(Texto transcrito de Mundo Espírita, dezembro de 2002, p. 12.)

 

AVE, É NATAL !

Camilo

 

Ouve, Senhor,

os gemidos de todos os enfermos,

os ais de mães e pais cujos rebentos se arremessaram pela ladeira da dependência química,

os ulos dos que sofreram golpes de violência no lar ou na via pública,

os gritos dos desesperados, que já não conseguem conter o turbilhão de frustrações que lhes vai no imo d´alma.

 

Olha, Senhor,

a lágrima silenciosa dos que não superaram as próprias fragilidades,

a chaga aberta no corpo ou na alma dos desassistidos,

as faces crispadas daqueles que guardam ódio no coração, pelas razões mais diversas,

as rotas tortuosas adotadas por todos os que passaram a desacreditar da justiça e da fraternidade.

 

Envolve, Senhor,

cada uma dessas almas e inunda com Tua luz um desses corações,

para que retornem aos caminhos da esperança e da alegria.

 

Abençoa, Senhor,

cada vivente da Terra, e que as almas humanas sustentadas por Teu amor infindo,

não se cansem de aprender e de servir, de lutar e de crescer, sem qualquer esmorecimento,

fiéis aos tempos novos que se anunciam no mundo, a partir da evocação da Tua vinda.

 

Ave, é Natal!

 

Toca-nos, então, Jesus de Nazaré,

como tocastes os endemoniados, fazendo-os retornar ao equilíbrio;

como tocastes os paralíticos, levando-os a novos movimentos;

como tocaste Lázaro, para dar-lhe vida nova;

como tocaste Madalena, para que ela encontrasse definitiva paz íntima;

como tocaste Zaqueu, retirando-o dos conflitos existenciais;

como tocaste Simão Pedro, a fim de que se convertesse em fundamento da fraternidade e do amor ao próximo;

como tocaste Paulo, libertando-o do fanatismo para o encontro com a lucidez operosa;

como tocaste as bilhas d´água, na festa de Caná, convertendo-as em recipientes cheios de sabor, patrocinando júbilos indeléveis.

 

Ave, é Natal!

Penetra-nos o ser, Divino Amigo, para que não temamos as guerras, por reconhecermos,

contigo, a supremacia do entendimento para a paz, hoje ou amanhã, para que não nos perturbemos com o egoísmo que infesta em toda parte, por cremos na excelência do espírito altruísta que há de reger os sentimentos humanos.

 

Releva, Jesus, as múltiplas limitações que nos assoberbam, e, uma vez mais, dedica um olhar de misericórdia, de piedade, sobre o Teu rebanho desarvorado ainda, deixando-nos ouvir de novo a Tua voz a incentivar-nos, a conclamar-nos ao progresso e ao bem, dizendo: Sois deuses...

 

Inebria-nos com Tua presença, novamente, Senhor.

É novo Natal!

Exultemos.

 

(Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 11.11.2002, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ)

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