Um problema existe na sustentação do
equilíbrio e da paz que nos pede reflexão. É o problema da melhoria. Para que
isso aconteça na vida física, desde os egípcios, estamos na Terra aperfeiçoando
a medicina.
A história da ciência de curar é um dos mais
belos capítulos da história humana. Sacrifícios, abnegações, heroísmos,
experiências. Tudo se tem feito para sanar enfermidades e extinguir aleijões,
diminuir provas e arredar calamidades orgânicas.
Laboratórios de farmácias, hospitais e
refúgios foram convocados à luta. E qualquer doente que nos seja querido, se
cai de cama, obtém nossas vigílias e recursos para que se recupere tão de
pronto quanto possível.
Isso quanto ao corpo. E no que concerne ao
espírito?
A criatura que adoece das vísceras adoece
também dos mecanismos mentais. Há viciações de conduta como há degenerescências
do fígado. E se providenciamos remédio para as ocorrências hepáticas, porque
esbordoamos a mente do companheiro colhido em perturbação espiritual?
Se temos anestesia para extirpar uma formação
cancerosa, porque não usar o esquecimento para acabar com um processo obsessivo
que se agravou pelas adições de orgulho ou vaidade, inveja ou revolta com que
foi acrescido?
Porque não tratar o ofensor como um doente,
mais necessitado de carinho que de censura?
Se um amigo aparece espiritualmente
deformado, seja nas aparências de azedume ou descaridade, auxiliemo-lo para o
justo reequilíbrio.
Comecemos, de imediato, com a providência
aplicada aos enfermos: fazê-los sentirem-se melhores. Ninguém dá fogo líquido
ao portador de uma úlcera gástrica. Nunca reajustaremos o coração de ninguém a
labaredas de crítica.
Esclareçamos as situações difíceis,
corrijamos erros e estabeleçamos a verdade, mas sem exceder os limites da
bondade humana e da responsabilidade de viver, como o cirurgião que restaura o
órgão lesado sem destruí-lo a golpes de bisturi.
Que o erro existe, existe. Mas experimentemos
um novo método de cura do erro. Façamos a criatura errada sentir-se melhor.
(Texto psicografado por
Waldo Vieira em Washington, D.C., EUA, 9 Junho 1965. In: F. C.Xavier e W.
Vieira, Entre Irmãos de Outras Terras, 3a. ed., Rio, FEB,
1966, pp. 69-70.)