de 1784 para tomar providencias e guarnecer as fronteiras a leste da Capitania de Minas Gerais nos limites com o Rio de Janeiro, pelo fato de ser vedado a minera��o e ao cultivo na �rea por raz�es de seguran�a tributarias, a partir de 1786 at� 1789 o Alferes iniciou uma serie de viagens ao Rio de Janeiro, em uma �poca decisivamente do per�odo conspiratorio, al�m de apresentar not�veis projetos de melhoramento urbano para o Rio de Janeiro. Como o de abastecimento de �gua, pois as lagoas e os p�ntanos eram polu�dos e insalubres o que obrigavam que os habitantes a buscarem a �gua em lagoas distantes, atrav�s do trabalho escravos, e o seu projeto de canaliza��o e de constru��o de novos moinhos ati�aram a ira dos comerciantes, mesmo assim ele foi apresentado ao Conselho Ultramarino em Lisboa, que despachou ao Vice-rei com a recomenda��o que a C�mara Municipal opinasse sobre o projeto de Tiradentes. A C�mara que era composta por elementos que tinha interesses contr�rios ao projeto, rejeitou o plano e consideraram o mesmo como prejudicial e inconveniente, sem apresentar os motivos, Tiradentes ainda tentou insistir junto ao Vice-rei e nessa luta para conseguir ver aprovado o seu projeto, o Alferes procurava convencer as pessoas em todos os lugares e desses contatos, passou a expor o plano da revolu��o a diversas pessoas que teriam interesses em separar o Brasil do reino lusitano e especialmente com os comerciantes, cujos projetos liberais se chocavam com o sistema mercantilista fechado que obstava o comercio livre e generalizado com todas as na��es. Tiradentes andava por todos os lados com livros sobre a Independ�ncia norte-americana e cada vez mais procurava ler tudo que se relacionasse ao assunto de modo aberto e sem preocupa��o, pois estava entusiasmado pelo assunto, ele era loquaz e procurava convencer as pessoas as suas id�ias, sempre andava apressado e agitado e devido a esse modo de ser e de agir, demonstrava o reflexo de uma personalidade exaltada e por esta raz�o recebeu os apelidos de al�m da pr�pria palavra tira-dentes, chamam-lhe o de corta-vento, Gram�tico, o Republica, o Liberdade. Se n�o serve para a historia, serve para a cultura geral demonstrar a apar�ncia pessoal de um personagem, em todos os pa�ses civilizado os vultos nacionais est�o em telas espalhado pelos museus, escolas, institui��es culturais, infelizmente no Estado do Brasil a arte pict�rica n�o se desenvolveu acentuadamente no s�culo XVIII, aquela tend�ncia verificada na Europa de se guardar as cenas familiares, por este motivo os quadros referentes a Tiradentes s�o todos imagin�rios e feitos no final do Imp�rio ou no in�cio da Republica ou seja mais de um s�culo depois de sua exist�ncia.

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   E o �nico modo de se conseguir a descri��o f�sica de Tiradentes s�o as referencias documentais encontradas no Arquivo Hist�rico Ultramarino em Lisboa, em 1789 ele estava com quarenta e dois anos de idade, era branco, usava bigode e muito provavelmente n�o usava barba, andava com uma farda azul forrada de vermelho e adornada com fios prateados, e alguns historiadores afirmam que ele tinha uma cicatriz no rosto, morreu solteiro mais deixou descend�ncia, uma de nome Joaquina de sua uni�o com Antonia do Espirito Santo. Tiradentes teve papel destacado na conspira��o e a sua participa��o foi decisiva, entregou-se de corpo e alma ao movimento, literalmente; a Independ�ncia do Brasil, tornou-se o motivo de sua vida, pois radicalizou sua posi��o ao ponto de n�o importa-se com a entrega da pr�pria vida naquela revolu��o, preparada silenciosamente por homens not�veis, seu modo de agir constratava com o dos outros conspiradores, pois falava abertamente sobre a necessidade da revolu��o e pregava-a em qualquer lugar, e sabia-a do desejo do povo mineiro, por este motivo n�o receava abrir-se com quem quer que fosse, nem escolhia o momento e o lugar. O Alferes Silva Xavier tinha uma car�ter excepcionalmente elevado, pois suas respostas no primeiro depoimento em 22 de Maio de 1789 foram firme, sem medo, n�o comprometeu a ningu�m n�o deu nenhum detalhe, n�o confirmou nada a respeito sobre a sua participa��o na conjura��o, negou tudo, e cinco dias depois foi interrogado novamente e continuou negando tudo, levando o depoimento para detalhes sem import�ncia, resistindo tudo e a todos bravamente. No terceiro interrogat�rios em 30 de Maio de 1789 continuou negando firmemente, por�m quando acareado com Joaquim Silverio dos Reis, sofre um forte abalo, pois at� o presente momento, Tiradentes n�o sabia que Silverio dos Reis havia delato a conspira��o e neste momento descobriu que a revolu��o e os revolucion�rios j� eram do conhecimento dos devassantes e ap�s mais de seis meses incomunic�vel, ele e novamente interrogado em 18 de Janeiro de 1790, foi quando resolveu confessar a participa��o no movimento revolucion�rio, assumindo sozinho a culpa e isenta os demais participantes; diz que planejou a revolu��o por motivos pessoais, com isto o radical revolucion�rio iluminista do s�culo XVIII lavara a alma e entregara sua vida. A estrutura moral de Tiradentes revelada por seus depoimentos � que lhe conferiu a grandeza de l�der da fracassada revolu��o mineira de 1789, pois em todos os depoimentos que continuaram at� ao seu enforcamento continuou despistando e negando a participa��o de outras pessoas e revelando apenas o que os ministros j� sabiam. Tiradentes foi morto na manh� de um s�bado dia 21 de Abril de 1792, em uma forca armada no Largo da Lambadas defronte a Igreja da Lambadas no Rio de Janeiro.

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