Emmanuel
Guarda tua alma na compreensão e na bondade para com
todos, a fim de que o amor te preserve as fontes da vida.
Muitos companheiros atravessam o campo humano, receando
calamidades, amplamente desprevenidos contra os flagelos do mundo íntimo.
Temem o fogo terrestre que a água consome e não se
precatam contra o incêndio da discórdia que lhes destrói o templo doméstico.
Apavoram-se diante de profecias inconseqüentes, nada
compatíveis com a misericórdia que nos preside a existência, e adormecem, desavisados,
à frente dos deveres que a vida lhes confiou.
Amedrontam-se, perante a bala mortífera que assalta
o corpo frágil e perecível, e entregam-se ao vírus da calúnia que lhes corrompe
os tecidos sutis da alma.
Recuam, espavoridos, ante a infestação da varíola ou
do tifo, que a medicina combate com segurança, e aceitam sem murmurar as
sugestões da preguiça e da indisciplina que lhes atormentam as horas.
Referem-se a perigos remotos que talvez jamais lhes
visitem a estrada e caminham entre as farpas invisíveis da maledicência e do
ódio, da desesperação e da crueldade, criando com a própria atitude a taça de
sofrimento e de expiação, em que sorvem, desalentados, o escuro elixir da
morte.
Conserva, pois, teu coração no entendimento, teu
cérebro no equilíbrio, teus olhos na visão limpa do bem, tua boca na
fraternidade real e tuas mãos no serviço incessante, e não precisarás temer
perigo algum, de vez que a fortaleza interior será tua força para que possas refletir,
onde estiveres, a vontade sábia e compassiva de Deus.
(Médium: Francisco Cândido
Xavier)