P O E S I A
Maio-Dezembro de 1999 * II - 5
"Quando secar o rio de minha infância
secará toda dor.
Quando os regatos límpidos de meu ser secarem
minh'alma perderá sua força.
Buscarei, então, pastagens distantes
- lá onde o ódio não tem teto para repousar.
Ali erguerei uma tenda junto aos bosques.
Todas as tardes me deitarei na relva
e nos dias silenciosos farei minha oração.
Meu eterno canto de amor:
expressão pura de minha mais profunda angústia.
Nos dias primaverís, colherei flores
para meu jardim da saudade.
Assim, externarei a lembrança de um passado sombrio."
Frei Tito,
Paris, 12 de outubro de 1972
(In: BETTO, Frei, Batismo de Sangue, Civilização Brasileira, 1982, p.237)
"As flores olhando a cena, não compreendiam.
Indagavam dos pássaros, que emudeciam.
As janelas das casas, mal podiam crer
- no que viam.
As pedras, no entanto,
gravavam os nomes dos fantasmas
pois sabiam que quando chegasse a hora
por serem pedras, falariam.
O desaparecido é como um rio:
- se tem nascente, tem foz.
Se teve corpo, tem ou terá voz."
Leia estes versos em
"Os Desaparecidos"
- poesia de Affonso Romano de Sant'anna,
no site da Anistia Internacional
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última atualização * 27/10/99
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