LULU ABUJANRRA

    Lulu Abujanrra era uma criança linda e meiga. Passava a vida a cantar em meio às flores da floresta em que nascera. Amava as plantas, a natureza e a vida e ainda por cima era feliz. Mas como diz o velho ditado "não há bem que sucumba ao mal e não há buceta que viva sem pau", Lulu teve sua família completamente dissipada por uma comitiva de sem-terras enlouquecidos. Sem teto, sem família e sem patrão, ela decidiu rumar à cidade grande, pois lembrara de sua tia, uma velha caralhenta que tinha uma lanchonete na Central do Brasil.
    Lulu demorou muito tempo para se acostumar ao ritmo de vida da cidade grande, onde tudo era mais complicado e difícil. Sua tia a acolheu com carinho e já no primeiro dia a colocou numa escola de ensino público. E é aí que nossa estória realmente começa. No primeiro dia de aula, Lulu notou que todos os seus coleguinhas de classe a olhavam com olhos estranhos e interrogativos. Até a professora parecia incomodada com a presença da pobre criança. Na hora do recreio, Lulu decidiu ela mesma fazer novas amizades na busca de interação com os demais alunos, mas por mais que ela tentasse se aproximar, as outras crianças fugiam em desespero. – "o que há de errado comigo?" ..pensava Lulu aflita.
    No segundo dia a coisa já tomou proporções drásticas, pois logo na entrada, Lulu foi cercada por seus colegas de sala, que então perguntaram: "o que você é ?.. Homem ou mulher?" Lulu não soube responder, pois jamais havia se perguntado sobre isso. Ninguém jamais a contara da sutil diferença entre esses dois sexos.
    Numa investigação minuciosa, Lulu foi submetida a uma bateria de testes onde as mais incríveis experiências foram realizadas. Contam os laudos que uma das experiências consistia em enfiarem uma garrafa de Cerpa no cu da pobre criancinha. Foram colhidas amostras dos excrementos que saíram do interior daquele inofensivo buraquinho, e os resultados foram surpreendentes: na verdade, Lulu havia sido gerado em laboratório altamente desenvolvido, provavelmente de tecnologia alienígena, o que tornara impossível a definição exata de seu sexo.
    Abalada com essa indefinição, Lulu decidiu ser viado e foi fazer ponto na esquina de uma rua qualquer. Passou a chamar-se Lalá e deu tanto o seu cu que resolveu fazer uma operação para a mudança de sexo. No pós operatório Lulu tornou-se sapatão, passou então a desenvolver as artes do dedão em diversos piriquitos e foi então que descobriu , também a arte das línguas e das carícias. Trocou seu nome para Lolô.
    Um dia cansada dessa apatisse toda decidiu meter um tiro na cabeça, mas na hora do disparo arrependeu-se baixando a cabeça na hora H. A bala perdida ricocheteou e atingiu a Raquel que morava no apartamento ao lado.
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