A Minha Posição

 

O conceito e a existência de Deus (no meu caso, que fui educado na religião e num país católico, do Deus católico) nunca foram algo em que eu depositasse muita fé. Embora em criança tenha sido educado na fé católica e nunca tenha posto em causa a existência de Deus, a verdade é que, ao contrário dos meus amigos e colegas, também nunca tinha ligado muito à religião e à sua divindade. A minha atitude resumia-se a um «se me dizem que foi ele que criou tudo e tudo gira à sua volta, por mim tudo bem», ou seja, acreditava mas dedicava-lhe uma indiferença total. É claro que nesta altura, tal todos os outros, a minha capacidade para pensar e aplicar a minha razão e conhecimentos num assunto tão controverso era ainda mínima, e portanto só quando comecei a adquirir os conhecimentos mínimos necessários e a necessidade de obter certas respostas é que o assunto se revelou mais problemático. Como sempre fui e sou bastante materialista (talvez neste caso seja preferível dizer existencialista), a minha primeira dúvida acerca das divindades sobrenaturais passou pela minha incompreensão sobre o seu próprio aparecimento e consequente formação do Universo. Para simplificar, se eu não concebia a existência de fantasmas, como poderia conceber que um deles aparecesse do nada e com um passe de mágica criasse o Universo? Outra das minhas dúvidas dizia respeito às qualidades que supostamente Deus deveria apresentar, segundo os dogmas católicos: omnipotência, bondade, justiça e omnipresença. O problema é que se o nosso planeta é assim, havia algo de muito errado no conceito de bondade e justiça...

 

Tudo isto se passou há bastantes anos. A minha "busca pela verdade" continua, mas neste momento considero-me Ateu no que diz respeito aos deuses apresentados pelas nossas religiões (considero-os tão válidos e verdadeiros como os deuses Gregos, por exemplo) e Agnóstico no que diz respeito a uma suposta entidade (que não tem nada que ver com as "propostas" apresentadas pelas várias religiões) que, apesar de eu não conseguir conceber a sua existência em nenhuma das duas hipóteses para o princípio do Universo (ou foi criado do nada ou então nunca teve princípio, sempre existiu), não a deixo completamente de parte, pois enquanto não se souberem todas as respostas não se podem dar respostas válidas a todas as perguntas formuladas.

 

Enquanto não são respondidas, a minha "luta" é para que as pessoas pensem em tudo o que acreditem. Se a sua razão lhes der respostas válidas sobre o que acreditam, tanto melhor. Se tal não acontecer, ponham a hipótese de que o que pensavam ser absurdo talvez tenha algum cabimento, em vez de se deixarem guiar cegamente pela religião. É que, por incrível que pareça, todos os livros que eu li até hoje seguem a seguinte regra: os que tentam desmistificar qualquer religião usam a ciência e aplicam a razão, e os que, pelo contrário, a têm por verdadeira, usam apenas e só a fé, como se a crença em religiões fosse algo de irracional! E como a fé é simplesmente preguiça mental, não entendo porque não usam eles a razão para provarem que estão certos. Bem, o facto é que até hoje nunca consegui encontrar um livro defensor de Deus/Jesus/Religião com propostas que não se baseassem apenas em fé... O essencial nisto tudo é PENSAR, em vez de aceitar cegamente tudo o que uma e outra partes dizem. Até hoje, para além de História, que é fundamental para conhecer o ambiente em que surgiram os primeiros mitos e também a evolução da mentalidade humana ao longo da nossa evolução, precisei de reunir bastantes conceitos de Filosofia, Psicologia, Física e Teologia, entre outros, de maneira a fazer evoluir o meu conhecimento, e, mais importante que tudo, a evoluir enquanto ser humano racional.

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